Escrever
a respeito dos valores nordestinos é uma elevada pretensão e uma missão m tanto
audaciosa. Porque muito já se tem falado e escrito a respeito do Nordeste, sua
geografia, seus problemas, seu povo, história e sua cultura.
Muitos
já falaram e escreveram sobre os problemas, a questão da seca e a problemática
do sertanejo nordestino nesse meio geográfico cruel e de extremo abandono político
e social. Muito já escreveram sobre a migração, as dificuldades e o preconceito
sofrido pelo homem nordestino longe cd suas terras.
Porém, neste
dia 08 de outubro, Dia do nordestino, vale novamente, uma pequena reflexão a
respeito dos valores nordestinos, agora, que vivemos tempos de comunicação
instantânea. Mesmo assim permanecem os antigos valores e as circunstâncias que
fazem do Nordeste uma região especial do nosso país.
É uma região
cheia de História. Esta registra as revoluções que ajudaram a forjar o caráter
do Brasil Independente.
Recordemos
as belezas de suas praias, concorridas, badaladas, românticas. Jamais podemos
esquecer que à medida que avançamos, a partir das praias para interior notamos
as alterações das paisagens. O verde vai sendo substituído pelo seco, a riqueza
pela pobreza, a abundância de água, pela secura do ar e do chão. São os desafios.
Desafios para a compreensão dos de fora, para a compreensão das autoridades. No
centro de tudo o homem, o sertanejo, forte, corajoso, arraigado e apegado ao
pouco que tem ou ao que lhe resta.
Mas o
nordestino não é só sofrimento. O nordestino é alegria, é acolhimento. Vejam os
cordéis, a música, a dança, o folclore, o carnaval. Vejam a espontaneidade, o repente. Ainda que
a música possa revelar a tristeza que o nordestino sente na alma, ela é alegre,
esperançosa, sem jamais contestar os desígnios da natureza e do ambiente onde
vive.
O
nordestino é sinônimo de cultura. E haja valores. Nomes que o mundo inteiro
cultua e que às vezes, o próprio brasileiro não conhece. Josué de Castro, Gilberto
Freire, Adriano Suassuna, Patativa do Açaré. Celso Furtado, José Américo de
Almeida, Raul Pompéia, Castro Alves, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, Raquel de Queirós
José Lilns do Rego Graciliano Ramos Manuel Bandeira, e tantos e tantos outros.
O quê
dizer dos cantores, compositores, poetas, artistas, repentistas, cordelistas,
comediantes? Preenchem páginas e páginas...
A culinária
é riquíssima e quente (apimentada), destacando-se a carne de sol, a buchada de
bode, o sarapatel, o acarajé, o vatapá, o cururu, os frutos do mar, os
derivados de milho, da macaxeira... As frutas originárias da região, como a
graviola, o umbu, a manga, o buriti, o sapoti e outras mais.
Muito
mais que não ter preconceito em relação ao nordestino, pois isso deve ser
condição natural do ser humano, é preciso conhecer o nordestino de entro para
fora, isto é, a partir da vivência e da convivência no seu cotidiano, para apreender
sua maneira de pensar, de ver a vida, de cantar suas músicas de dançar suas
danças, de vivenciar os seus problemas e de superá-los, com sua religiosidade
simples, mas sincera, sem as sofisticações do mundo moderno.
O nordestino
é um forte... Mas, também, mas todo alegria, todo espontaneidade, todo
acolhimento. Basta contemplá-lo com olhos humanos.
Imagem:
Google
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