segunda-feira, 13 de março de 2017

A PATIFARIA E O PATIFE


Patifaria é uma palavra não muito usada atualmente (aliás, parece que o cabedal de palavras do português brasileiro está diminuindo, graças ao precário sistema de ensino da nossa língua). Mas já foi muito utilizada, principalmente nos clássicos da literatura brasileira. É uma expressão de enorme atualidade, especialmente no campo político.

Patifaria faz lembrar uma situação de palhaçada, de brincadeira irresponsável, de banalização, de desorganização, de bagunça.. Aliás, a banalização é uma das características mais sérias da sociedade, não só Brasil, mas no mundo afora. Banaliza-se tudo, inclusive o bem humano mais valioso que é a vida. Mata-se ou se morre por qualquer coisa e tais fatos são considerados “normais”, como as guerras que pululam pelo planeta... Patifaria pura.

Para as pessoas sérias (e céticas...), há uma grande patifaria “rolando” por aí. Corrupção, tentativas de intimidação da justiça séria e desmonte da credibilidade do Supremo Tribunal Federal. Os políticos continuam nadando de braçadas, rindo do povo a quem dizem “amar”, mas que nele pisam sem dó nem piedade.

Patifaria rima com canalhice, sem-vergonhice, embuste, populismo barato, atitudes ilícitas, mau-caratismo. Lamentavelmente esses adjetivos combinam com o mundo político atualmente

Filho da patifaria é o patife, a pessoa que incorpora todas as atitudes negativas relativas à patifaria. É a pessoa que mente descaradamente, que, portanto, não inspira confiança.

Patife é o covarde, o medroso, aquele que não toma decisões na hora certa, que tudo procrastina, isto é, adia indefinidamente. É aquele que brinca com os sentimentos alheios... É desonesto, mentiroso, canalha... Pratica ações vis e de má índole. Percebe-se que o patife é indivíduo execrável, não aceito pela sociedade.

Está certo que nem todo patife é um criminoso, mas todos os criminosos são patifes, pois direta ou indiretamente, deles ferem o que há de mais sagrado no universo humano: a vida! Quem comete pequenos crimes pode não estar comprometendo a vida de imediato. Está sim, no longo prazo, ferindo, enlutando, descompondo, desmantelando as estruturas quem mantém a vida digna de uma ou mais pessoas. O que dizer daquele que mata à sangre frio, que faz emboscada, que estupra, que rouba e mata?

Percebe-se que “patife” é uma expressão extremamente pesada para classificar negativamente uma pessoa. Entretanto ela existe e se encaixa nas atitudes e comportamentos de quem não tem compromisso com a verdade, com os valores humanos, com o ambiente, com a vida.

E uma questão final: qual seria a razão da sociedade “tolerar” patifes no mundo político, no mundo jurídico, nos postos chaves da estrutura de poder? Ah! É outro departamento, que passa por algo temido para quem está no topo da sociedade... A educação! E o povo inerte não procura se educar, se informar e se formar!

E o fundo do poço se avizinha...



Imagem: Google

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