A
democracia grega clássica, especialmente em Atenas, era direta, exercida pelos
cidadãos atenienses que se reuniam em praça pública para as deliberações. A
Ágora era o local para essas reuniões. Os assuntos debatidos eram sempre de
interesse da cidade, como segurança, tratados comerciais com outras cidades,
obras, leis gerais, cultura, enfim.
Vale
lembrar que eram considerados cidadãos apenas os nascidos em Atenas e de pais
atenienses.
Com o
tempo as praças foram se aparelhando, com edifícios públicos e um intenso
comércio. Assim, a Ágora se transformou em local de grande concentração e
movimentação de pessoas.
Com a
intensidade das atividades e o afluxo de pessoas, as quais se somavam aquelas
que não eram cidadãs, como escravos, estrangeiros e os passantes, os riscos de
pessoas idosas e crianças se perderem de suas companhias eram muito grande. Os
cuidados eram sempre redobrados, como acontece modernamente em locais
semelhantes, não mais para decisões políticas, uma vez que a democracia direta
já não é mais possível. As concentrações são, como podemos perceber, em áreas
de grandes eventos artísticos, de livre-comércio, de peregrinações religiosas.
Hoje há
o agravante do aumento da violência e da sensação de insegurança. Tais
situações tem gerado nas pessoas, no âmbito das fobias (medos), o sentimento de
abandono em meio à multidão. Os especialistas chamam a isso de “Agorafobia”.
Diante desse sentimento, as pessoas passam a fugir de grandes aglomerações,
pois literalmente entram em pânico quando estão cercadas de muita gente.
A
Agorafobia é uma doença emocional e como tal deve ser tratada por
especialistas, no âmbito das fobias. O primeiro passo, como sempre é o autoconhecimento
e o reconhecimento de que o problema está presente. Ninguém deve ser uma ilha,
pois a vida é feita de interdependência e fora dela não há sobrevivência. Mas a
Agorafobia existe e deve ser reconhecida, tratada e combatida.
E com o
passar do tempo, com o advento das novas tecnologias, ganha novos contornos.
Por exemplo, as redes sociais. As pessoas que têm tendências ao isolamento, ou
têm latente a fobia social, se utilizam delas para se recolherem em seus cantos
e praticamente abandonarem a vida social.
Isso não
é bom. Esse isolamento afeta especialmente os adolescentes e jovens, tidos como
“nerds”, que não encontram espaço para o desenvolvimento de suas
potencialidades, em meio às banalidades da vida atual.
É uma
nova modalidade de Agorafobia. Os pais devem estar atentos aos comportamentos
diferenciados dos filhos nesse sentido. Os perigos das redes sociais são
muitos: pedofilia, drogas, relacionamentos impróprios. Ou simplesmente o
isolamento social.
A ação
deve ser imediata. Há vidas em jogo.
Imagem:
Google
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