segunda-feira, 8 de junho de 2015

POSTEMA... O QUE É ISSO?

Sabemos que é uma expressão utilizada pelos moradores mais antigos do interior paulista. E às vezes escapa da boca de nossos pais e avós, cujas origens são da zona rural. E também da dos mais jovens, pois está impregnada nos seus subconscientes.

Mas, então, o que quer  dizer postema, que até o vocabulário do “word” desconhece? Enrolemos mais um pouco...

Na língua espanhola “apostema” é uma ferida que gera um abscesso de pus, que supura, que estoura e expele o material purulento. É sabido que esse é um processo extremamente doloroso, portanto muito chato.

Quem já teve um furúnculo nas nádegas e ficou algum tempo impedido de sentar sabe muito bem como isso é chato...

Provavelmente essa expressão passou a ser usada informalmente e foi alterada, alterada tanto quanto no seu significado.

Hoje é muito comum, como dissemos, no meio rural e entre as pessoas mais antigas, frases como essas:
“Aquela moça é uma postema... Nem limpar cocô de criança sabe!”
“Vai, postema, dorminhoco, lerdeza... Como é que pode um negocio desse!”
“Esse trabalho de gente bruta, não para postemas...”

Haja sabedoria... Simples e abençoada sabedoria...

Postema já não identifica mais a pessoa chata, ma pessoas sem iniciativas, fracas, medrosas, que não se desenvolvem, são infantis, não caminham pelos próprios pés.

Pensando bem, postemas não deixam de ser chatos... O mundo hoje caminha célere. O trem é veloz... Não tem vaga para os lerdos... Eis a razão de tanta gente ficando pelos caminhos da História.

Na própria zona rural se exige hoje passos firmes, decisões e velocidade na medida correta. Os bois são transportados em carretas, porém tangidos das pastagens para os locais de embarque. O trabalho continua pesado, à cavalo e feito por peões espertos. Nada de postemas, pois os frigoríficos têm pressa.

Por outro lado, pessoas que ficam pelo caminho acabam se tornando fardos para as famílias e peso para a sociedade.  Já se fala na geração nem-nem... Nem trabalha-nem estuda (postema)... São abscessos purulentos...

Somos adeptos do equilíbrio, pois as coisas não devem ser feitas de afogadilho, às pressas, com precipitação. Prudência, decisão, firmeza de propósito, passos na medida certa. Para não comer comida quente demais nem gelada.

Assim é a vida... Assim se constroem histórias... (De preferência sem postemas!)


Imagem: Google

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