domingo, 22 de maio de 2016

A QUESTÃO DO CONTEÚDO


Nesses últimos dias um professor de inglês nos contou estar impressionado com o comportamento de um de seus alunos. Em meio aos exercícios da aula o aluno deixou escapar comentários a respeito da Filosofia de Descartes e do Método Cartesiano.  Como se sabe René Descartes é praticamente o fundador da matemática moderna. Com Descartes tem inicio o método científico, os critérios técnicos da pesquisa, que foram se consolidando ao longo do tempo.

Instigado, esse aluno ainda discorreu sobre o Iluminismo e sobre o Racionalismo, sustentáculos ideológicos da Revolução Francesa, a Revolução Burguesa por excelência, a Revolução que consolidou o poder político dos capitalistas, uma vez que o poder econômico eles já tinham conquistado. Esse fato tirou o sono de Marx.

Mas o que há de novidade nisso tudo? A novidade é que esse aluno tem apenas 16 anos e já discute em profundidade esses temas. Outra novidade? Esse menino com essa idade está anos-luzes à frente dos demais de seu  em termos de conteúdo. Um gênio? Um superdotado? Um hiperativo? Ou a soma de tudo isso?

Pode ser verdade... Pode ser a mosca branca... Mas a fonte desse conteúdo é a vontade de conhecer, a leitura, a busca constante, a fuga das banalidades. Quem tem conteúdo como esse menino tem está acima das banalidades, acima dos modismos, dos efêmeros... Coisas e fatos que podem acontecer com jovens que aprenderam desde a infância a necessidade de estudar, de ler, de buscar o bem e teve a liberdade de escolha. Tiveram uma base familiar ou alguém com pulso forte e também dotado de forte conteúdo para embasar suas exigências. Coerência entre falas e vida.

Pessoas com conteúdo geralmente está além do seu tempo. Pode sofrer preconceitos, bullying e escárnios. Mas continuam vivendo além do tempo e com conteúdo. A frase do Pe. Leo, SCJ, exposta na ilustração desta postagem é significativa: “Quem precisa de muita coisa por fora é porque está vazio por dentro”. É o contraponto. 

Pessoas com conteúdo não estão preocupadas com o externo com a ostentação. Quem está vazio, prefere o barulho, o brilho, os holofotes... Aquelas não se preocupam demais com os bens materiais. São desapegadas. E não sofrem com as perdas,,, Estas, têm nos bens materiais a razão de sua vida. Estão a eles apegadas com unhas e dentes, sofrendo muito com as mínimas perdas.

É a diferencia crucial entre o SER e o TER. Quem é simplesmente é e tem na humildade a sua principal característica, pois não deve nada a ninguém. Quem se preocupa  mais com o TER vive numa angustia constante pois a todo momento tem de se justificar para os outros os fatos de sua vida.

Outra diferença? Quem vive o vazio e só de aparências tem ansiedade constante e a caminho do estresse, da depressão. Quem tem conteúdo, está em paz. E isso é tudo.



Imagem: Google

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