Saber
ouvir e saber opinar: questões emblemáticas no mundo hoje. É mundo comum a
gente assistir diálogos trucados, segmentados, em que as pessoas falam de
determinados assuntos, os demais mal ouvem e quando vão falar, expressam
opiniões intransigentes ou falam de assuntos diversos que nadam têm a ver com o
interlocutor estava se referindo.
Raramente
se dá a devida importância ao outro. Vivemos a era do egoísmo ou do
egocentrismo. Houve um tempo recente em que os livros de autoajuda, dominando
as “paradas de sucesso” das revistas de grande circulação, faziam a apologia do
eu, do “ter” antes do “ser”.
Interessante
que esses livros, ao ensinarem as técnicas do bom diálogo, da boa conversação,
da boa negociação, apregoavam, e apregoam, a necessidade de saber ouvir, para
poder se obter sucesso no cotidiano da vida, das empresas, enfim.
Atualmente
se paga o preço de uma educação banalizante. Aliás, praticamente tudo é
banal... Os produtos de pouca duração... Os relacionamentos de conveniência, os
empregos efêmeros. A vida é banal, a arte é banal, a violência, mesmo doída, é
banal. A corrupção, os desmandos na política e o poder, a pedofilia, a
violência contra a mulher, o preconceito, a intolerância nos seus mais diversos
matizes... Tudo está sendo banalizado.
Com
esse pano de fundo, coisas importantes da vida, essenciais mesmo, ficam para um
segundo plano, quando não “fora de moda”. Nesse contexto encaixa-se o
verdadeiro diálogo.
Para
que aconteça, um diálogo construtivo precisa ser a via de mão dupla: um fala
outro ouve... o outro fala o primeiro ouve... E nunca perder o foco.
Mas, o
melhor exercício mesmo é aprendera ouvir. Quem ouve bem, responde melhor. E só
se ouve bem se o foco na pessoa que fala e na sua fala for mantido em alta.
Alguém
já disse: “Existem sempre três opiniões,
a minha, a sua, e a correta”. Melhor seria a terceira opinião ser o ”consenso”. Democracia em essência.
A
conversa construtiva é aquela que os participantes lamentam o seu término.
Conversa maçante, cansativa, é aquela que as pessoas dão “graças a Deus” quando
termina.
Para um
bom diálogo a cultura é fundamental, tanto quanto a leitura, a informação e a
formação. Quem nada lê, quem não se atualiza, quem despreza os livros, quem só
fica na volatilidade da informação televisiva, apenas ficam no”amém” e com a
preocupação de deturpar aquela conversa construtiva e interessante.
Por
fim, não resta duvida de que o verdadeiro diálogo construtivo tem a filosofia do ganha-ganha, em que todos
saem melhores... Jamais o ganha-perde, em que alguém precisa “sair por cima”.
Assim, não dá.
Imagem:
Google
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