Pois é,
em tempos de tempestades políticas, quando os holofotes fazem brilhar
principalmente os olhos das pessoas ávidas projeções e ostentações, é bom a
gente lembrar algumas ideias a respeito da integridade.
Referimo-nos
à integridade humana e comportamental, não à integridade de dados ou patrimonial.
A
integridade é a qualidade de ser íntegro, completo, pleno, cheio... A
integridade remete à ideia do bem, da positividade, do respeito aos valores
humanos, independentemente da religiosidade.
É
lógico que a religiosidade ajuda. Porém, ter, professar uma religião aumenta em
muito a responsabilidade da pessoa, uma vez que integridade também rima com
coerência entre o discurso e a vida.
Nesse
sentido pareceram caricatos e inverossímeis as falas dos políticos durante as
sessões do impeachment na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Era visível
(senão risível) a incoerência entre o discurso e a prática. Incoerência que
gera descrédito, desconfiança, falta de integridade.
Sim, a
integridade é uma qualidade e, como tal, muito difícil de ser praticada no mundo
atual, turbulento, imprevisível, dominando por uma elite na qual não se pode
acreditar. Ser íntegro passa ser um perigo.
Quantos
exemplos de pessoas que foram jogadas no ostracismo, caíram em desgraça, foram
excluídas, abandonadas, eliminadas, por não compactuarem com a corrupção, com o
mal feito, justamente por optarem pela manutenção de sua integridade! Difícil
se lembrar delas, pois estão no esquecimento.
As
coerências e suas exigências... A religião exige coerência entre fé e vida... A
política exige coerência entre discurso e prática... A liderança exige
coerência entre postura e relacionamento... A família exige coerência entre a
prática doméstica e vida social... O trabalho exige coerência entre honestidade
e fidelidade dentro e fora do mundo empresarial... As coerências são as colunas
dorsais da integridade.
Na base
da integridade está o sentimento, ou o desejo, ou o projeto de vida não egoísta
de não querer para o outro o que não se quer para si mesmo. Exercício penoso de
desapego, de coerência. Dessa ideia decorre a integridade física das pessoas,
prevista em lei.
Não dá para
ser íntegro por partes, por atividades, por segmentos... Ou se é íntegro e é
digno de todos os elogios possíveis... Ou corre-se o risco de cair no ridículo
mais cedo ou mais tarde. As máscaras se deterioram e se tornam insustentáveis
ao longo do tempo. As máscaras caem e desnudam a verdadeira essência do ser
humano.
Imagem:
Google
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