terça-feira, 26 de abril de 2016

QUANDO O CORAÇÃO FICA PARALISADO


Quando o coração para a pessoa morre. Não tem como. O tempo necessário para fazê-lo bater novamente e a pessoa retornar à vida sem sequelas é mínimo. Isso ninguém discute.

Mas há muitas maneiras do coração parar e a pessoa continuar vivendo... Ou melhor, sobrevivendo. Há de se perguntar, como assim? Claro, a resposta está nas especulações. O ódio, o paixão, a arrogância, a estupidez, o ser autoritário, a indiferença, são atitudes Aqui o coração está sendo considerado como o portal dos sentimentos e da alma.

Santo Agostinho disse que “... A indiferença é uma paralisia do coração”. Coração parado ou paralisado sinônimo de morte. Morte em vida, morto-vivo.

É lógico que as atitudes e os comportamentos não estão vinculados ao coração e sim ao que está enraizado na mente das pessoas.

E é comum as pessoas brutas, estúpidas, violentas, serem consideradas como “sem coração”. Sim, pessoas com tais comportamentos têm o coração fechado para o sentimento.

Santo Agostinho um dos maiores pensadores da história da humanidade, Doutor da Igreja Católica, fala de um sentimento que hoje é considerado o oposto do amor: a indiferença. Esta mata qualquer sentimento, qualquer relacionamento, mina na base todas as estruturas sentimentais das pessoas. Elas se tornam frias, sem qualquer gesto amoroso, simpático ou empático. A indiferença torna as pessoas mortas-vivas...

Os mais ingênuos consideram o ódio o contrário do amor. Isso é questionável. Tal como a paixão, o ódio é o amor levado às últimas consequências, mas ainda passível de diálogo. Se há diálogo há esperança, se há conflito igualmente há uma janela para a concordância, para o acordo, para a viabilização de relacionamentos afetivos, de amizade, comerciais ou parcerias... Com a indiferença não. Não há diálogo, não há conflito, não há esperança. É tudo indiferente... E terrível.

O indiferente constrói o seu próprio mundo e tenta viver nele sem a ajuda de ninguém. é um candidato seriíssimo à solidão, à depressão e a morte, pois depressão mata.

Não entra em consideração as pessoas doentes. Estamos nos referindo àquelas que conscientemente optam pela atitude da indiferença, podendo ou não terem razões próprias para isso: famílias desestruturadas, grandes decepções e frustrações na vida, acidentes e tantos outros eventos negativos e prejudiciais. Elas precisam de ajuda especializada e de autoajuda. Mas como fazê-las compreender isso se elas são indiferentes até as aproximações para orientações em favor delas mesmas? Talvez amor e compreensão. Não pena...

Talvez massagens no coração com carinho, com afeição, com amizade, com tolerância. Talvez o sorriso de uma criança... Talvez uma mão estendida de uma senhorinha simpática e alegre. Talvez a leitura de Cora Coralina que vivia pregando “toques suaves na alma”.... Talvez o milagre... Talvez...

Corações paralisados... Quão diferente seria a vida e eles voltassem a bater como nos tempos do equilíbrio emocional e da maturidade humana!



Imagem: Google

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