sexta-feira, 24 de março de 2017

A OPÇÃO POR SERVIR

(São Vicente de Paulo, patrono das obras de caridade)

Eis uma bela polêmica: a opção por servir. Muitos já imaginam a radicalidade. A missão em terras distantes, no seu país ou no exterior, com a consequente desinstalação, com as renúncias, com o desenraizamento.

Essa gente que se radicaliza e parte para terras longínquas, tendo a possibilidade de nunca mais voltar, é extraordinária e o mundo precisa. São missões leigas ou religiosas, são instituições benemerentes que congregam profissionais liberais, como médicos, assistentes sociais e voluntários de todo o tipo. Não fosse essa gente regiões inteiras na África, pelo abandono, exploração das riquezas, conflitos inter-raciais, fome, já tinham sucumbido,  numa tragédia humana sem precedentes. E na Ásia, com as guerras civis intermináveis.

Nesse sentido, é difícil fazer a opção pelo servir. Entretanto, o serviço ao outro, o acolhimento do outro, podem ser feitos em escala menor, no universo do relacionamento de cada um, no âmbito da instituição da qual faz parte, da religião que adota e frequenta.

Não é preciso ser entendido nas Escrituras Sagradas de qualquer religião, ou nos códigos de comportamento das instituições para se compreender que é importante e necessário a opção por servir. Basta o exercício de escutar o coração. Está certo que o coração não fala, apenas pulsa. Mas ele dá sempre um sinal para razão, via sentimento, de que é preciso fazer algo por alguém que está sofrendo, está sem a dignidade de vida, tão cara ao ser humano.

Muitos dirão que é preciso cuidado. Os “vicentinos”, isto é os membros da SSVP, Sociedade de São Vicente de Paulo, especialistas em atendimento aos necessitados desde 1833, quanto foi fundada na França por Antonio Frederico Ozanam, têm um conselho: ao se deparar com um necessitado tentar ver se ele já não é atendido pela SSVP. Em caso positivo, dar a assistência imediata e encaminhá-lo para um grupo de vicentinos (as Conferências) mais próximo. Em caso negativo,  também dar a assistência imediata e encaminhá-lo... Os vicentinos têm um esquema de verificação das necessidades reais das pessoas.

E assim pode ser feito com outras instituições, espíritas, por exemplo, ou leigas. São instituições que praticam o São Vicente de Paulo ensinou: a caridade organizada.

Mas jamais descartar, jamais dispensar, jamais ofender, jamais humilhar. Jamais disfarçar o medo com agressões. Se houve situações de risco é melhor nada fazer, não se expor.

Na verdade entre a dedicação radical pelo serviço ao outro e pequenas atitudes positivas no cotidiano, existe um leque de opções. Cada um pode encontrar aquele trabalho voluntário que vai lhe proporcionar a alegria de servir. E, então se perceberá que, ouvir a voz do coração e aderir ao serviço, fará mito bem a quem recebe e melhor ainda para quem se doa.

É o milagre da caridade... Que cada um pode fazer e viver!



Imagem: Google

Nenhum comentário:

Postar um comentário