“As Três
Graças”, obra do pintor holandês Peter Paul Rubens.
Um
conceito que rola na atualidade dá conta que o principal para as pessoas é
estar na moda.
Quem
dita a moda são os interesses do capitalismo consumista. É um processo muito bem arquitetado, muito bem organizado e
coordenado. Há quem cuida do vestuário... Outro setor da estética dos
cabelos... Outro da estética corporal... Do rosto... Dos pés... Dos que se usa
para enfeitar tudo, as jóias, o ouro, os brilhantes... Os adereços em fim...
O
“sistema” se utiliza dos meios de comunicação de massa para convencer, “fazer a
cabeça” dos consumidores. Os shoppings Centers nada mais são do que templos que
alojam os altares nos quais se reverenciam os deuses do consumo.
O mesmo
se pode dizer dos grandes centros de lojas de departamentos e as praças de consumo
popular, os chamados “Camelodromos”. Nada contra... Eles abrigam pessoas
precisam trabalhar, precisam prover o sustento de suas famílias.
Mas, a
mídia continua “fazendo as cabeças”, insistindo, martelando na idéia de comprar
coisas, pois do contrário o Capitalismo não funciona!
Ela, a
mídia, tem o dom de influir nos sentidos naturais da pessoa. Ela modifica o
sabor, o cheiro, o tato, a audição e a visão. Os sentidos só têm valor quando
direcionado para o consumo. É o novo perfume, a nova textura, o novo som, o
novo gosto, o novo ponto de vista. Tudo imediato, rápido, “fast”, pois sabem os
seus provedores que se a pessoa pensar um pouco ela não embarca naquela
proposta de compra ou venda.
As
pessoas de se desumanizam... Tornam-se escravas... E compram até o
desnecessário (apenas porque está na moda, é novidade).
As
pessoas, assim desumanizadas, passam a não enxergar, ver para além da
materialidade. Não pensam, não têm cultura, não questionam. Só sentem, só vêem
o que é imediato. A mulher precisa estar muito bem produzida, seu corpo esguio,
as pernas torneadas, os peitos para cima, as nádegas empinadas (com forte risco
de alterar o eixo de equilíbrio da coluna e comprometê-la, como também
comprometer as articulações dos joelhos). Com a palavra os professores de
Educação Física.
As
mulheres se esquecem que o que realmente as diviniza são os seus mistérios, que
a moda insiste em revelar antes do tempo. Na ilustração acima a reprodução do
quadro “As Três Graças”, do pintor renascentista Peter Paul Rubens (1577-1540),
no qual as mulheres são retratadas de acordo com o imaginário do pintor e do ideário
humanista da época. Nada tem a ver com os critérios estéticos de hoje. São
pontos de vista diferentes. Vale considerar que as mulheres tempo de Rubens não
tinham a liberdade que as de hoje conquistaram. Mas eram vistas não com olhos
capitalistas e consumistas nem alvo do massacre da mídia.
Os
pontos de vista (sobre todos os temas) mudam de tempos em tempos. Mas se as
pessoas conseguissem ver para além do imediatismo, da materialidade, novas
formas de beleza seriam descobertas e valorizadas.
Concluímos
com o comentário e orientação de Carlos Drummond de Andrade: “É aconselhável freqüentar assiduamente as
praias, para se habituar às imperfeições do corpo humano, que formam a
perfeição relativa”.
O que
interessa, mesmo é a alma humana, morada dos sentimentos mais sublimes. A
essência pode se confundir com perfumes e outros que tais...
Imagem:
Google
Nenhum comentário:
Postar um comentário