terça-feira, 30 de junho de 2015

QUANDO ACABA A LUA DE MEL

Tudo que um dia começa, um dia tem um fim...
Tudo que sobe, desce...
Uma viagem pelo espaço infinito, um dia vai chegar ao seu destino, mesmo que seja daqui a bilhões de anos... Quem viver verá.

E até a lu-de-mel acaba, senão em tragédia... Ou decepção... E as promessas de amor infinito?

A lua-de-mel acaba quando as pessoas “caem na real”... E nada melhor a realidade para desnudar pessoas, coisas e situações.

Na verdade, todas as vezes que iniciamos a realização de nossos sonhos a momentos ou instantes em que a o entusiasmo, a emoção, o lirismo, o idílio, são substituídos pelas condições naturais de vida...

Isso acontece nas relações conjugais a partir do momento em que a rotina da vida vai revelando quem realmente as pessoas são. O tirar a roupa, literalmente, significa deixar caírem as máscaras... E as pessoas, de fato, já não escondem mais suas características e se dão a conhecer um para o outro. A rotina é sinônimo de contas a pagar, horários a cumprir, gravidez com todas as suas imprevisibilidades, filhos a chorar, a exigir atendimentos urgentes, fraldas a serem trocadas em momentos inesperados. Choque de realidade.

No trabalho, ou melhor, no novo emprego também é assim. Há a emoção e o entusiasmo inicial.  Com o tempo o chefe mostra sua verdadeira face, os colegas, especialmente os mais antigos passam a olhar de forma tortuosa, o exercício do trabalho não é “aquilo” que foi anunciado. O choque de realidade faz as máscaras caírem e a lua de mel chega ao fim. Sobrevém  sentimento de frustração e a sensação de que “acho que não fiz a coisa certa”...

Há muitas outras situações semelhantes... Ou acontecem da mesma forma. A viagem frustrada... As férias organizadas o ano inteiro que deu em nada..E por. O livro e o filme que prometiam...  Aquela temporada na praia que choveu 80% do tempo... E por aí vai...

Luas de mel que se acabam antes do tempo...

A experiência indica que nada é certo na vida e que devemos estar preparados para tudo, ou quase tudo. Pés no chão, prudência, plano “B”.

Pés no chão para saber que na vida nem tudo é alegria, lirismo, romantismo e idílio, pois há uma realidade nua e crua que precisa ser enfrentada com maturidade.

Prudência para evitar novas precipitações e plano “B” para não ficar a “ver navios”, perdido na noite sem opções de vida.

Lua de mel não é eterna, é sazonal... Ledo engano de quem espera que dure para sempre... Vamos acordar para a realidade da vida!



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segunda-feira, 29 de junho de 2015

MUROS E PONTES


Como já foi dito aqui a sociedade atual se apresenta de forma muito segmentada,  com a população vivendo em condomínios, de casas ou prédios, presa entre muros e grades. Nem poderia ser diferente, pois uma das características do mundo atual é a violência e a insegurança.

Há vantagens e desvantagens, as quais não discutiremos agora. Porém, uma das consequências desse processo é o isolamento das pessoas no que se refere à relação interpessoal. As pessoas se evitam, tem raros amigos, pouco se comunicam, mergulhando no mundo da tecnologia com seus tablets, smarts, iphone, ipads e outros quesitos dessa parafernália toda.

Muros erguidos e pontes desconstruídas... Lembremo-nos de Cora Coralina: “Há muros que só a paciência derruba. E há pontes que só o carinho constrói”.

Os muros são os  do medo, da insegurança, do egoísmo, do “ter”, da elitização, do poder, da ganância, do preconceito, da prepotência, d autoritarismo, da arrogância...

As pontes referem-se aos atos de amor, amizade, acolhimento, altruísmo, caridade, solidariedade, sorriso, alegria, respeito, liberdade, paz, construção do bem comum, proteção do ambiente natural, preservação da vida, especialmente nos instantes de maior vulnerabilidade que é no inicio, no ventre da mãe e no ocaso, na velhice... Nada de aborto e eutanásia.

Cora Coralina, de simplicidade e sabedoria extremas, mais uma vez nos deixa uma lição de vida: paciência, algo raro quando se defronta com ritmo de vida cada vez mais veloz. A paciência é fruto da introspecção, da reflexão, da paz, do autocontrole, do respirar fundo. A paciência frutifica num ambiente de diálogo, olho no olho, com ternura. Não há muro que resista a persistência da paciência e da ternura.

Assim também se dá com a reconstrução das pontes a partir dos braços abertos para o acolhimento e do sorriso para acalmar os espíritos intrépidos e impacientes.

Alguém precisa fazer essa parar, isto é, destruir muros e reconstruir pontes virtuais e humanas... O mundo precisa, como Cora Coralina, de gente que cultive a paciência e distribua carinho. Como pessoas, como seres humanos.

O mundo precisa de perdão e de paz.

O mundo precisa de gente como aquela corajosa mãe que visita, na prisão, o assassino de seu filho, não para impingir-lhe a vergonha, o remorso, o arrependimento, mas para mostrar-lhe a força do amor de mãe, de sua nova mãe...

Talvez os muros nunca caiam e as pontes nunca reconstruídas. Mas se alguém fizer isso no seu micro espaço de vida, isso pode ser um sinal de que a utopia de Cora Coralina ainda possa ser, um dia, realidade.

O mundo precisa de perdão e paz... De pontes... Não de muros...



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domingo, 28 de junho de 2015

SÍNDROME DA SEGUNDA-FEIRA


Domingo, final de tarde... Fim de jogo... Fim de viagem... Inicio daqueles enfadonhos programas que marcam o final da semana (ou inicio da nova semana?)... Ressaca praticamente curada... A animação recente dá lugar ao tédio (ainda não vivido)

Eis que no horizonte está a Segunda-Feira... Para uns alegria, para outros tristeza... É a síndrome da Segunda-Feira.

Há os entusiasmados, ávidos por demonstrar e desenvolver ainda mais os seus talentos. Querem crescer no emprego e na vida. Praticamente não se desligou no final de semana, só pensando nos projetos, nas soluções e em apresentá-los aos seus colegas e superiores.

Gente  jovem, da Geração Y, superativos, inquietos, intrépidos, tratores em termos de ideias e vontade de trabalhar... E de Vencer...

As empresas, as holdings, as grandes corporações gostam dessa gente, que não raras vezes são mão de obra baratas... Mas sabem também que são aves prontas para voar e alcançar novos horizontes. Os head-hunters fazem a festa com esses malucos...

Por outro lado há os que se arrastam e transformam a segunda-feira, a antessala do inferno... Não só a segunda, como a terça, a quarta, a quinta... Só melhoram mesmo no casual day da sexta-feira.

São pessoas que estão cansadas dessa vida de mesmice: mesma empresa, mesmo trabalho, mesmo caminho, mesmo salário, mesmas pessoas, mesmos chefes e secretárias ranhetas, mas reclamações.

Pessoas que nada fazem para obter um up grade na vida. Não estudam, não leem, não viajam, participam de igreja, de clube, de debates, congressos, reuniões sociais. Em casa são um peso (as esposas e/ou maridos odeiam os finais de semana por sua causa). O controle remoto da TV sofre em suas mãos...

É a síndrome da segunda-feira...

Ela nos faz refletir. Os consultores de autoajuda insistem que “viver é trabalhar” e que o trabalho consume “grande parte de sua vida, e a melhor parte”... Se isso é verdade, há que fazer do trabalho um momento feliz... Nada de exageros, o equilíbrio é o melhor caminho... Não fazer do trabalho a essência e loucura da vida nem a makor tragédia humana da história.

O trabalho é necessário para a realização pessoal e profissional da pessoa. E uma boa semana de trabalho começa na Segunda-feira, com direito ao soborô do domingo.

Aos que acham a segunda-feira o inicio da tortura semanal, um conselho: é bom repensar a perspectiva de vida e levar um choque de atitude. Mudar ou mudar... O mundo muda... As coisas mudam... Os sentimentos também... Os da geração Y estão vindos como um rolo compressor...

De repente, os que se arrastam por aí, quando se derem conta, estarão literalmente só... Sem emprego, sem amigos, sem amor... E um salário pífio, que serve apenas para sobreviver...



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sábado, 27 de junho de 2015

quinta-feira, 25 de junho de 2015

VARIAÇÕES SOBRE A REALIDADE

O mundo atual, as vezes se apresenta aos olhos do observador um pouco mais atento de forma muito estranha. Há uma convivência muito mais intensa entre gerações, graças ao avanço da expectativa de vida das pessoas. Assim, temos um grande número de pessoas totalmente lúcidas com idade avançada, dialogando com pessoas de meia idade e com jovens.

Não resta dúvida que na maioria das ocasiões o assunto em pauta é a diferença do mundo atual em relação ao mundo antigo. E o que choca mesmo é a mudança de valores, de costumes a velocidade e a tecnologia. E também a violência...

Ah! No meu tempo não era assim, não!”. Muitos jovens até se irritam com isso, pois tais jovens não viveram no passado e, portanto, não têm a menor noção do foi viver lá.

Um exemplo:  Devido a violência e a incapacidade governamental de garanti-la à população, parte dela, especialmente a classe de maior e melhor poder aquisitivo  vão morar em condomínios fechados. Fechados e autossuficientes. Os moradores pouco saem de lá, principalmente as crianças.

O mundo fica restrito... O condicionamento existe... O mundo de fora vem para dentro das casas via TV e Internet. Quer queiram quer não, é uma vida intramuros.

Por outro lado, a vida nos centros urbanos é “quase” a mesma coisa. As cidades se verticalizam e os edifícios procuram oferecer o máximo de conforto e atividades para que as pessoas saiam para a rua, apenas por necessidades de trabalho, estudos, médicas, viagens...  Não é a toa que os serviços de “delivery” estão em vento em polpa.

Há uma segmentação... Há nichos urbanos... E os bairros tidos como “operários” estão sendo empurrados para longe dos centros urbanos... Aliás, em localidades estratégicas quarteirões inteiros são derrubados para a construção de Shoppings Centers, com total estrutura de alimentação, lazer e segurança. Os mais recentes incorporam hotéis e flats para que os moradores se sirvam por ali mesmo.

E os serviços de transportes urbanos, priorizando esses nichos,  se prestam muito mais para o acesso de empregados domésticos de das lojas do que para os moradores, os quais pela suas condições de vida se utilizam dos carros para a locomoção, entupirem as ruas e causar mais poluição da atmosfera.

Essa nova realidade econômica e social, aliada à tecnologia da informação possibilita o retraimento das pessoas, o isolamento, a pouca conversa, a baixa interação e integração. As pessoas pouco se conhecem... Inclusive muitos preferem as compras em supermercados à noite ou de madrugada... Sintomas de que realmente não desejam contatos com muita gente.

E a saudade fica para os saudosos e saudosistas... Nada mais!



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quarta-feira, 24 de junho de 2015

HIPOCRISIA

Um rápido recuo na História da Humanidade... Estamos no teatro grego clássico. Os atores estão em cena, a função vai começar... Sua indumentária consiste  máscaras desenhadas e pintadas de acordo com a temática da peça... Alguns vestem as máscaras e outros apenas as seguram por hastes diante dos seus rostos. Os atores são hipócritas... Não, não são pessoas falsas... Apenas representam no palco algo que não são, pois são apenas atores... 

Hipocrisia, então, vem do grego clássico hypokrisis, que significa fingir, representar  pessoas que não são, exatamente o que os atores faziam no palco...

Como derivação desse significado, a hipocrisia ganhou o cotidiano das pessoas e passou a significar a falsidade, o “ser o que não é”... /realmente um grande problema para o convívio e a harmonia social.

Percebe-se que hipócritas, isto é aqueles que praticam a hipocrisia, são como formigas, estão em todos os lugares. Como as formigas são potenciais transmissoras de doenças, a hipocrisia também é um veneno social...

Pessoas hipócritas vivem fingindo, são atores. Conscientes ou não, são espertas, pois incapazes de ter a qualidade de outras pessoas, fazem de tudo para superá-las, mesmo sem o conteúdo necessário. São falsas, banais, supérfluas e não resistem ao menor questionamento... Logo dissimulam.

O historiador e cronista do Império Romano, Suetonio Tranquilo, já se referia aos hipócritas como “histriões, falsos e tolos”. De fato, o tempo se encarregou de provar que a hipocrisia pode evoluir para a o “histrionismo”, que é a incapacidade da pessoa de suportar o fato de não ser o centro das atenções.

Histriônico é aquele que faz de tudo para roubar a cena. Enquanto ele fala todos devem silenciar e esperá-lo concluir, coisa que nunca acontece. É cúmulo da hipocrisia.

E aí vem aquele ditado popular: “senta no seu rabo e critica o rabo do outro”. Isto é: aponta as atitudes falhas das pessoas e cometem os mesmos erros.


No campo religioso a hipocrisia pega muito. A essência da hipocrisia está na falta de coerência entre o que se fala e o que se vive. A Igreja Católica fala em incoerência entre fé e vida.

Aliás, o próprio Jesus foi veemente com os hipócritas, chamando-os de “sepulcros caiados: bonito por fora e podre por dentro”.

Suetonio sugere pena, compreensão... E nós? Precisamos de cuidado (ou coragem). Primeiro, para uma autoanalise, na tentativa de se estamos ou não no time dos hipócritas... E trabalhar isso, fazendo uma reengenharia de nossa vida.

Em segundo, procurar saber se  pessoas hipócritas estão por perto. Se estiverem, o jeito afastarmos delas, ou colocá-las no devido lugar, para que a nossas vida siga o seu curso, em que pese as dificuldades naturais.



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terça-feira, 23 de junho de 2015

IDIOSSINCRASIAS

(Os polens são uma grande fonte de alergias humanas)

Expressão que parece estranha e aparentemente pouco utilizada. De fato, é mesmo estranha e muito utilizada atualmente.

Etimologicamente, “idiossincrasia” vem do grego arcaico idiosugkrasia e significa “temperamento peculiar”, próprio, específico de uma pessoa ou de um grupo de pessoas, identificando-os. Portanto, é uma expressão que contém em seu bojo o risco dos estereótipos, que são características impingidas a pessoas ou grupos, com forte tendência ao preconceito, quando carregadas de notas pejorativas.

Inicialmente as idiossincrasias, foram utilizadas para definir as doenças que atacavam as pessoas. Os médicos não tinham os aparatos tecnológicos de hoje para investigar a fundo as causas dos sofrimentos e até das mortes. As idiossincrasias eram então consideradas comportamentos anormais das pessoas. Hoje não é mais assim. Embora as alergias, que são específicas de cada pessoa, possam ser consideradas idiossincrasias.

Permanecem, no entanto, as idiossincrasias psicológicas e psiquiátricas, guardando o mesmo significado. Emocionalmente  as pessoas desenvolvem visões especiais, particulares sobre determinados assuntos, criando ideias fixas, obstinando-se sobre elas e precisando de ajuda profissional para vencerem essas barreiras ou dificuldades...

Como dissemos o uso dessa expressão continua vasto. Em economia, por exemplo, quando o preço de determinado produto se eleva inesperadamente, fora do normal, é uma idiossincrasia.

Na sociedade, quando um grupo de pessoas desenvolvem hábitos específicos, como gostar de jogos, de festas, danças e outros folguedos, comidas, próprios de uma determinada região, e esses costumes não se estendem aos demais membros da sociedade, ali está, também uma idiossincrasia... E nem por isso esses grupos estão excluídos da sociedade.

É comum a ideia de que os brasileiros são apaixonados por futebol e samba... É uma idiossincrasia, pois nem todos os brasileiros gostam de futebol (principalmente após os 7x1 para a Alemanha) e de samba e, mesmo assim, continuam brasileiros...

Conhecer os sentidos das idiossincrasias é um caminho para conhecer as pessoas, compreender seus hábitos, palavras e gestos. Faz parte do amplo espectro que tenta definir o ser humano, ainda o maior mistério e a grande maravilha da criação divina.


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segunda-feira, 22 de junho de 2015

ESPERANÇA E DESILUSÃO

Ela nasceu e cresceu no bairro distante. Bonita, bem cuidada, estudou na Escola Estadual e sempre alimentou o sonho de trabalhar no Shopping Center... Buscou os caminhos... Conversou com os professores...

Enquanto concluía o Segundo Grau, tratou de fazer cursos...  Técnicas de  Vendas, Relações Humanas, Informática, Administração, Administração de Pessoal... Vários outros. Sempre motivada, sentia-se preparada para mercado de trabalho...

Até passou por uma experiência no mercadinho do bairro, onde foi caixa. Chegou a pedir um aumento de salário para o proprietário, pois precisava ajudar a sua mãe  comprar uns remédios não fornecidos pela rede pública.

Até que não foi muito agradável essa experiência, pois o patrão lhe disse que o melhor que poderia fazer era demiti-la, uma vez que ser caixa era o cargo de melhor remuneração que existia no estabelecimento. Mas chamou-lhe a atenção para o atendimento, para as relações que ela poderia est4abelecer com os fregueses. Compreendeu o recado....

Tempos depois ela voltou para a sala do patrão, desta vez para pedir o seus desligamento do trabalho. A razão? Um dos fregueses, encontrado com sua desenvoltura e simpatia lhe ofereceu o emprego exatamente no lugar onde mais desejava: no Shopping Center... As suas relações humanas fizeram a diferença... Uma bela vitória de sua determinação. E todos os dias renovava as promessas de ajudar e melhorar a vida de sua mãe...

Porém veio o reverso da medalha...

Trabalhar no Shopping era o seu sonho... Pois este era ( e é) o paraíso moderno, o templo de consumo da no nova religião capitalista.

Deu-se bem com as vendas. Era uma loja de roupas finas, preços elevados, mas que tinha uma clientela cativa. Entusiasmou-se.  Nas horas vagas percorria as demais lojas, ambientando-se com as ofertas, com as tendências da moda, exatamente como aprendera nos cursos que fez.

As portas se abriram e a bela moça, ostentando o crachá da loja foi percebendo que poderia comprar as coisas que tanto sonhava. E para ficar ainda mais bonita.

Blusas, sapatos, saias, vestidos, adereços, lingerie, bolsas... A crédito e sem entrada... Realização quase total dos sonhos de menina...

Finalmente, o tão esperado dia do pagamento... Vendeu bem... Não como as outras colegas de trabalho, mas para quem estava apenas iniciando, o seu desempenho foi acima do esperado. Recebeu um bom dinheiro. Saiu até um pouco mais cedo da loja em que trabalhava, pois precisava honrar os compromissos que assumira durante o mês.

E assim fez. Foi de loja em loja pagando as parcelas “conforme o combinado”. Pouco sobrou, mas estava feliz, muito feliz... Mal conseguia esperar o momento de chegar a casa...

Sua mãe lhe esperava ansiosa... Ela, com um sorriso largo no rosto abraçou a sua mãe, beijou-a e sentaram-se para conversar... Tinham muitos assuntos. De sôfrego, a linda garota sonhadora foi desfilando seus feitos, principalmente o de ter honrado todos os compromissos...

- Mas minha filha, o que sobrou para você me ajudar? Estão aqui a luz, a água, o gás... Ainda não tenho os remédios... Claro o aluguel está pago... Tenho alguma coisa de comida para comprar...

- Puxa vida, mãe... Tinha tanta coisa p’ra pagar... Estou feliz, pois paguei tudo. Sobrou mesmo o dinheiro das passagens...

Então ela começou a entender o funcionamento do Capitalismo Selvagem: quem paga o faz tranquilamente, pois receberá de volta de outros... E todo o dinheiro circulante fica por lá mesmo.



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quarta-feira, 17 de junho de 2015

ALFABETIZAR ADULTOS


Será que vale a pena alfabetizar adultos?

Seguem depoimentos de um professor:

Depoimento 1

“Senhora trabalhava numa farmácia como faxineira... Observando o trabalho dos balconistas interessou-se pelas vendas de medicamentos. Um dia procurou o gerente para saber das condições para ser promovida a vendedora.  Indagada de seus estudos, o gerente lhe informou que  só pensaria no assunto se tivesse ao menos o segundo grau completo. Do contrário nada feito. O que ela fez? Voltou para a escola, fez a suplência ou a EJA (Educação de Jovens e Adultos). Assim que concluiu o ciclo que precisava, passou a vendedora e estava muito feliz. Valeu a pena enfrentar o constrangimento de sentar numa cadeira escolar ao lado de pessoas bem novas que ela. Não se arrependeu”.

Depoimento 2

Algo semelhante aconteceu com outra senhora. Da mesma maneira, ela era faxineira numa farmácia de manipulação. Fez o curso da EJA e logo em seguida passou a auxiliar de manipuladora... E também muito feliz”.

Depoimento 3

“Encontrei-me com uma terceira senhora tempos após sua passagem pela EJA. A primeira fala dela foi contar que pela primeira vez em sua vida estava trabalhando com registro em carteira, graças ao seu certificado de conclusão do Ensino Médio”.

Depoimento 4

“Sempre no inicio do ano letivo eu procurava incentivar os alunos do EJA,  de várias maneiras, principalmente mostrando a eles frases motivacionais., como esta atribuída a Chico Science: ‘Um passo á frente e você não ES tá mais no mesmo lugar’.

No final do ciclo uma aluna me procurou apenas para me agradecer e dizer com voz embargada: ‘Professor, obrigada por tudo. Saiba que eu já não estou mais no mesmo lugar’”.

Depoimento 5

Há restrições, prós e contras ao ensino ou alfabetização de jovens e adultos. Sou totalmente favorável, não só pelos depoimentos apresentados, como por outros resultados e significados. A melhora da autoestima e evidente, bem como a inclusão social. A questão do emprego é relativa. Muitos estudam por exigências dos empregadores. Outros fazem o EJA por comodismo, pois são maus alunos no ensino regular, param e depois, quando atingem a idade exigida voltam com o mesmo espírito de antes. Isso é um problema e desmotiva aqueles alunos sérios.

Porém, no frigir dos ovos, alfabetizar adultos vale a pena, sim”.

Depoimentos do Professor de História José Gonçalves dos Santos.

Está dito...


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terça-feira, 16 de junho de 2015

OS CAMINHOS PARA A SABEDORIA


Palavras de Augusto Cury:
“Sábio é o ser humano que tem a coragem de ir diante do espelho de sua alma para reconhecer seus erros e fracassos e utilizá-los para plantar as mais selas sementes no terreno de sua inteligência”.

O episódio de Madalena, polemizado por alguns, narrado nos Evangelhos, é um belo exemplo da postura de Jesus Cristo e que tratou o caso com imensa sabedoria.

Madalena, surpreendida em “pecado” foi levada até o mestre... Este, impassível, primeiro analisou o ambiente e percebeu que aquele gesto de trazer a pecadora até ele, escondia várias ciladas, e a intenção mesmo dos detratores era testá-lo. Se Jesus a condenasse ou repreendesse estaria contrariando seus próprios ensinamentos, não acolhendo a pecadora. Se a protegesse, estaria se juntando aos pecadores e poderia ser acusado até de ter já se aproveitado dela.  A atitude de Jesus, ao continuar escrevendo no chão foi de buscar nos olhos de cada um os reflexos de seus pensamentos maldosos.  Ali, certamente, estavam muitos que já tinham se aproveitado dos “serviços” daquela prostituta.

Surpreendentemente Jesus, paciente, sábio e firme, fitando-os, disse a famosa e enigmática frase: “Quem não tiver pecado que atire a primeira pedra”... Dando um tempo, volta-se para Madalena, e continua... “Ninguém te condenou... Eu também não... Vá e não peques mais...” Como é sabido, Madalena se tornou uma de suas fiéis seguidoras, convertendo-se, portanto. Quanto aos demais, afastaram-se com os rabos entre as pernas.

Aí um belo exemplo de sabedoria, que extrapola o âmbito religioso, alcançando o cotidiano de nossas vidas.

A sabedoria não nasce dos livros. Estes são fontes de conhecimento, também essenciais para a vida. A sabedoria nasce da vida e, especialmente da humildade. Aliás, o sábio é sábio por natureza, não se arroga ao direito de ser sábio. O conhecimento é fonte de arrogância se não foi regado pela humildade. A sabedoria é filha da humildade. Que bom seria se todos os detentores do conhecimento total também fossem humildes!

A sabedoria nasce do reconhecimento dos erros e dos fracassos (Augusto Cury). Aprende com eles. Nasce também das perguntas constantes, das buscas por respostas. Nasce do silêncio, da reflexão, da calma, do recolhimento... Da não pressa... Do autocontrole... Do domínio de si mesmo... Do frear dos ímpetos...

Sabedoria não rima com arrogância... O sábio acolhe, ouve, aplica o “olho-no-olho” sem agressividade... O Sábio é livre e projeta essa liberdade das pessoas... Por isso o sábio atrai... Por isso o nunca está só... No contraponto, os arrogantes são sérios candidatos à solidão que enlouquece.

Os caminhos para a sabedoria são simples...

É como diz o cantador mineiro José Paulo Medeiros, quando definiu como é ser caipira (em homenagem a Inezita Barroso): “...Basta ser um simples ser...”



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segunda-feira, 15 de junho de 2015

QUEM É ELE?

Em Química, Ele converteu água em vinho (João 2-1,11);
Em  biologia, nasceu sem a concepção normal (Mateus 1-18,25);

Em Física, contrariou a lei da gravidade, quando andou sobre as águas e subiu aos céus pelas próprias forças (Marcos 6-49,51);

Em Economia, Ele refutou as leis matemáticas ao alimentar 5.000 pessoas com somente cinco pães e dois peixes; e ainda fez sobrar 12 cestos cheios (Mateus 14-27,21);

Em Medicina, curou os enfermos e os cegos sem administrar uma única dose de medicamento (Mateus 9-19,22 e João 9-1,15);

A História da Humanidade no mundo ocidental é contada antes Dele e depois /dele. Pois Ele é o Princípio e o Fim...

Ele foi chamado Maravilhoso Conselheiro, o Príncipe da Paz, o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores (Isaías 9-6);

A Bíblia revela que “...Ninguém chega ao Pai senão por Ele”... Ele é o único caminho (João 14-6);
.
Então, quem é Ele?

...É JESUS DE NAZARÉ!

E não há como negar: é o ser humano mais importante da História da Humanidade. Ele desestruturou um império, desinstalou os acomodados, humilhou os exaltados e exaltou os humildes.

Quando passou pela terra arregimentou um grupo de homens simples e iletradas fazendo-os discípulos, companheiros e os treinou para espalhar suas ideias e ideais pelos quatro cantos possíveis do mundo. Eles se multiplicaram e organizaram uma grande e extraordinária instituição, a Igreja Católica que depois se subdividiu em Igrejas Cristãs.

Suas principais ferramentas: a pregação de um reino de paz, de fraternidade, de desapego,  de simplicidade, de perdão, de amor ao próximo... o convencimento através do exemplo. Sua autoridade se fundamenta no exemplo: primeiro fez, depois orientou em segui-lo... “Vai e faze tu o mesmo”...

Pois é...

Ele não tinha servos, no entanto, O chamavam de Senhor...
Ele não era letrado, ainda assim O chamavam de Mestre...
Ele não érea formado em medicina, mas era chamado de “Médicos dos Médicos...”

Ele, mesmo sendo um Rei, não tinha exército, mas os impérios O temiam... Ele não enfrentou batalhas... Mas conquistou o mundo...
Ele é exemplo de organização, de psicólogo, de filósofo, de líder servidor, de amigo, de prudência, de cuidado com o humano...
Ele não cometeu nenhum delito, entretanto foi crucificado... Sacrifício maior, assumindo todas as culpas, passadas, presentes e futuras.
Ele morreu de braços abertos, conclamando a todos para que não vivam de braços cruzados...
Ele foi sepultado numa tumba protegida por pedras...
Sua maior vitória foi rompê-las, vencendo a morte e, com isso, dar um novo significado para a vida dos que acreditam nele.




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CELEBRAR A MEDIOCRIDADE?


Tentaremos fugir da mediocridade...

Mediocridade, no dicionário, é a qualidade de ser medíocre, do latim mediocris, algo que está no meio, entre o bom e o ruim ou mal, entre o grande e o pequeno... Tem outros significados: o que é médio, mediano, pobre, banal, execrável... Portanto, tem muito de pejorativo...

A mediocridade está presente em todas as atividades humanas, com aspectos negativos, tornando inexequíveis projetos, equipes, relações conjugais, amizades, grupos de voluntariado e tudo o mais.

Uma das bandeiras de luta mais intensas de Jack Welch durante o período em que comandou a GE – General Eletric, uma das maiores empresas do mundo, foi exatamente o combate à mediocridade, especialmente o ato de celebrá-la, a partir de resultados pequenos.

De pessoas medíocres é lícito apenas esperar resultados medíocres, em todos os sentidos. Pessoas medíocres não sonham alto, não tomam iniciativas, permanecem em sua zona de conforto...

Os medíocres não possuem qualidades ou habilidades para fazer qualquer coisa. São pobres de espírito, muito menos não são desenvolvidas intelectualmente. São simplesmente medíocres...

Por que celebrar a mediocridade? Quem acha que qualquer pequena conquista: um cliente novo (mas temporário), uma palavra nova em inglês ou outra língua estrangeira, uma noite de amor com uma mulher dos sonhos, aprovar na empresa uma ideia que aumenta custo, a aquisição de um bem ou equipamento que não agregue valor à vida das pessoas ou da empresa, na verdade está dando um tiro no pé e desperdiçando importantes energias...

Não se celebra a mediocridade, muito menos se estabelece objetivos modestos, conforme ensina Jack Welch. Para esse executivo, é necessário “almejar sempre o impossível e se aproximar dele o máximo possível”... É utopia, sim... Pois é a utopia que faz caminhar...

Celebrar a mediocridade é desperdiçar energia e vendar os olhos para as reais possibilidades de sucesso.

Cabe ao líder, o seja ele o executivo da empresa, o pastor daquela igreja, o sacerdote pároco da paróquia, o líder comunitário, o presidente da ONG, o criador do grupo de voluntariado, o chefe de família, o líder político... Cabe a quem tem a responsabilidade de conduzir, o discernimento necessário para canalizar as energias para as coisas boas que estão acontecendo e não premiar a mediocridade e o descompromisso.

Nada de festa quando se marca gol contra!


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sábado, 13 de junho de 2015

"O MUNDO É UM MOINHO" - CARTOLA



Esta música foi escrito por Cartola, o mesmo que a interpreta. Outros cantores e cantoras, ao longo do tempo, gravaram e também fizeram sucesso, como Cazuza, Ney Matogrosso e Beth Carvalho.

Interessantes são as lendas que cercam a criação desta música. Nenhuma delas com fundamentos históricos definitivos.

1)   Ela teria sido composta como um recado para uma enteada, filha de D. Zica, que teria resolvido sair de casa para se prostituir. O texto é bem específico a respeito, o que pode levar a consideração de fato verídico.
2)   Cartola teria se inspirado num episódio de fim de relacionamento de um casal, até hoje não identificado.

Persiste a dúvida entre os historiadores... E o desafio da pesquisa, também...

Nada disso, porém, diminui a ótima qualidade poética e melódica da música... Sem dúvida, um clássico!



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terça-feira, 9 de junho de 2015

UM CORAÇÃO BENEVOLENTE

“...Todos os corações nobres têm algo em comum, a misericórdia. Ela nos torna verdadeiramente humanos e divinos. Quem se compadece dos outros de si próprio se lembra. A compaixão se manifesta por atos e nela é essencial a bondade. Compadecer-se dos sofrimentos e tentar resolver as contrariedades da v9da. A compaixão e a misericórdia que se inclina sobre a miséria humana e é reconhecida através de atitudes e bons gestos...”

Excerto de texto publicado no Portal Vozes, Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, do Pe. Antonio Francisco Bohn, de Luiz Alves-SC.

Coração benevolente é absolutamente necessário, ainda que seja um  contraponto às exigências do mundo moderno.

 Consumismo-hedonismo é um dos motes mais importantes que determinam o estilo de vida das pessoas atualmente.

O consumismo é a pedra de toque do capitalismo. Sem consumo não há capitalismo. O dinheiro precisa circular, passar de mão em mão, até acumular na conta de alguém, o grande, invisível e encastelado capitalista maior. Quem não compra não é gente, por isso está excluído, é invisível, a não ser que seja salvo por uma dessas “bolsas” governamentais.

Já o hedonismo é a doutrina da busca do prazer pelo prazer. É antiga, vem dos gregos, sendo o filósofo Epícuro um dos seus baluartes. O prazer sexual é, hoje, um dos componentes mais fortes. Como essa doutrina sofre sérias restrições de Igrejas e Confissões Religiosas, uns procuram atenuá-lo dizendo que o hedonismo é a tendência da pessoa em se livrar da dor, substituindo-a pelo prazer. Esse é o ensinamento de Epícuro.

Entretanto, persiste a corrente do hedonismo puro, que busca mesmo o prazer a qualquer custo: pelo sexo, pela ostentação, pelo consumo, pela subjugação de pessoas, pela violência, pelas drogas, pela ganância, pelo poder em todas suas formas, mandando às favas qualquer forma de solidariedade, de benevolência, de altruísmo, de religiosidade.

Consumismo e hedonismo, aliados de peso na conformação da sociedade pós-moderna, de pleno domínio do capitalismo.

João Paulo II pregava a globalização da caridade como forma de equilibrar a globalização econômica, percebendo que aqueles que não tinham poder econômico fatalmente estariam alijados do processo socioeconômico.

Assim, ter um coração benevolente é aproximar-se dos excluídos, vítimas de todas as formas de pobreza, inclusive as da pós-modernidade, que vitimizam as pessoas de posse que não têm estrutura psicológica para suportar a pressão consumista-hedonista.

Que tal uma paradinha para pensar... E dar uma olhada ao redor... Certamente ali estará alguém de mão estendida à espera de um coração benevolente.



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segunda-feira, 8 de junho de 2015

POSTEMA... O QUE É ISSO?

Sabemos que é uma expressão utilizada pelos moradores mais antigos do interior paulista. E às vezes escapa da boca de nossos pais e avós, cujas origens são da zona rural. E também da dos mais jovens, pois está impregnada nos seus subconscientes.

Mas, então, o que quer  dizer postema, que até o vocabulário do “word” desconhece? Enrolemos mais um pouco...

Na língua espanhola “apostema” é uma ferida que gera um abscesso de pus, que supura, que estoura e expele o material purulento. É sabido que esse é um processo extremamente doloroso, portanto muito chato.

Quem já teve um furúnculo nas nádegas e ficou algum tempo impedido de sentar sabe muito bem como isso é chato...

Provavelmente essa expressão passou a ser usada informalmente e foi alterada, alterada tanto quanto no seu significado.

Hoje é muito comum, como dissemos, no meio rural e entre as pessoas mais antigas, frases como essas:
“Aquela moça é uma postema... Nem limpar cocô de criança sabe!”
“Vai, postema, dorminhoco, lerdeza... Como é que pode um negocio desse!”
“Esse trabalho de gente bruta, não para postemas...”

Haja sabedoria... Simples e abençoada sabedoria...

Postema já não identifica mais a pessoa chata, ma pessoas sem iniciativas, fracas, medrosas, que não se desenvolvem, são infantis, não caminham pelos próprios pés.

Pensando bem, postemas não deixam de ser chatos... O mundo hoje caminha célere. O trem é veloz... Não tem vaga para os lerdos... Eis a razão de tanta gente ficando pelos caminhos da História.

Na própria zona rural se exige hoje passos firmes, decisões e velocidade na medida correta. Os bois são transportados em carretas, porém tangidos das pastagens para os locais de embarque. O trabalho continua pesado, à cavalo e feito por peões espertos. Nada de postemas, pois os frigoríficos têm pressa.

Por outro lado, pessoas que ficam pelo caminho acabam se tornando fardos para as famílias e peso para a sociedade.  Já se fala na geração nem-nem... Nem trabalha-nem estuda (postema)... São abscessos purulentos...

Somos adeptos do equilíbrio, pois as coisas não devem ser feitas de afogadilho, às pressas, com precipitação. Prudência, decisão, firmeza de propósito, passos na medida certa. Para não comer comida quente demais nem gelada.

Assim é a vida... Assim se constroem histórias... (De preferência sem postemas!)


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sexta-feira, 5 de junho de 2015

A ORAÇÃO DO "PAI NOSSO"


MENSAGEM DO CD "DIÁLOGO COM DEUS" - VOL. 2
DE TONY FERNANDES
PARTICIPAÇÃO DE KÁSSIA FOGAÇA


Vídeo: Whatsapp

quinta-feira, 4 de junho de 2015

AMÁLGAMA


Amálgama é uma liga de mercúrio com outro metal utilizada para fins e praticas que visam o atendimento das necessidades da vida cotidiana das pessoas. A amálgama com a prata serve para restaurações dentárias; a amálgama com o estanho é utilizada para espelhar vidro. É utilizada, também, nos processos de extração mineral... Ela pode ser líquida, quando nela se acrescenta pouco metal ou sólida, quando a quantidade de metal é maior.

A origem etimológica é controversa: do latim “amalgama”; do francês “amalgame” ou do árabe “al-malgham”... Todas indicando a mistura, a fusão de metais, tendo como base o mercúrio.

Hoje o uso de todo qualquer metal que contenha mercúrio, se não é proibido, é combatido, tendo em vista os seus malefícios à saúde e ao ambiente.

Mas a palavra é bonita e o seu simbolismo também. Pois hoje é utilizada pelos escribas para definir a união de coisas heterogêneas, desiguais, com objetivos únicos. Os lingüistas utilizam a amálgama para explicar a junção de duas palavras diferentes que dão origem uma terceira. Os antropólogos se referem à amálgama para reunir etnias diferentes quando estas formam uma nova nação.

Pessoas de diferentes camadas sociais se juntam para lutarem por objetivos do bem comum. Alguns políticos se referem à Constituição como “amálgama da democracia brasileira”. Especialistas em História da Arte alegam as obras de alguns pintores são amálgamas de tendências, escolas e estilos, portanto são universais.

Realmente belos discursos. E na vida prática da vida humana, como isso funciona? Difícil saber... Difícil compreender... Difícil explicar... Só o desprendimento, o amor pleno e definitivo.

Relacionamentos duradouros, amizades perenes, paz social, são amálgamas, pois algo uniu e fundiu as almas (com características diferentes) dessas pessoas. Relações sociais movidas pelo interesse material única e exclusivamente não gera liga, não são amálgamas, logo se rompem.

As amalgamas são resistentes ao tempo. Geram, sim, sinais de fadiga, precisam de revisão de manutenção. Com pessoas a mesma coisa. Nações construídas a partir de fusão de etnias, sem o respeito às individualidades de cada uma são fadadas não permanecem. A Geografia e a História explicam isso. Amizades e relacionamentos conjugais fracassam, pois não são fundidos numa só alma, não são amalgamados num só coração, no caminhar juntos, lado a lado.

Novamente o tema da maturidade... Esta é o fio condutor que faz a amalgama acontecer na vida das pessoas. Pessoas maduras sabem o que querem, respeitam  a si próprias e aos demais... Amam sem o sentido da posse... E as suas amizades são meios para a construção de um mundo melhor e mais humano.



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