quinta-feira, 25 de junho de 2015

VARIAÇÕES SOBRE A REALIDADE

O mundo atual, as vezes se apresenta aos olhos do observador um pouco mais atento de forma muito estranha. Há uma convivência muito mais intensa entre gerações, graças ao avanço da expectativa de vida das pessoas. Assim, temos um grande número de pessoas totalmente lúcidas com idade avançada, dialogando com pessoas de meia idade e com jovens.

Não resta dúvida que na maioria das ocasiões o assunto em pauta é a diferença do mundo atual em relação ao mundo antigo. E o que choca mesmo é a mudança de valores, de costumes a velocidade e a tecnologia. E também a violência...

Ah! No meu tempo não era assim, não!”. Muitos jovens até se irritam com isso, pois tais jovens não viveram no passado e, portanto, não têm a menor noção do foi viver lá.

Um exemplo:  Devido a violência e a incapacidade governamental de garanti-la à população, parte dela, especialmente a classe de maior e melhor poder aquisitivo  vão morar em condomínios fechados. Fechados e autossuficientes. Os moradores pouco saem de lá, principalmente as crianças.

O mundo fica restrito... O condicionamento existe... O mundo de fora vem para dentro das casas via TV e Internet. Quer queiram quer não, é uma vida intramuros.

Por outro lado, a vida nos centros urbanos é “quase” a mesma coisa. As cidades se verticalizam e os edifícios procuram oferecer o máximo de conforto e atividades para que as pessoas saiam para a rua, apenas por necessidades de trabalho, estudos, médicas, viagens...  Não é a toa que os serviços de “delivery” estão em vento em polpa.

Há uma segmentação... Há nichos urbanos... E os bairros tidos como “operários” estão sendo empurrados para longe dos centros urbanos... Aliás, em localidades estratégicas quarteirões inteiros são derrubados para a construção de Shoppings Centers, com total estrutura de alimentação, lazer e segurança. Os mais recentes incorporam hotéis e flats para que os moradores se sirvam por ali mesmo.

E os serviços de transportes urbanos, priorizando esses nichos,  se prestam muito mais para o acesso de empregados domésticos de das lojas do que para os moradores, os quais pela suas condições de vida se utilizam dos carros para a locomoção, entupirem as ruas e causar mais poluição da atmosfera.

Essa nova realidade econômica e social, aliada à tecnologia da informação possibilita o retraimento das pessoas, o isolamento, a pouca conversa, a baixa interação e integração. As pessoas pouco se conhecem... Inclusive muitos preferem as compras em supermercados à noite ou de madrugada... Sintomas de que realmente não desejam contatos com muita gente.

E a saudade fica para os saudosos e saudosistas... Nada mais!



Imagem: Google

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