Dividiremos
a postagem de hoje em duas partes: Um pouco sobre a barata, esse “animal
nojento”, e um pouco sobre a figura simbólica do “ter (ou não ter) sangue de
barata”...
Vamos à
primeira parte. Hoje em dia se comenta muito sobre a questão da resiliência,
que originalmente é a propriedade que alguns materiais tem de retornar ao seu
estado inicial após ter sido submetido a uma grande pressão externa. Atribuída
ao ser humano, é a capacidade de manter a sua essência, ou suas características
principais, mesmo em situações de grande pressão ou de estresse.
Pois é,
a barata, o que ela tem de nojenta tem de resiliência, pois existe na natureza
há mais de 112 milhões de anos, permanecendo da mesma forma. Ela vem superando
todas as dificuldades naturais da evolução do planeta. Ela é contemporânea dos
dinossauros. Estes, apesar do tamanho,
não resistiram à primeira grande mudança climática. Hoje são milhares e
milhares de espécies de baratas nos ambientes silvestres e urbanos. O que mais
nos interessa são as baratas urbanas, conhecidas como “americanas”. E elas são
nojentas (fazem questão desse adjetivo), transmissoras de doenças, resistentes,
adaptadas aos ambientes que mais gostam, que são os esgotos, os depósitos de
comida, as lixeiras e o lixo e gostam, também, da noite, quando buscam
alimentos e água. Descansam placidamente durante o dia.
Importante:
as baratas são vetores de doenças como as parasitoses, a toxoplasmose, a
hanseníase, as disenterias, o tifo, a pneumonia e a meningite. O contágio se dá
através do contato com suas fezes. Seus predadores naturais são os seres
humanos, as aves, as lagartixas e, por vezes o gato. Os felinos se contaminam
com a toxoplasmose, provavelmente ingerindo esses “simpáticos” bichinhos.
Sua
biologia é diferenciada; seu sangue é incomum, uma espécie de gosma branca e fria,
possui sensores especiais que as livram dos perigos e seu cérebro (!?) é
espalhado pelo corpo. Por isso não morrem facilmente. Uma vez envenenada,
protegem seus ovos do envenenamento. E
não é qualquer inseticida que as destroem. Só mesmo o “peso” de uma sapatada
humana. Baratas têm sangue frio.
Agora
vamos à segunda parte: “ter sangue de barata”. É uma expressão pejorativa,
remetendo ao indivíduo que não reage à provações, humilhações, situações
vexatórias, mantendo a frieza ou uma espécie de “alienação” em relação ao que
está ocorrendo à sua volta.
Por
outro lado, pode indicar também os motivos para reações inesperadas, inusitadas
e intempestivas, do tipo “...eu bati
mesmo nele, porque não tenho sangue de barata!”... “Eu mandei embora... Não tenho sangue de barata!”... Crimes são
cometidos em nome da bandeira de não levar desaforo para casa e não ter sangue
de barata.
Se os
homens fossem, de fato, semelhantes às baratas ainda estariam vivendo de forma
primitiva, pois não tinham evoluído, partindo de uma civilização tida como
primitiva para uma civilização “moderna” e tecnológica. As baratas apenas se
adaptaram, mantendo seu estágio primitivo.
É bom ser
frio, racional e agir com prudência. Não é bom ter sangue de barata e
permanecer inerte. Vale a pena o equilíbrio.
Imagem:
Google
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