quarta-feira, 16 de novembro de 2016

INDECISÃO



“Não existe ser humano mais miserável do que aquele em que a única coisa habitual é a indecisão”.
William James

São inúmeras situações em que a indecisão de uma pessoa pode impactar de forma importante e definitiva a vida da própria pessoa e de outras que fazem parte de seu relacionamento.

Situações as mais corriqueiras como o desejo de comprar uma roupa. A pessoa vai à loja, encontra o que precisa, mas indeciso deixa para depois. Quanto volta a loja, o produto já não está mais lá, pois se tratava de uma edição limitada e outras peças não voltarão mais pra serem vendidas. Resta o lamento e o choro.

Quantos e quantos negócios não acontecem... Quantas empresas perdem dinheiro, pois seus negociadores, tíbios e indecisos protelam ou procrastinam decisões...

E os vestibulares? Os concursos? As tão aguardadas dinâmicas para admissão em um emprego. A insegurança e a indecisão podem retardar a resolução das provas ou das situações-problemas e os candidatos não conseguirem entregar as respostas n0 prazo predeterminado. E as esperanças morrerem no nascedouro.

Portanto, os riscos de perdas são enormes. Juntos chegam as frustrações, as desesperanças e o pior, o aprofundamento do, problema: a incapacidade de decidir. É um círculo vicioso que pode levar à tristeza, ao isolamento,  à depressão, à morte (pois depressão mata!).

A indecisão é um estado mental de “aflição” em que as pessoas não conseguem decidir pelas opções que determinadas situações lhes oferecem. É uma incapacidade, uma fraqueza, uma situação de “branco” na hora de decidir.

São muitas as desqualificações dos  indecisos (constam nos dicionários): incapaz de decidir, falta de resolução, sem determinação, não se define, não é resoluto, é mal resolvido, é dominado pela incerteza e pela indeterminação.

Pessoas assim precisam ser orientadas, precisam de ajuda, especialmente de ajuda profissional especializada (psicologia). 
sim, há esperanças.

Antes de tudo a calma, a avaliação de todos os ângulos da situação... Depois a coragem de decidir. E a certeza de que uma decisão, certa ou errada trará sempre uma consequência, consequência essa que terá de ser assumida. Para o bem ou para o mal.. O mais importante é que a decisão foi tomada... E a indecisão vencida.



Imagem: Google

terça-feira, 15 de novembro de 2016

DO MICRO AO MACRO, OS CAMINHOS DA VIDA


É muito difícil para uma mãe confrontar os ensinamentos de uma professora para sua filha de seis ou sete anos. As palavras da professora são extremamente fortes e praticamente imprimem marcas profundas na mente da criança e se torna muito difícil fazê-la mudar de ideia.

Esta constatação, por um lado reforça a importância de uma boa professora nos primeiros anos escolares (e nos anos subsequentes, claro!). Por outro, indica a necessidade de bons exemplos, de coerência entre o que se fala e o que se pratica, para a formação do caráter de uma criança, caráter que vai amadurecer e se manifestar na sua vida adulta.

Aliás, a vida é mestra em demonstrar que pequenos atos, pequenos exemplos, posturas simples, no nascedouro, se transformam em situações definitivas e irreversíveis no decorrer dos anos.

Mais explicitamente, a questão dos bons exemplos, da coerência são aspectos positivos. Assim também a iniciação à leitura e à religiosidade, sem imposição, mas como base para uma opção definitiva à posteriori.

Há os negativos: a permissividade, os pequenos roubos, pequenos gestos de má educação. Posturas que “parecem bonitinhas” para uma criança podem desencadear o processo de transformação para uma pessoa chata, arrogante, egocêntrica, intolerável.

E assim por diante... Pequenas injustiças, toleradas aqui e ali, darão origens às grandes injustiças.

Pequenos exemplos e facilidades de acesso às drogas lícitas podem ser a gênese de grandes, irreversíveis e inconsequentes consumidores de drogas ilícitas.

Manifestações, quase subliminares, de preconceitos incutem numa mentalidade ainda precoce inverdades terríveis sobre a diferenciação de raça, gênero, origens, classes sociais e todos os tipos de rejeição ainda latentes na nossa sociedade.

Devemos ser radicalmente intransigentes com os maus exemplos. Há que sermos definitivamente coerentes entre fé e vida. É peremptório que sejamos fiéis aos bons ensinamentos que aprendemos na infância, das professoras, dos pais, dos avós, dos amigos mais velhos.

Uma longa caminhada rumo ao sucesso começa com o primeiro passo. Assim também um belo exemplo de caráter, de responsabilidade, de acolhimento, de simpatia, de humildade, de não violência, de compromisso com o bem e com a paz.

Do contrário, um violento, um preconceituoso, um arrogante, um estúpido, um chato, um ditador, um criminoso, um centralizador, também, teve contato com situações geradoras desses comportamentos e sentimentos na infância.

Do micro ao macro, do pequeno ao grande, assim são construídos os caminhos da vida. Talvez uma questão de escolha... Definitivas são as consequências.



Imagem: Google

segunda-feira, 14 de novembro de 2016

A REPÚBLICA, DO SIMPLES AO COMPLEXO


Precisamos refletir um pouco sobre a questão da “República”, palavra que herdamos dos romanos. Entre eles a expressão “res pública” significava “coisa pública” ou “assunto público”. Modernamente, República é a forma de governo em que o Chefe de Estado ou o Governante é escolhido em eleição direta pelos próprios cidadãos, de acordo com a legislação estabelecida.

O Governante recebe, pelo voto, uma delegação para governar por um período limitado, sendo reeleito por algumas vezes, também, de acordo com a legislação vigente.

Assim, em princípio, na República, o governante, recebendo uma delegação, está a serviço do povo e jamais deve pensar ou colocar o povo a seu serviço. A República pressupõe uma democracia, com divisão equitativa de poderes, com funções bem definidas: Executivo, Legislativo e Judiciário.

O poder Legislativo elabora as leis, sob demanda da população. Os legisladores, Deputados e Senadores, são, da mesma forma escolhidos pelos cidadãos. Deve, o Legislativo, estar atento às necessidades do povo, especialmente no que e refere à modernização das leis, diante da modernidade e das novas exigências da vida humana no mundo moderno.

O Executivo, em linhas gerais executa as leis, gerencia o país, protege-o das ameaças internas e externas. Cuida das obras, do orçamento, dos investimentos, do equilíbrio na economia, da saúde, da educação, do saneamento, da infraestrutura, de oferecer aos cidadãos iguais oportunidades para a realização pessoal e profissional.

O Judiciário cuida do cumprimento das leis, do estabelecido na Constituição, a Lei Maior, a Carta Magna, elaborada por representantes dos cidadãos.

Esta parece ser uma definição irrelevante, simplista e didática da República, instalada num país que não existe. Um sonho românico. E é verdade. Hoje, os homens, os políticos, complicaram tanto a República, que a descaracterizaram. A verdadeira República não existe mais. Existe, sim, um sistema de jogo de poder, em que manda que pode, obedece quem tem razão. É uma forma mascarada de ditadura.

Neste 15 de Novembro vamos comemorar a implantação da República do Brasil, em 1889. Vamos comemorar, sim, Mas a República Brasileira está tão vilipendiada que há mesmo um profundo sentimento de frustração, de incerteza e mesmo de tristeza com o que está ocorrendo no país.

Populismo à solta, incoerência entre discurso e prática, lapidação do bem público. Corrupção, descrédito para com os políticos, frustração com a justiça, incertezas com a economia, assistência social em perigo. Falência da proteção ao meio ambiente. Violência, drogas, Insegurança.

Se a República for realmente definida como a promotora e protetora do bem comum ela ainda é um sonho distante.


Imagem: Google