Os bárbaros invadindo o Império Romano
O nosso
cotidiano nos faz passar ao largo das coisas mais profundas, essenciais que
afetam a existência humana. A vida é muito corrida, agitada e os meios de
comunicação de massa tem a função de nos prender, nos manietar e nos manter nesse
nível de relação com as coisas e com as pessoas, que chega muito próximo da
banalidade.
Muitos
reclamam do sistema educacional... E com razão! Muitos falam do sistema
político... Também com razão... E tem a carestia, a inflação, a corrupção, os
autoritarismos das grandes empresas prestadoras de serviços, como telefonia,
transporte, infra-estrutura... Serviços todos, privatizados conforme
recomendações do neoliberalismo.
Assim,
estamos escravizados... Como tais, não temos mais voz ativa, não criticamos com
a profundidade necessária... Estamos estáticos diante dos grandes
acontecimentos que rolam em nosso país e no mundo.
Não dá mais para sairmos
às ruas... Os desordeiros se aproveitam (obedecendo ordens de quem?). As opções políticas de um passado
recente já não, como previsto pelas mentes mais sérias e honestas, já não
atendem mais aos requisitos de um pais moderno e de uma sociedade que se
pretende cosmopolita, antenada, culta, preservadora do ambiente e provedora da
democracia, cuidadora das pessoas.
Vivemos,
especialmente no mundo político, uma espécie de “salve-se quem puder”. Está instalado no país algo semelhante ao que
aconteceu nos estertores do Império Romano, quando este sofreu as invasões dos
povos bárbaros mais violentos (até então o conceito de bárbaro era diferente:
significava o estrangeiro, aquele que vivia fora das fronteiras do império).
Esses povos entravam nas comunidades e saqueavam tudo. Levavam o que podiam e
deixavam um rastro de destruição. É o que está acontecendo agora. Os políticos
entram, “saqueiam”, levam o que podem e vão embora com a certeza da impunidade.
Não sobra pedra sobre pedra...
E a sociedade assiste
a tudo passivamente, principalmente os jornalistas que se “desdobram” para
explicar o inexplicável. São pagos regiamente
pelas empresas, cujas ações pertencem aos políticos (em muitos casos). Fica
então essa “enrolação” sem fim. Ficam felizes quando uma tragédia acontece para
focar nesse assunto e mudar o foco das notícias.
Falta civismo. Falta cultura... Falta
autoridade... Falta pulso... Para onde vamos? Vivíamos até poço tempo, como no final do Império
Romano, os tempos de “pão e circo”. O pão, as bolsas sociais (que tiveram e têm
o seu valor intrínseco, pois tirou milhões da pobreza absoluta, têm, também os
seus pecados, um deles a não educação em profundidade) e o circo, por conta da
TV, das redes sociais, do consumo pelo consumo. A água, bem mais precioso para
manter a vida está em perigo... O pão ameaça faltar... O circo continua em pé.
O que vai acontecer? Apocalipse? A História ensina como foi a derrocada do
grande império do Ocidente...
A
História não se repete. Os tempos são outros, outras são as pessoas, diferentes
as autoridades... Mas a História ensina...
Imagem:
Google
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