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"O amor é isso: Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já deixou de ser laço". Mário Quintana
sábado, 24 de junho de 2017
sexta-feira, 23 de junho de 2017
O BOM SENSO
Ah! O bom
senso! Seria tão bom se a vida fosse totalmente fundamentada no bom senso! O
bom senso nas relações sociais... O bom senso na política... O bom senso na
economia... O bom senso na religiosidade, sem fundamentalismos... O bom senso
nas relações familiares, empresariais, esportivas, enfim...
Ah! O
bom senso... Mas o que é o bom senso? A preocupação com o bom senso vem desde
Aristóteles. É dele a afirmação:
“O bom
senso é o elemento central da conduta ética, uma capacidade virtuosa de achar o
meio-termo e distinguir a ação correta, o que é em termos simples, nada mais do
que bom senso”
Bom senso
resume conduta ética. Portanto, uma pessoa de bom senso tem um forte sentido de
ética, valores de conduta, noção do bem comum, valores humanos, respeito à
liberdade e, sobretudo, conhecimento holístico, isto é do todo. Não parece
fácil, pois demanda formação familiar, religiosa e educacional.
O bom senso
requer capacidade virtuosa... Virtude, qualidades do bem, do acolhimento, da
amizade sincera, do respeito ao outro. É a sensatez, o equilíbrio...
Bom senso,
então, é a capacidade de encontrar o meio-termo numa determinada situação,
acima do senso comum, sem exageros, sem pendências mais de um lado o que para o
outro. O destino final do bom senso é a ação correta, a justiça, conforme as
leis naturais, aquelas que precedem o ser humano.
O senso
comum, que é a opinião da maioria das pessoas, pode ser falho, pois muitas
vezes depende de liderança humana, de populismos, de discursos inflamados, de
fundamentalismos.
A
política não deve beneficiar a poucos. Os discursos podem conduzir a interpretação
errônea de que isso é verdade. O senso comum aceita, mas o bom senso não. Assim
acontece com a economia, com os fundamentalismos. O bom senso deve prevalecer e
o bem comum salvaguardado.
O bom senso
é essencial para que a vida atinja seu grau máximo de equilíbrio, que é a
tranquilidade de espírito e paz de consciência.
Mas a
noção de bom-senso sofre outros perigos. Um deles é o risco da pessoa, segundo
Francois de La Rochefoucauld, “achar que
os outros só têm bom senso quando compartilham da sua opinião”.
É o
risco da sociedade egoísta e incapaz de estudar o suficiente para atingir a maturidade
e o conhecimento holístico.
Se a
vida em sociedade está em sobressaltos. Se a população está com medo, sem
perspectivas, desacreditada, desanimada, sem ter em quem confiar, ela está
muito distante do bom senso.
Imagem:
Google
terça-feira, 20 de junho de 2017
O QUÊ O DINHEIRO COMPRA E NÃO COMPRA
O dinheiro pode comprar luxo, mas não pode
comprar o poder espiritual. Dinheiro pode comprar o progresso e ascensão, mas não
comprará o reconhecimento de Deus. O dinheiro pode comprar favor e elogios, mas
não comprará o respeito pela alma”. W. A. Criswell – In “Pão Diário”, Vol 20 –
Pág. 122
Num
mundo dominado plenamente pelo capitalismo, o dinheiro é algo essencial para
existência, quando não pela subsistência. Tudo o que é material, necessário
para a manutenção da vida tem de ser comprado: a alimentação, o vestuário, a
casa (que pode ser alugada), a proteção, os meios para o reconhecimento social,
para a realização pessoal, como os estudos superiores (sendo muito limitado o
acesso ao ensino superior gratuito), enfim, a autorrealização, com viagens,
leituras, conhecimento holístico. Há a aparente ideia de que o dinheiro pode
comprar tudo, ou quase tudo.
Todo
esse elenco de realizações, que tem por base a “Hierarquia das Necessidades” conforme
Abraham Maslow, só tem sentido quando fundamentada em valores que o dinheiro
não pode comprar. Valores humanos, como o amor, a lealdade, a amizade, a
família, a honestidade, a religiosidade, o gosto pela arte e pelo belo, o
interesse pela leitura...
O
dinheiro compra contratos, como a corrupção, a bajulação, momentos de satisfação
de instintos sexuais, que são como chupar laranja lima: doce no inicio, mas amarga
no fim.
O
dinheiro compra serviços, como os “aviõezinhos” ou as “mulas” para entrega de
drogas e/ou transporte de “malas de dinheiro”, no caso dos conluios políticos.
O
dinheiro compra a mentira, mas jamais comprará a verdade, a verdade absoluta,
que é filha de uma longa história de educação familiar, de construção de
premissas, voltadas para as correntes do bem.
O
dinheiro compra relacionamentos temporários, falsos abraços, beijos frios, sexo
eventual, mas compra o ombro amigo, o abraço profundo, o caminhar lado a lado, o estar juntos nas horas boas e
principalmente nas horas difíceis. Os comprados, os contratados, estão
presentes nas horas indicadas nos contratos, mas são os primeiros a fugir
quando as emergências acontecem.
O
dinheiro pode até comprar planos de saúde, mas jamais comprará o equilíbrio da
vida saudável, que fruto de uma opção íntima, inatingível para as pessoas de
fora, a não ser a própria pessoa e Deus.
O
dinheiro pode comprar uma escola, ou melhor, a escola se vende ao pai,
especialmente o bom pagador, mas não compra o processo educacional que leva o
filho ao saber holístico, que engloba o conhecimento geral, o conhecimento
político, a noção do bem comum.
Enfim,
o dinheiro não paga a paz e a serenidade nos diálogos noturnos com o travesseiro.
Imagem:
Google
sábado, 17 de junho de 2017
quinta-feira, 8 de junho de 2017
ASSIM SOMOS FELIZES
Por do sol em São José dos Campos - SP
(NOSSA
HOMENAGEM AOS NAMORADOS)
O tempo
ensina que para ser feliz basta amar e ser amado.
O tempo
ensina que o amor acontece quando se olha diferente. E através desse olhar, não
sabemos como, enxergamos a alma.
O amor
acontece quando desejamos simplesmente estar juntos, às vezes sem dizer uma
palavra. O amor não precisa e palavras, mas de toques suaves.
O amor,
paciente, espera e não se esgota e tem seu tempo projetado no tempo de Deus.
O amor
como doação, se projeta no outro, confiando no outro a condução de sua
felicidade. Assim, no amor, eu não quero ser feliz, mas simplesmente sou feliz
porque o outro realmente me faz feliz. Fazemos felize um ao outro.
O amor
é sinônimo de tantas outras coisas, como o respeito à identidade do outro, o
reconhecimento da liberdade do outro, uma vez que o outro não se anula ao
assumir o seu amor, mas cresce em importância, especialmente como ser humano,
fonte de todas as dignidades.
O amor
rima com cuidado... Com preocupação mútua, com renúncias, com desinstalação,
com sofrimento solidário, com “o sentir a
dor do outro”, com viver as alegrias do outro, as emoções do outro, o
silêncio do outro.
Se o “amor é eterno enquanto dura”, segundo
Vinicius de Morais, ele é, também, intenso enquanto eterno. Um momento
vivenciado vale a eternidade. O olhar... O toque... O abraço... O respeito... A paz...
O amor
não quer luxo apenas um ninho, um cantinho simples, para onde se tem uma
vontade louca de voltar.
Sim, o
amor e a felicidade não constroem casas ou prédios, mas ninhos que acolhem, que
resgatam o sentido do humano...
Ninhos, lares, que geram vida, que geram paz, que
geram compreensão, que gera forças para viver...
Ser
feliz é simples... Basta não querer muito. Basta ser simples. Basta “ser um simples ser“.
Assim é
o amor que vivemos... Assim é a felicidade que sentimos.
Imagem: Arquivo do blog
quarta-feira, 7 de junho de 2017
SR. JOAQUIM, 90 ANOS
Sim,
ele faria 90 anos se não tivesse partido no dia 31 de Maio do ano passado. Sr.
Joaquim, 90 anos.
Uma
pessoa simples, alegre, batalhadora... Palavras comuns para definir um grande
homem. Homem de muitos orgulhos...
Orgulho
de, aos 80, 85, 86, 87, 88 anos, jamais ter sido internado. Só conhecia
hospital porque visitava doentes, principalmente os filhos. Orgulho por ter
criado dez filhos, todos encaminhados na vida, em contraponto à frase
introdutória da famosa música sertaneja “Couro de Boi”: “Há ditado que vem desde o tempo do zagai. Um pai trata de dez filhos.
Dez filhos não tratam de um pai”. De fato os filhos na descuidaram dele.
Mesmo resmungando era levado frequentemente aos médicos. Tomava religiosamente
os remédios. Não se sabe se corretamente, pois isso ele não permitia, a interferência em sua
rotina.
Num
determinado Domingo de maio de 2016, no final da tarde, procurou um chá em
razão de uma dor no.peito. Fátima, sua nora lhe disse: “Sr. Joaquim... Dor no peito não se cura com chá. Zezinho leve-o ao
médico”. Fátima fez um alerta no WhatsApp e logo sua filha Eugênia apareceu
e o levou ao Pronto Atendimento do convênio. Exames iniciais, apreensão,
encaminhamento ao hospital, UTI. Necessidade de cateterismo e o alerta do
médico: “Ele tem três fatores de risco: a
idade, o diabetes e a hipertensão...” O exame, a paralisia dos rins, a
hemodiálise, a primeira parada cardíaca, a segunda e definitiva parada.
No seu
velório cinco padres e fala do padre João Alves, com quem conviveu por 12 anos:
“Ele tinha três grandes amores, a
Família, a Igreja e Nossa Senhora”. Sr Joaquim faleceu no mês de Nossa
Senhora e foi coroá-la pessoalmente.
Católico
convicto rezava o terço todos os dias na Igreja. E quando recebia a imagem da
Mãe Rainha, mensalmente, fazia questão de suspender as atividades para a reza
do terço. Colocava muita emoção nas orações de acolhida e despedida da imagem.
Gostava
de estar cercado por gente, principalmente pelos filhos e pelos netos. Adorava
as datas comemorativas (aniversários, dia das mães, dos pais, Natal, etc.)
Gostava de anedotas, como as das velhinhas na igreja, quando chegaram mos
artista de circo... E de frases como estas: “Melhor ser rico e com saúde do
que pobre e doente” e “Quero que o
mundo acabe em açúcar, pois eu quero morrer doce”.
Quando
parou de trabalhar desejou voltar para a roça. Não deu, Por ocasião da
ordenação sacerdotal de seu filho Calu, o Pe. André, então Pároco, o chamou para servir à Igreja. Foi o divisor
de águas. Foi Ministro da Eucaristia, e líder de CEB (Comunidade de Eclesial de
Base). Foram históricas as celebrações da Via Sacra nas ruas, com a
participação de seu genro, diácono Geraldo Bueno.
Oriundo
da zona rural, vivenciou a experiência do trabalho bruto, trabalho que
pretendia retomar com a aposentadoria. Não deu, mas não deixou de frequentar a
roça, onde se transformava num menino. E, ainda assim essa rudeza não tirava a
sensibilidade de seus dedos quando pegava o violão e dedilhava as canções que
mais gostava, como “Luar do Sertão”, “Noite cheia de estrelas”, “Cisne Branco”, e tantas outras.
Pai
exemplar, marido fiel, alegre sempre, acolhedor, caridoso, sério quando necessário.
Seus últimos dias antes da internação foram de ansiedade ao ver o estado de
saúde de sua esposa, Pedrina, piorar irreversivelmente.
Sr.
Joaquim faria 90 anos neste sete de Junho. Uma data histórica. Mas o céu está
em festa e ele se esbaldando entre os velhos amigos. Haja histórias e reminiscências.
Por aqui a saudade é do tamanho do vazio que ficou.
E
resta o consolo da certeza de que ele está bem.
Imagem:
arquivo do blog
terça-feira, 6 de junho de 2017
UM PAÍS À DERIVA: BANALIZAÇÃO E INDIGNIDADE
A
imprensa já esqueceu... O povo também já esqueceu... Há pouco tempo, na Suécia,
alguém, provavelmente um terrorista, lançou o caminhão que dirigia sobre um
restaurante matando três pessoas e ferindo outras. O escândalo foi geral, as
manifestações de repúdio e de apoio ao povo sueco também intensas.
Manifestações às quais se juntaram as autoridades brasileiras.
Outros
eventos semelhantes na Inglaterra, ainda mais recentemente...
Justo
muito justo, afinal o terrorismo é ameaça mundial.
Entretanto,
aqui no Brasil um grupo de posseiros foi brutalmente assassinado no Mato Grosso
do Sul... E nenhuma nota de reprovação. E o inquérito se não continua parado,
caminha a passos muito lentos.
Agora,
mais recentemente, outro grupo de posseiros, no Pará, também brutalmente
chacinado em circunstâncias ainda não esclarecidas. Os corpos em estado de
deterioração foram entregues às famílias para sepultamento. O cúmulo da
indignidade. Tudo cairá no esquecimento. Menos a memória dos familiares das
vítimas.
Retratos
em preto e branco (e em tons de sangue) de um país à deriva, enquanto as
autoridades se engalfinham em torno de um osso podre: o poder.
Florestas
dizimadas... Rios poluídos... Reservas indígenas invadidas... Saúde em
desarranjo... Santas Casas em petição de miséria... Estados em falência
anunciada... Municípios a próxima bola da vez... E o povo? Ah! O povo... Que
povo?
E o
circo dos horrores não para de crescer. Outro dia um prisioneiro que cumpria
pena por estupro foi beneficiado com um indulto temporário. Já estava como
foragido, pois não retornara no prazo indicado. Não é que esse prisioneiro
invadiu uma casa onde estava a mãe e três filhas. A crianças foram barbarizadas
e a mãe ao lutar para defendê-las foi brutalmente assassinada. A polícia
chamada, ele se escondeu num matagal, resistiu à prisão e acabou morto pelos
policiais. Precisava tudo isso? Que justiça mal assessorada é essa? E ninguém
se manifesta... Cumulo da indignidade.
E a
briga pelo osso podre continua. Antes de a autoridade máxima resolver se vai
sair ou não... Antes dos tribunais competentes decidirem sobre seu destino, os
candidatos à sua vaga já aparecem e a certeza é que não há ninguém totalmente
limpo para fazer jus à posição de mandatário máximo do país. Que vergonha!
Vergonha...
Indignidade... Mundo cão... Um país à deriva, para gaudio dos partidários do
tanto pior melhor.
Mundo
cão, fruto do caos... E todos se esquecem do mal maior: a alienação do povo,
que se limita a “memes” nas redes sociais e a atender o chamado de entidades e
grupo políticos com interesses específicos nesse processo de banalização dos
valores do país.
Falta de
liderança, o grande legado do Regime Militar, que a redemocratização ainda não
conseguiu devolver.
E quem
se solidarizará com o nosso país e com o nosso povo?
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Google
segunda-feira, 5 de junho de 2017
AS FÁBULAS E A DESFABULAÇÃO
Pois é,
quem não gosta de ouvir uma historinha engraçada? As crianças gostam... As
crianças gostam principalmente das fabulas, onde os bichos assumem condições
humanas, fazem estripulias, uns se dão bem outros se dão mal e as crianças se
divertem.
As
fábulas são pequenas narrativas que evocam lições e ensinamentos, pois no fundo
tem a chamada moral da história e, portanto, traduzem aprendizados.
As
fábulas são antigas e foram criadas, provavelmente por Esopo (Sec. VI aC) na Grécia
Antiga. Depois vieram Fedro (15 aC – 50 dC), Jean de La Fontaine (1621-1695) e,
no Brasil, Monteiro Lobato (18/04/1882 – 04/07/1948) ). As Fábulas tem o condão
de levar a criança a um mundo imaginário, ou melhor, aguçar a sua a imaginação.
E, cm certeza, a imaginação é a fonte da criatividade.
Portanto,
crianças que ouvem histórias ou eu leem fábulas têm muito mais possibilidades
de desenvolver sua criatividade. Não é à toa que quase todos os métodos de a
educação infantil não excluem a contação de histórias e, alguns, até dão ênfase
às fábulas em seus procedimentos.
Entretanto,
não são poucos aqueles que procuram desmitificar as fábulas, dando à criança
logo de imediato um verdadeiro choque de realidade, dizendo que o mundo imaginário
só prejudica o seu desenvolvimento mental. É o processo de “desfabular” ou de
“desfabulação”, definido como o processo de desfazer a lenda, ou fazendo com
que aquela história deixe de ser fantasia, que os bichos de fato não falam ou
que aquele mundo imaginário não existe.
Esse
“choque de realidade’ faria com que a criança queime uma etapa de seu
aprendizado que é a da passagem do mundo imaginário para o mundo real, fato que
acontece com todo mundo. Na verdade os adultos estão se livrando daquela fase
em que as crianças perguntam muito, pois está aflorando nelas o sentido dos
questionamentos, que não tem a ver só com o imaginário construído pelas
fábulas, mas com as dúvidas eu vão surgindo em seu íntimo, fruto da própria
observação do ambiente que as cercam.
Com a
desfabulação as crianças são as únicas prejudicadas. Elas perderão muitos momentos
e situações em que poderão absorver lições de ética e de moral a partir das
conclusões das histórias. E mesmo intuir sobre ética, moral, comportamentos,
atitudes e sentimentos, por elas mesmas.
O que é
certo e sabido é que os valores humanos absorvidos pelas crianças desde pequeninas,
imprimem caráter em suas almas e são indeléveis isto é, para sempre. Por isso é
muito comum o conflito entre as crianças e seus pais quando algumas verdades
são ditas pelas professoras e contraditas pelos pais. Prevalecessem o que as
professoras falam.
Portanto,
não há nada de moderno nesse negócio de “desfabular”.
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domingo, 4 de junho de 2017
A VIDA É UM TREM...
A VIDA
É UM TREM...
A vida
é um trem...
As
únicas certezas dessa viagem são o
nascimento, o grande milagre da vida, e morte, a consolidação de tudo e a
certeza que a vida continuará num outro plano ainda desconhecido.
A vida
é um trem...
As
paradas nas estações são curtas e logo o trem retoma a viagem... Nessas
estações uns desembarcam da nossa vida outros embarcam, sem a certeza que vai
com a gente até a estação final.
A vida
é um trem...
As
paisagens se sucedem... As visões são outras ou renovadas de tempos em
tempos... A casa bonita que estava aqui, já não existe e em seu lugar uma torre
de muitos andares... As paisagens se sucedem, com o risco de não mais
reconhecermos os lugares e neles nos perdermos.
A vida
é um trem...
As
pessoas já não são as mesmas... Se não mudaram fisicamente, adquiriram outras
prioridades, estão em outros patamares profissionais e, talvez, a nossa
presença em suas vidas já não são importantes.
A vida
de um trem...
O que
era normal antes da estação anterior, a partir desta já não o é mais. O que era
bom agora é mau... O que era honesto, já não é mais honesto... A corrupção
antes inimaginável, agora é a cruel realidade.
A vida
é um trem...
Estações
e paisagens de alegria, de festa, de colorido, a natureza abundante... De
esperança, de sonhos, de arco-íris no horizonte... E, também, estações e
paisagens de tristeza, de cinza, de natureza ausente, de deserto, de noite escura.
Mas a certeza que na estação seguinte vem a alvorada plena de vida.
A vida
é um trem...
E as
estações acontecem... O verão e sua alegria, a vida plena... O outono e as
folhas caídas, natureza se preparando para a o recolhimento. O inverno, a
hibernação, o repouso, a desconstrução... A primavera e o renascer da vida, a
alegria de volta, a esperança consolidada, a reconstrução... É a sazonalidade d
vida.
A vida
é um trem...
Nele há
a música, a arte o teatro o cinema, o bom e o belo... Há a natureza exuberante,
viva... Há a natureza que sofre pelas mãos humanas. Ouvimos o silencioso grito
de socorro e dele não damos conta. É o grito das gerações futuras, clamando
pelo nosso cuidado. Nosso trem segue em frente. Não há tempo a perder...
A vida
é um trem...
Os
relacionamentos mantidos, estabelecidos, perdidos, restabelecidos... De
alguns esquecemos que estão no mesmo trem, no mesmo vagão. Procuramos outros
que estão mais preocupados com a paisagem... Permanece ao nosso lado aquele que
nos ama de verdade e conosco continua mesmo que o trem fique vazio. E o nosso
amor verdadeiro
A vida
é um trem...
E de
amor verdadeiro...
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sábado, 3 de junho de 2017
sexta-feira, 2 de junho de 2017
quinta-feira, 1 de junho de 2017
RIQUEZA, SABEDORIA E HUMILDADE
“Dinheiro faz homens ricos, o conhecimento
faz homens sábios e a humildade faz grandes homens”. Mahatma Ghandi
Os
últimos acontecimentos no Brasil nos chama à uma reflexão mais profunda e
desapaixonada da condição em que o nosso pais se encontra. É, na verdade o fim de uma trajetória, cujo
inicio não sabemos bem quando aconteceu. Será que foi com o descobrimento?
Os
historiadores alertam que não é possível qualquer conjectura agora, pois a
ciência histórica exige um distanciamento dos fatos para uma melhor análise e
todos os fatores e condicionantes que agiram que giram ou estão agindo no
processo. São fatores humanos, sociais, culturais, políticos, econômicos,
religiosos e de cultura de massa.
No
Brasil é visível uma fraqueza cultural e política, consequência de um processo
histórico longo. A grande parcela da população sempre foi mantida à margem dos
processos sociais, políticos e históricos, Quando muito utilizada como massa de
manobra, como caso das “Diretas-Já”, dos “Caras Pintadas” e os parcos
movimentos de rua da atualidade.
Isso dá
ensejo para que grupos de pessoas, de empresas, de políticos, que graças ao seu
poder de influência, realizem seus projetos imediatos, em detrimento do pais.
Daí a corrupção!
É
inimaginável para a pessoa comum o volume de dinheiro envolvido nesses
processos de corrupção. E que faz a riqueza daqueles poucos grupos. Sim, o
poder econômico faz homens ricos, mas não é garantia de sabedoria, ética ou
moral.
Ser
rico não significa ter sabedoria, muito menos de humildade. Os fatos estão aí e
a imprensa no cumprimento de seu papel (bem ou mal), está divulgado.
A
sabedoria vem com o conhecimento, com os estudos, com a leitura dos clássicos
e, também, com as experiovivências, com os tropeços, com o cair e com o
levantar. Coisas para os humildes não para os ricos.
Mas é a
humildade que, de fato, faz, as grandes pessoas, aquelas que fazem a diferença,
na sua própria vida e na vida de um sem número de outras pessoas.
Não que
não possa existir pessoas ricas e humildes... Ou pessoas sábias e humildes. A
sabedoria tende levar à humildade. Mas o caminho é mais curto paras pessoas
humildes serem sábias.
A
humildade é acolhedora... A humildade é solidária... A humildade combate a
solidão... A humildade possibilita a compreensão do outro... A humildade está
mais próxima da alegria, da possibilidade de contemplar o bom e o belo, A humildade
se abre para a amizade... E para acolhida do outro.
A
humildade não é refúgio, não é insegurança, não é autodefesa. A humildade é a
condição humana da paz, o patamar essencial da felicidade.
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