domingo, 2 de outubro de 2016

TER SANGUE DE BARATA


Dividiremos a postagem de hoje em duas partes: Um pouco sobre a barata, esse “animal nojento”, e um pouco sobre a figura simbólica do “ter (ou não ter) sangue de barata”...

Vamos à primeira parte. Hoje em dia se comenta muito sobre a questão da resiliência, que originalmente é a propriedade que alguns materiais tem de retornar ao seu estado inicial após ter sido submetido a uma grande pressão externa. Atribuída ao ser humano, é a capacidade de manter a sua essência, ou suas características principais, mesmo em situações de grande pressão ou de estresse.

Pois é, a barata, o que ela tem de nojenta tem de resiliência, pois existe na natureza há mais de 112 milhões de anos, permanecendo da mesma forma. Ela vem superando todas as dificuldades naturais da evolução do planeta. Ela é contemporânea dos dinossauros. Estes, apesar do tamanho,  não resistiram à primeira grande mudança climática. Hoje são milhares e milhares de espécies de baratas nos ambientes silvestres e urbanos. O que mais nos interessa são as baratas urbanas, conhecidas como “americanas”. E elas são nojentas (fazem questão desse adjetivo), transmissoras de doenças, resistentes, adaptadas aos ambientes que mais gostam, que são os esgotos, os depósitos de comida, as lixeiras e o lixo e gostam, também, da noite, quando buscam alimentos e água. Descansam placidamente durante o dia.

Importante: as baratas são vetores de doenças como as parasitoses, a toxoplasmose, a hanseníase, as disenterias, o tifo, a pneumonia e a meningite. O contágio se dá através do contato com suas fezes. Seus predadores naturais são os seres humanos, as aves, as lagartixas e, por vezes o gato. Os felinos se contaminam com a toxoplasmose, provavelmente ingerindo esses “simpáticos” bichinhos.

Sua biologia é diferenciada; seu sangue é incomum, uma espécie de gosma branca e fria, possui sensores especiais que as livram dos perigos e seu cérebro (!?) é espalhado pelo corpo. Por isso não morrem facilmente. Uma vez envenenada, protegem seus ovos do envenenamento.  E não é qualquer inseticida que as destroem. Só mesmo o “peso” de uma sapatada humana. Baratas têm sangue frio.

Agora vamos à segunda parte: “ter sangue de barata”. É uma expressão pejorativa, remetendo ao indivíduo que não reage à provações, humilhações, situações vexatórias, mantendo a frieza ou uma espécie de “alienação” em relação ao que está ocorrendo à sua volta.

Por outro lado, pode indicar também os motivos para reações inesperadas, inusitadas e intempestivas, do tipo “...eu bati mesmo nele, porque não tenho sangue de barata!”... “Eu mandei embora... Não tenho sangue de barata!”... Crimes são cometidos em nome da bandeira de não levar desaforo para casa e não ter sangue de barata.

Se os homens fossem, de fato, semelhantes às baratas ainda estariam vivendo de forma primitiva, pois não tinham evoluído, partindo de uma civilização tida como primitiva para uma civilização “moderna” e tecnológica. As baratas apenas se adaptaram, mantendo seu estágio primitivo.

É bom ser frio, racional e agir com prudência. Não é bom ter sangue de barata e permanecer inerte. Vale a pena o equilíbrio.



Imagem: Google

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