Nestes
tempos em que a velocidade é o grande denominador comum de todas as atividades
humanas, vale um pouco a necessária parada para uma pequena reflexão sobre a
quantidade, a intensidade a qualidade (em
relação a tudo o que fazemos).
Um dos
grandes paradigmas atuais é a volatilidade... Tudo se acaba, tudo muda num
piscar de olhos. Tudo rapidamente se transforma... Praticamente dormimos num
mundo e acordamos em outro, sem sair de casa. Tudo é volátil... Infeliz daquele
que não se apercebeu dessa realidade.
...E
nem estamos falando da tecnologia da informação. Volátil também pode rimar com
banal. Tudo é feito para não durar, não continuar... Nada de perenidade.
Nesse
sentido as relações humanas são as que mais sofrem... A rede de
relacionamentos, o “networking”, tão decantados há pouco tempo, já não são mais
a primazia, a menina dos olhos daqueles que desejam se inserir no mercado de
trabalho, ou ampliar o número de seus amigos.
Um
amigo conquistado hoje amanhã poderá estar longe, muito longe, no outro lado do
mundo, apenas preocupado com as novas paisagens e perspectivas. Com os “amores”
a mesma coisa... Com os empregos... E por falar nisso, a lógica capitalista do
emprego é mais ou menos esta: assemelha-se a uma viagem de avião antigo e sem
manutenção... Começamos a viagem como passageiros e terminamos como
sobreviventes. Pois é: somos empregados de manhã, sobreviventes à tarde. Até os
banhos, hoje precisam ser rápidos, econômicos...
Tudo
passa, tudo é passageiro, menos o cobrador e o motorista, companheiros da mesma
viagem rumo ao nada.
E nesse
panorama veloz, furioso, volátil, banal, o que é mais importante, a qualidade
ou a intensidade?
Se
pensarmos em humanidade, em humanismo, em seres humanos, pretensamente
“superiores” dotados de alma, coração, sentimento, religiosidade, a melhor
opção é a intensidade com qualidade. Quantidade é perda de tempo...
As
relações humanas não devem perder sua essência, que se resume no olho no olho,
na sinceridade, da verdade, no abraço, no acolhimento, no ombro amigo, na escuta,
na partilha do tempo... Coisas aparentemente arcaicas... Não, não são
arcaicas... São valores humanos que estão acima
de qualquer banalidade. Precisam ser intensas, mas com qualidade.
Está
certo que todos os valores humanos precisam ser repensados atualmente, mas
jamais colocados no balaio da banalização. E uma forma de evitar essa
banalização é qualificá-los, intensificá-los e não quantificá-los.
Assim,
nada de conversa fiada, enrolação, sem conteúdo... O que vale são palavras
ditas com sentimento, com carinho, no sentido da construção, da valorização da
pessoa, sem focar no “eu”, que é fonte de egoísmo.
Não há
tempo a perder... O amor verdadeiro, que
não morre, esse sim, tem pressa.
Imagem:
Google
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