terça-feira, 2 de junho de 2015

O SÁBIO E A SABEDORIA


Definições de sabedoria e de como ser sábio existem muitas. A internet está plena de frases, jargões e lugares comuns. Corremos o risco de acrescentarmos mais alguma coisa... Porém precisamos dar nossa contribuição a respeito do assunto, especialmente agora que a tecnologia possibilita acessos rápido ao conhecimento, sem, no entanto, permitir uma reflexão mais profunda. Não... Não é isso que vamos fazer. Nada de reflexões aprofundadas, pois ninguém está afim disso.

Somos radicalmente contra a arrogância praticada por aqueles que se apropriam de conhecimentos empíricos (nada contra, louvável até...) e fazem uso deles para humilhar as pessoas e tornar extremamente desagradável conversas que antes eram promissoras e logo se transformam em monólogos chatos e nada construtivos.

Ser sábio não é o mesmo que deter conhecimentos. A sabedoria remete ao conhecimento amplo generalístico, holístico, a partir do autoconhecimento, que conduz a pessoa sábia para a humildade, para a prudência, para o saber esperar o momento certo de emitir sua opinião e quando o faz, é para encantar, orientar, oferecer luz.

O acúmulo de conhecimento nunca é total. As pessoas se especializam em determinados assuntos, aos quais amam e a eles se dedicam de corpo e alma...

O sábio fica satisfeito em ouvir pessoas especialistas. São fontes de aprendizado. Pois o sábio sabe que sabe muito pouco e que precisa aprender mais e mais. Os especialistas se esgotam naqueles assuntos que lhes são específicos. É sereno, impassível, porque está acima das mediocridades.

Muito bom seria se as pessoas especialistas tivessem um pouco de sabedoria, de humildade, de menos arrogância. Já os sábios, muitos deles dominam com mais eficiência determinados temas, podem discorrer sobre eles com mais fluência. Entretanto, conhece especialmente a alma humana como ninguém. Claro, não são deuses com poderes para desvendar o mais recôndito dos sentimentos, especialmente as dores que perpassam a alma. Mas deles se aproximam, pois conhecem a si mesmos.

Outra característica que torna o sábio especial: ele tem a capacidade muito mais de fazer perguntas do que afirmações contundentes e “definitivas”.

O sábio, presente numa reunião empresarial, ou religiosa, ou política, ou de clube de serviço, ou de qualquer outro gênero, sem emitir qualquer opinião, num momento crucialmente estratégico ele faz a pergunta que muda radicalmente a direção do evento. Pergunta que inquieta, que incomoda,  que desinstala, que salva.

O sábio não se identifica, não ostenta crachá, não se veste como tal. O sábio, não importa a idade: pode ser um trainee, um estagiário, um recém-chegado, o empregado mais antigo, o sócio mais experiente, o decano da comunidade... Ele simplesmente é sábio. É tranqüilo, fala pouco, não esquenta o debate, não deturpa... Observa muito e é essencial nesse mundo doidamente veloz, superficial e banal.



Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário