quinta-feira, 21 de abril de 2016

É PRECISO CRER


Antes de tudo algumas considerações a respeito da religião e da religiosidade. Alguém disse que “...Para quem tem fé nenhuma explicação é necessária. Para quem não tem fé nenhuma explicação é possível”.

Não vamos aprofundar nos méritos dessas questões. Acreditamos, sim, que a religião é a religiosidade são necessárias para a condição humana. A fé é necessária para dar sentido à vida. A religiosidade é necessária  para que os relacionamentos humanos ganhem qualidade, equilíbrio, harmonia.

A vida precisa ter sentido para ser preservada, protegida, valorizada. A sociedade precisa ter respeito aos valores humanos, de harmonia e paz.

Acreditamos da religião. Cada ser humano precisa acreditar num Deus que o  ame, que o oriente, que seja a certeza de que a vida valha a pena e que a morte não é o fim, mas a continuidade numa dimensão maior e melhor.

Isto posto, a divindade, assim concebida, não tem parâmetros e/ou paradigmas humanos. A criatura não é maior que o criador. Para os pragmáticos a ciência tudo explica, tudo compreende, tudo define. Mas há limites. Por exemplo: o cérebro humano. Ele ainda é um mistério para a ciência. Estão aí as doenças psiquiátricas, neurológicas, emocionais que ainda desafiam os médicos. Doenças como a Demência Senil, o “Alzheimer”, o “Parkinson”, a “Depressão”...

Ainda são desconhecidos os limites do universo e que há pós as fronteiras desses limites. Os cientistas mais humildes reconhecem esses limites e transferem as perguntas e respostas para a esfera mítica ou mística e aí fica por cona da religião de cada um. Sartre, o grande filósofo francês do existencialismo, ao tentar provar que Deus não existe no seu livro “O Ser e o Nada”, conclui que Deus é a “única causa incausada”, portanto, cá entre nós, Deus existe sim!

Deus é necessário, tão necessário quanto fundamental. E Ele não fala a linguagem humana, não é a nossa imagem... Nós somos a sua imagem. É diferente. Ele nos ouve e nos compreende e as vezes em que Ele não nos atende é porque Ele tem algo melhor para nós. Ele não trabalha no varejo. Ele é sábio, infinitamente sábio... Ele coloca um propósito para nossa vida. Se Deus parece não respeitar a nossa liberdade é porque não somos capazes de enxergar para além do nosso umbigo e somos carregados de egoísmo, de arrogância e de falta de humildade.

Deus é tão bom, tão condescende, nos ama tanto que nos permite afastar dele, buscando outros caminhos e até duvidar e não acreditar que Ele existe. Quem assim age opta por viver um inferno. E inferno é isso: ausência de Deus. Como céu é presença d’Ele.

Deus, a gente crendo ou não n’Ele age em nosso favor não só nos limites das situações em que vivemos. Limites que nós mesmos nos colocamos. É visão de cada um. Para uma análise dos nossos problemas, das nossas dificuldades, nos nossos estreitos limites de forças, de paciência, de falta de fé, basta uma comparação com o sofrimento de Cristo na cruz. Ou pesquisar e conhecer as “Noites Escuras” de São João da Cruz.

A verdade irrefutável é que nas fronteiras dos sofrimentos há sempre uma Ressurreição. Claro, é preciso crer.




Imagem: Google

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