quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A DOENÇA DEMOCRATIZA

Muito se fala hoje em democracia, agora que os meios de comunicação de massa, somando-se à internet estão facilitando enormemente o acesso à informação, inclusive dos mandos e desmandos políticos.

Claro que o populismo, um dos desvios naturais da democracia política, faz com que a igualdade democrática seja elevada ao primeiro plano. O populismo é a arte de enganar com discursos inflamados. E é, também, uma forma de cooptar o povo, especialmente aquela parcela inculta. Cooptar é atrair para o seu lado.

Mas isso não vem ao caso. Acontece que quem frequenta por necessidade de saúde os “Pronto Atendimentos” dos hospitais e lá permanecem por longas horas, sujeitas as vicissitudes do frio e da fome, além da dor, da ansiedade, do medo, da falta de perspectiva, com um pouco de argúcia ainda pode observar os movimentos, as entradas e saídas das pessoas, com os mesmos sentimentos e com as mesmas ansiedades.

Há um sentimento de igualdade, não importando as origens, as classes sociais, as perspectivas de vida, se chegam amparados por planos de saúde ou pelo SUS.

As falas indicam as vicissitudes do frio e da fome, além da dor, da ansiedade, do medo, da desesperança. Todos lembram-se de Deus, como nunca se lembraram na vida. É o signo da igualdade, da democracia.

A doença acende o sinal amarelo. O ser humano também tem prazo de validade, há que se pensar na finitude, no limiar do infinito. A todos o mesmo destino: a morte. Na falta de maturidade a morte gera pânico, apesar de ser a verdade mais cristalina da vida.

Na vida tudo é incerto, tudo é transitório, nada é definitivo. A vida é uma linha reta que une o nascer ao morrer. O intervalo deve ser vivido de acordo com as possibilidades e perspectivas, antes da doença chegar. Doença rima com decrepitude, com fraqueza física, com entrega.

Na doença, mais uma vez a maturidade fala mais alto. Os médicos, os psicólogos, os especialistas em emoção humana, são unânimes em afirmar que um estado de espírito positivo facilita a cura e o prolongamento da vida.

E uma certeza ajuda nessa constatação: a igualdade, a democracia da doença, ajuda no consolo e na descoberta de que os seres humanos existem para serem iguais. O nascimento é igual e a morte também. A vivência do infinito também.

Portanto, otimismo sempre, ainda que o frio, a fome, a incerteza de um Pronto Atendimento nos faça sentir algo muito pequenos.

Importante: confiar em Deus é fundamental.



Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário