segunda-feira, 30 de novembro de 2015

30 DE NOVEMBRO, DIA DO ESTATUTO DA TERRA


Pouca gente sabe disso. Mas, neste 30 de Novembro comemora-se o Di Nacional do Estatuto da Terra, lei de 1964, que tinha (ou tem) o objetivo espinhoso de promover a reforma agrária, levando justiça ao campo e equilibrando a estrutura fundiária do país.

Na verdade, se pouca gente sabe, nada há a comemorar... Muito a se lamentar...

Hoje o Estatuto da Terra está contemplado pelo artigo 186 a Constituição Federal de l988, mas é letra morta. O Brasil optou, via suas autoridades políticas, certamente, cedendo aos lobies das grandes empresas, aderiu à exploração capitalista da terra e ao agronegócio.

Entretanto, a velha estrutura fundiária, que vem desde as famosas Leis de terras de meados do Século XIX, permanece. Ainda hoje,  maioria dos produtos consumidos nos grandes centros vem dos pequenos e médios produtores que detém uma pequena parcela das propriedades rurais, os minifúndios.

Já a grande parcela da propriedade continua nas mãos dos grandes proprietários, os latifundiários... Improdutivas, essas terras pouco oferecem ao mercado consumidor. É uma grande distorção, que reclama a reforma, a famosa e demonizada Reforma Agrária.

O Estatuto da Terra, que antes de ser comemorado, deve ser implantado, doa a quem doer, estabelece, entre outras coisas, o princípio da fu cão social da propriedade, favorecendo o bem-estar dos proprietários e trabalhadores, mantendo níveis satisfatórios de produtividade, conservando  e preservando os recursos naturais e o meio ambiente e observando as leis que regulam as justas relações de trabalho.

Pouca coisa disso acontece. Há noticias de exploração de mão de obra escrava e dilapidação dos recursos naturais e do meio ambiente. O descaso das autoridades é total. Veja-se o que aconteceu em Mariana e com a bacia do Rio Doce.

O descaso é maior ainda em relação à fauna, tão essencial ao equilíbrio da flora. O desflorestamento e o truncamento das matas impedem a livre e natural procriação de espécies. Aqueles que não sucumbem tentam sobreviver, mas cruzando entre si, enfraquecendo-se, condenando-se à morte mais dias menos dias. É o fim...

Não foi à toa que um famoso chefe índio americano, ao contemplar a planície sem os seus búfalos comentou: “Quando o último animal da terra se for, o homem sentirá um grande vazio na alma, pois perceberá, então, que o que aconteceu com os animais, em breve acontecerá com ele também”. Será o apocalipse.

Para a geração de hoje importa o hoje. Que se lixe o futuro. Irresponsabilidade pura.

Faltam no Brasil estadistas.., (Estadistas enxergam o futuro). E com coragem... Pois é possível uma agricultura intensiva, moderna científica, capaz de atender às demandas da sociedade, isso sem precisar derrubar uma única árvore. Basta querer... Basta vontade política... Basta a sociedade exigir... E a educação?

A sociedade “não está nem aí...” Vendo novelas e acompanhando os toscos espetáculos nos quais avultam os aviltantes shows de corruptos e corruptores. Pobre Brasil.

Comemora-se o que mesmo neste 30de Novembro?



Imagem: Google

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

O BOM HUMOR


Vamos dar uma “palhinha” nessa conversa já bastante explorada: a importância do bom humor para a saúde das pessoas. Sem, é claro, entrar nos méritos científicos, que de longe não é nosso propósito.

O bom humor é de fundamental importância quando se quer ter uma atitude positiva em relação à vida. Esta não é fácil, pois exige luta constante, atenção plena, antena parabólica ligada com abrangência de 360 graus. Os perigos são iminentes e qualquer descuido pode ser fatal e definitivo.

O bom humor é uma postura alegre, otimista, que arrebata corações e mentes, fazendo crescer as redes de relacionamentos, não importando se a pessoa é ou não é expert no manuseio da internet. Independe. E tem gente que acha que os relacionamentos via internet mais atrapalham que ajudam, pois causam a solidão na multidão, tendo em vista que as pessoas, mesmo estando num grupo se preocupam mais com quem está distante e menos com quem está perto.

O bom humor tem seus riscos. Uma piada fora de hora, de mau gosto ou inoportuna, pode ter um efeito contrário, gerando sentimentos negativos, mais que positivos. Por isso, todo o cuidado é pouco e a recomendação é “usar com moderação”

Ainda assim, o bom humor é essencial para estabelecimento de relacionamentos saudáveis, confiáveis e duradouros. Ninguém em sã consciência gostaria de permanecer num grupo, onde reina o mau humor, as piadas sem graça, as idiotices, as cretinices, as imbecilidades, a arrogância, o exibicionismo, as banalidades.

O bom humor, fino, inteligente, sincero, espontâneo, com brilho nos olhos, feito de alegria e felicidade, é cumulativo. Assim sendo, mais bom humor, gera condições endócrinas e biológicas, para que o bom humor aumente, gerando mais endorfina, que gera mais bom humor, que gera mais endorfina, num circulo virtuoso onde todos ganham: a pessoa bem humorada e todos os que estão por perto.

A uma bela gargalhada ninguém resiste, como é irresistível uma boa história do cotidiano envolvendo situações engraçadas, tragicômicas...  São ótimas as pilhérias que as pessoas bem humoradas fazem delas mesmas. O astral se eleva, como se eleva a autoestima.

Quem é bem humorado não é pessimista, não é maldoso, não é dissimulado, não é cruel. Pelo contrário, o bem humorado irradia felicidade, transmite confiança, ética, acolhimento, altruísmo, enfim, tudo que a sociedade atual necessita para construir a harmonia e a paz.

Paz que começa no lar e se espalha pela rua, pelo bairro, pela cidade...

O bem humorado canta, assobia, faz poesia, cumprimenta alegremente as pessoas, mesmo as desconhecidas. O próprio Papa Francisco, que vem se notabilizando pelo bom humor, tem pregado essa empatia, dizendo: “Dê um bom dia a um desconhecido, pois poderá ser a única mensagem de otimismo que ele receberá nesse dia”.

Só poderá fazer essa proeza quem estiver com o coração e a mente abertos para a alegria e para o bom humor. E para o amor... Sentimento que quanto mais é dividido, compartilhado, mais se multiplica.



Imagem: Google

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

IMBECILIDADE E IDIOTICE


Uma anedota...

Um amigo se aproxima de outro amigo e lhe pergunta:
- Ei, amigo, você sabe o que quer dizer a palavra “idiota”?
O outro responde:
- Sei não. Se você sabe me diga...
O amigo então explica:
- “Idiota” é quando a gente explica uma coisa e o outro não entende. Entendeu?
O outro retruca:
- Não!
O amigo conclui:
- Pois é...

Os dicionários explicam os significados de “imbecilidade” e “idiotice” e essas palavras acabam se remetendo uma à outra.

Imbecilidade é a qualidade de imbecil, isto é, aquela pessoa que é desorientada, tonta, débil, preguiçosa, aproveitadora, fraca física e moralmente, mas ao mesmo tempo é arrogante, esnobe, autoritário, intempestivo, idiota.

Idiotice indica a pessoa “idiota”, aquela que não sabe das coisas. Na Grécia antiga identificava a pessoa que não era cidadã, isto é, na exercia atividade de utilidade pública, muito menos no campo da política (a verdadeira política do bem comum). Por extensão, hoje é aquela pessoa vazia, sem conteúdo, desprovida de habilidades, que vive à sombra de outras, é tola, sem expressão, imbecil.

Devemos, fazer justiça com doentes psiquiátricos, congênitos ou vítimas de acidentes ao longo da vida. Essas pessoas estão fora de qualquer cogitação, pois antes de tudo, são vítimas e merecem todo o respeito, todo o cuidado, toda a atenção, todo o amor, todo o carinho.

Realmente há situações que imbecis e idiotas se confundem e são praticamente a mesma coisa. Por exemplo, um marido imbecil ou idiota maltrata sua esposa, em público ou não... Pais imbecis ou idiotas que agridem seus filhos... Pessoas imbecis ou idiotas que pregam uma moralidade ou uma ortodoxia, mas não perdem oportunidade para olharem seios e nádegas das mulheres...

Três frases significativas em relação aos temas de hoje:

Provérbio judeu: “Não se aproxime de uma cabra pela frente, de um cavalo por trás ou de idiota por qualquer dos lados”.

Abraham Lincoln: “É melhor calar-se e deixar que as pessoas pensem que você é um idiota do que abrir a boca e acabar com a dúvida”.

Millor Fernandes: “Às vezes você está discutindo com um imbecil... E ele também”.

Imbecis e/ou idiotas (assim sendo por convicção) em nada contribuem pata a construção de uma sociedade de paz, de harmonia, solidária, altruísta, inclusiva, sem preconceitos, sem violência, pois não têm a coerência entre o que pregam e pensam com a prática da vida.

Imbecilidade, idiotice rimam com cretinice e estupidez. Por serem adquiridas têm cura. Mas será que essas pessoas querem ser curadas?

Pobre país... Tão longe de Deus, tão perto dos imbecis e idiotas (Parafraseando Lázaro Cárdenas(*), ex-presidente mexicano, lamentando a exploração americana em seu país).


Imagem: Google   (https://rafaelnienow.wordpress.com/category/humor/page/3/)


(*) Ele disse: “Pobre México, tão longe de Deus, tão perto dos Estados Unidos”.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

CORINTHIANS, CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2015


(Lições a serem aprendidas)

O Esporte Clube Corinthians Paulista acaba de conquistar, por antecipação, o título nacional brasileiro de 2015. E nos ensina muitas coisas.

No inicio do Campeonato o clube perdeu jogadores considerados importantes, como Guerrero e Emerson Sheik. Outros saíram também. Outros, ainda chegaram para recompor o elenco. Havia desconfiança quanto ao seu desempenho, pois tinha de ser praticamente reorganizado, como de resto acontece com todos os demais times brasileiros, todos vítimas da desorganização.

Mas, o Corinthians foi muito eficiente, graças a uma pessoa que, sem dúvida, foi fundamental nesse processo, representa a grande lição corinthiana para todos nós, inclusive para os demais times, torcedores, para a sociedade e para o país: Técnico Adenor Leonardo Bachi, o já renomado Tite. Exagero? A princípio sim...

Vamos às justificativas. Tite quando deixou de ser técnico do Corinthians, ao invés de procurar outro clube para dirigir foi estudar, buscar novos conhecimentos, fazer estágios em clubes da Europa. Ele que já havia conquistado, pelo Corinthians títulos importantíssimos, tais como  o Campeonato Brasileiro de 2011, a Taça Libertadores da América e A Copa do Mundo de Clubes, promovida pela entidade maior do futebol mundial.

Estudar sempre faz o grande diferença de uma pessoa em qualquer ramo da atividade, inclusive o futebol. Quando Tite voltou ao nosso pais, esperou pacientemente a oportunidade de voltar ao Parque São Jorge e à Arena Itaquera, pois sabia (opinião nossa) que ele tem o perfil da instituição chamada Corinthians. No jargão futebolístico Tite tem a “cara” do Corinthians...

E o trabalho de Tite começou devagar, como deve acontecer a todo projeto de médio e longo prazos. Conhecer as pessoas, a história de cada um, ganhar o coração de cada um, não liderar pela força, mas com a força da persuasão do amor, do diálogo, do acolhimento. Algo que também deve acontecer nos micros ambientes como o lar de cada um até as grandes empresas, como pregam os consultores modernos de liderança. Tite é um líder amoroso, nos moldes do personagem do livro “O Monge e o Executivo” de James C. Hunter.

O Corinthians foi crescendo, à medida que se estruturava em campo, à medida que Tite se fazia compreender como mais como líder que como técnico. E as vitórias chegando, chegava, também, a empolgação da torcida. O carisma, a força, a mística de torcida se traduziram no décimo segundo elemento em campo... O que sempre acontece com a “nação corinthiana”.

O clube não vai bem financeiramente. Sem novidade. A Arena é um peso... Mas a vitória em campo, sem o que nenhum jogador se destacasse de forma especial pela arte ou pela criatividade, refletiu o trabalho moderno, eficiente, atual, humano de um técnico que está além de seu tempo. Parabéns.



Imagem: Google

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

OSTENTAÇÃO... SER OU NÃO SER

Não raras vezes a vida nos coloca em contradição, em situações de fala de coerência entre o que pensamos e o que agimos na prática. Às vezes, também, nem nos damos conta de que isso nos afeta... Mas em outras, é uma ação consciente nossa, pois isso passa pela nossa razão.

Exemplos há em todos os campos da atividade humana. Em algumas áreas essa contração é mais forte, como na religião, onde a fé demonstrada nos cultos e nos ritos não se repete na vida. Há, portanto, uma incoerência entre fé e vida.

Na política é muito grave essa contração... Os políticos prometem uma coisa e não cumprem, agindo completamente diferente na realidade, configurando um verdadeiro estelionato. E assim segue.

No campo da ostentação  situação se repete. Os dicionários são unânimes em afirmar que “ostentação é uma palavra que tem origem no termo em latim ostentatio, que significa exibição vã ou inútil. Uma pessoa que recorre à ostentação é muitas vezes conhecida como afetada ou fútil”.

Na ostentação há uma grande dose de incoerência. A pessoa quer se afirmar, quer atrair olhares, quer ser o centro das atenções... Querem, enfim, maquiar ou mascarar vulnerabilidades ou deficiências de conteúdos... Então recorrem a artifícios como ostentar riquezas, realizações, viagens, feitos com mulheres, fatos que pouco interessam aos ouvintes mais sérios.

A incoerência da ostentação reside no fato de falarem uma coisa teoricamente, mas na vida real é (ou faz) outra. Transforma-se em pessoa banal, fútil e não inspira confiança. Pode ser até alvo de comentários maldosos e (verdadeiros)...

Hoje em dia político passou a ser sinônimo de falsidade, incoerência... São salvo de chacotas, quando deveriam ser reverenciados como representantes do povo e como aqueles que são vozes de quem não t em voz. Mas a democracia se deteriorou justamente com a incoerência e falsidade deles.

Os religiosos incoerentes também são vítimas de sua própria incoerência. Apegados a ritos e cultos, aparentam piedade, mas na realidade são maldosos, maliciosos, adúlteros, gananciosos, ostentadores, vazios, comportamentos com os quais depõem terrivelmente contra a religião que adotam e dizem seguir.

Ostentar é um direito inalienável... Ser incoerente uma opção livre... Ser ou não ser... E assumir as consequências. A sociedade e a vida sabem separar o “joio do trigo”.



Imagem: Google

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A SÍNDROME DE PETER PAN E O CONSUMO


Começando pelo começo e sem aprofundar nos méritos da psicologia, que, aliás, não é nosso propósito nem especialidade, a Síndrome de Peter Pan, descrita pela primeira vê pelo Dr. Dan Kiley, em 1983 , parafraseando a lenda de Peter Pan, o menino que não queria crescer, permanecendo criança para sempre, descreve psicologicamente pessoas que não crescem, não aceitam crescer, permanecendo infantilizado e se comportando como  tal.

Pessoas portadoras desse distúrbio, por não atingirem o amadurecimento adulto, permanecem vazios, dependentes inseguros e incapazes de assumir responsabilidades. Hoje muito se comenta a respeito da “geração nem-nem”, sobre as pessoas que permanecem na dependência dos por muito tempo, não estudando, não trabalhando, não se constituindo famílias, vivendo no bem bom, sem agregar valores à sua vida e à dos outros.

As pessoas com a Síndrome de que estamos tratando hoje, pelo simples fato da insegurança ser sua principal característica são medrosas e buscam a todos os mo0omentos culpados por seus insucessos, seus fracassos e sua mediocridade... “Ele é culpado, sou a vítima”! Como o bordão do impagável “Chaves”: “...Ninguém gosta de mim”!

Segundo o Dr. Kiley as principais características dos portadores da Síndrome são: irresponsabilidade, ansiedade, solidão, conflito quanto ao papel sexual, narcisismo e estilo de vida “pirático”.

Mas o grande problema mesmo das pessoas que insistem em não crescer, permanecendo sempre criança é a questão do consumo. As crianças, principalmente hoje em dia, pelas próprias características e conformação das famílias tentam suprir as suas ausências com presentes e benesses, reforçando a concepção do “ter”. Se a criança não cresce, continua na fase infantil do “ter”, reforçando o consumo principalmente das banalidades.  Chega a ser perdulária e pródiga... Pura e total irresponsabilidade.

A Síndrome de Peter Pan é uma doença, tanto quanto o consumismo. Tornam as pessoas chatas e de difícil convivência. Porém, se tratadas com seriedade têm cura. Seriedade: um dos fatores. Tomar consciência, conhecer, querer ser curado e buscar ajuda profissional,  eis outros fatores fundamentais.

Doenças trazem infelicidades... A superação alegria e felicidade. Portanto, o caminho é o conhecimento.



Imagem: Google/Disney

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A PERPLEXIDADE NECESSÁRIA


“...E eu que pensei que já vi tudo nessa vida”... Essa é uma frase muito comum hoje em dia, especialmente entre as pessoas mais maduras, diante de fatos e coisas que acontecem ou que estão acontecendo neste exato momento.

Nesse momento o mundo está estarrecido com os ataques  terroristas na frança. O Brasil também faz coro nesse estarrecimento.

Mas o Brasil tem vivido, também, o drama do rompimento das barragens de uma mineradora em Mariana, Minas Gerais. Tudo certo, justo e necessário. Não dá para se conformar com perdas de vidas humanas. É necessário manter a perplexidade.

Mas há contrastes... Mortes,  inocentes vítimas de um contexto de ganância, de busca de poder político, de vantagens econômicas ou de outros objetivos maiores, não importando os meios, os caminhos e os métodos envolvidos, ainda que envolvam vidas inocentes que nada têm a ver.

Há outras tantas mortes, mortes violentas pela guerra, por problemas climáticos, pela fome, pela sede, pelo abandono... Não só vidas humanas, mas também de animais, da natureza, do planeta enfim...

Essas mortes, por não serem foco da grande imprensa , não causam perplexidade... Pior são banalizados... Considerados normais... Vidas humanas se perdendo  e não causam perplexidade.

E o que dizer da corrupção, que no fim da linha priva milhões de pessoas do emprego, da assistência social, da educação de qualidade, da saúde, do saneamento, da cidadania?

As mortes da Kiss, dos desastres de Teresópolis, os assassinatos em série, os estupros, a pedofilia, a violência contra menores e contra as mulheres, se saíram da imprensa foram esquecidas... Até pelas autoridades, pela polícia e pela justiça.

Ah, sim... Recentemente a imprensa noticiou que um promotor de Santa Maria está processando alguns pais de vítimas do incêndio da Kiss por divulgarem cartazes com suas fotos e a acusação de inépcia, pois sabiam que a Kiss esta funcionando irregularmente e nada fizeram.

A imprensa é necessária, a informação é necessária, a TV é necessária...  A TV especialmente está a serviço dos donos do poder, jamais estará a serviço dos pobres, das vitimas, dos excluídos, dos familiares daqueles que morreram e as desampararam... É uma triste e perplexa realidade.

É necessária a perplexidade... Não a perplexidade cômoda, do politicamente correto, infantilizada, só porque deu na TV... Mas a perplexidade ativa, inquieta, consciente, madura... Aquela não influenciada pela mídia, mas fruto do conhecimento, da leitura, da informação e da formação.

É certo que  uma postura assim leva fatalmente a uma ação, uma participação, a uma atitude... Algo difícil hoje em dia...

Só a libertação das amarras dos Meios de Comunicação de Massa já é um grande passo.



Imagem: Google

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

A IGNORÂNCIA ESCRAVIZA

Estúpido, sem instrução, tolo, inepto, ter desconhecimento de algo, imbecil, inocente, imperito, ingênuo... Segundo os dicionários, são sinônimos de ignorante, fruto, portanto da ignorância.

Alguns aspectos qualitativos envolvem essa expressão, que veio do latim “ignorante” e em inglês “ignorant”. Em primeiro lugar ela denota um sentido amplamente pejorativo, que depõe contara a pessoa, tornando-a indesejável, por exemplo, um relacionamento social ou num círculo de amizade.

De fato, é muito ruim e chato a pessoa ser ignorante. Uma de sua marcas é a arrogância, o grande veneno que torna a pessoa detestável. Outra marca é a escravidão. A ignorância escraviza, pois a pessoa fica girando em sob o seu próprio eixo, olhando fixamente apenas para seu umbigo, quer ser o centro das atenções, porém nada acrescenta, nada agrega de valor às pessoas que estão por perto.  O ignorante é autoritário, pois fica preso ao seu conhecimento limitado, preenchendo o vazio existente com banalidades. São aquelas conversas, atitudes e posturas que não levam a lugar algum.

Porém, esta é a segunda possibilidade, a ignorância é fruto de história própria de vida da pessoa. Ela não teria tido oportunidade de aprender coisas, de experienciar situações que  geram conhecimento e maturidade. Não teve oportunidades... Isso a faz ignorante pelo simples desconhecimento. Não tem culpa. Nem por isso sua arrogância, sua infantilidade, seu autoritarismo são menos detestáveis.

Pelo sim, pelo não, o ignorante, escravo, peca pela falta de dúvida. Quem não duvida não pergunta, quem não pergunta não busca o saber, o conhecimento, não sai da zona de conforto, consolida a escravidão, a chatice, a rejeição.

A ignorância individual, pessoal, vai se somando, se juntando às de outras pessoas e assim se espalhando pela sociedade. O resultado disso é a sociedade inteira sofrendo de apatia, de inércia e não participado das grandes questões do país.

A ignorância nasce, também, do analfabetismo, principalmente do analfabetismo funcional, aquele que revela, apesar de saber ler e escrever,  total desinteresse pelo mundo à sua volta. Muito menos das questões políticas, fundamentais para afazer história e contribuir para que o mundo seja melhor. Impossível não lembrarmos de Bertolt Brechet, com cuja reflexão concluímos a postagem de hoje:

O Analfabeto Político.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem pratica dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende de decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado e o pior de todos os bandidos: o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio dos exploradores do povo”.

Qualquer semelhança com a nossa realidade será mera coincidência?

Imagens: Google


quarta-feira, 4 de novembro de 2015

CRIANÇA DORMINDO: IMAGEM DE DEUS E FONTE DE CORAGEM

O mestre encontra seus discípulos muito agitados e pergunta qual a razão de tanto barulho... Um deles, tomando a palavra disse:
- O outro mestre passou por aqui e nos disse que Deus é bobagem e não existe. E isso contraria todo o nosso aprendizado...
Outro discípulo o interrompeu e perguntou:
- Então mestre, nos diga: Deus existe? Como provar o que diz?
O mestre sem pestanejar respondeu:
- Sim Deus existe... Para percebê-lo basta observar, além das maravilhas da natureza e do universo, uma criança dormindo...
 E os discípulos ficaram pensativos...


Sim, uma criança dormindo é tudo de bom e de ver... A mãe pode descansar, ou dar conta de outros afazeres do lar... E pode também nos inspirar muitas reflexões, inclusive sobre a existência de Deus e as fontes de energias para o enfrentamento das agruras da vida.

Uma criança dormindo é fonte de paz... Ela dorme tranquilamente, pois sabe que papai ou mamãe, ou ambos, estão à espreita para evitar qualquer acidente. Ao menor ruído alguém já está lá para verificar se nada de anormal está acontecendo.

A criança está em completo abandono nos braços da mãe e do pai. A confiança é plena, total e irrestrita. Conforme a idade nem aceita carinhos de pessoas estranhas. Não é uma confiança cega, mas uma condição biológica...

Não há quem não se sensibilize com a imagem de uma criança dormindo em paz. É divino... Só mesmo quem está no extremo da insensibilidade, de insensatez... Deus se comunica com os homens através da inocência, da pureza, da espontaneidade de uma criança... Só por esse aspecto a criança fonte de coragem de determinação.

Quantas histórias há de mães que chegaram ao extremo do sacrifício para proteger seu filho! Forças quem vem de Deus!

Assim, pais e mães desanimados com as incertezas e vicissitudes da vida devem olhar para seu filhinho, sua filhinha dormindo em paz com as mãozinhas para cima, sinalizando que está tudo bem... Se tudo está escuro, aquele anjinho indefeso, com potencial inequívoco de vir-a-ser, ainda totalmente dependente da ação dos pais, é a sua melhor fonte de coragem, de inspiração, de luta, de força, de busca das metas, dos sonhos, da realização dos projetos por mais simples que sejam.

Sim, Deus existe, não importa a crença... E Deus jamais castiga ou abandona suas criaturas... Deus é amor pleno, total e irreversível. A questão é simplesmente de fé, mas fé madura... E fica aquela máxima: “Para quem acredita nenhuma explicação é necessária... Para quem não acredita, nenhuma explicação é possível”.

E o mestre tem razão, a paz de uma criança dormindo diz tudo... Ou quase tudo!



Imagem: do Blog (Rebeca)

terça-feira, 3 de novembro de 2015

PROLIXIDADE OU VERBORRAGIA



Prolixo (ou verborrágico) é o indivíduo que fala demais ou escreve muito, perdendo a oportunidade de ser assertivo, sintético, curto e grosso, facilitando o entendimento de outra pessoa ou de uma plateia.

É o cara “enrolão” que fala, fala e nada diz. Num discurso, aula ou palestra, simplesmente faz a plateia “dormir”... E sair com a sensação de “tempo perdido”.

Quando escreve, usa e abusa de adjetivos, de frases entre vírgulas, perdendo-se em detalhes, com o que perde, também, o objetivo da afirmação.

Um antigo professor de Língua Portuguesa alertava seus alunos quanto à extensão dos seus textos. “Quem escreve muito erra muito”, dizia sempre.

Não esqueçamos, porém, a “prolixo” pode em algum momento ser usada como adjetivo. Pode-se dizer que o conhecimento de alguém é “prolixo” no sentido de quantidade, profundidade e extensão desse conhecimento.  O mesmo pode-se dizer de aluem que fala fluentemente várias línguas... E assim por diante.

Voltando ao seu aspecto negativo, lembramos-nos do Professor Mario Sergio CortelLa, que em seu livro “Pensar bem faz bem! –  volume 3”, abordou o tema da “vacuidade”, que é a capacidade das pessoas de encontrar palavras para preencher o vácuo de conhecimento que acontece em seu cabedal  de conteúdo. Desenvolve, então, um rosário de palavras sem sentido, uma verborragia desenfreada, tornando aquele diálogo longo, inacabável, horrível, sonolento, chato...

E quando o camarada se acha o sabido, o bem informado, dono da verdade, tenta roubar a cena e sua conversa fica girando em círculo, ou melhor, como um disco quebrado, o qual quando se imagina que está chegando ao fim e outro vai poder emitir sua opinião, ele volta ao começo e a verborragia continua.

Duas quase anedotas envolvendo a prolixidade e a assertividade:

1 – Quando alguém que é visitante na cidade pergunta a um transeunte onde fica tal instituição e a resposta vem com a história, sua fundação, seus presidentes, autoridades que visitaram e se esquece de oferecer ao impaciente visitante informação desejada, sendo necessária uma segunda pergunta.

2 – Quando o mesmo visitante pergunta a um outro transeunte, este mais assertivo e mais chato, se ele sabe onde fica a mesma instituição ele responde simplesmente: “sei”. Azar de quem fez a pergunta de forma errada.

Falar muito e nada dizer, eis a contribuição da prolixidade para a cultura nihilista, isto é, do nada... Bem à caráter do nível educacional presente em nosso pais, que é baixíssimo, bem a gosto da elite dominante e dos políticos... Povo inculto, dominação facilitada.

Chega por hoje...


Imagem: Google

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

FINADOS, MORTE OU FIM DE TUDO?


Escrever, falar e pensar sobre a morte é muito difícil, não no sentido de dificuldade, mas em relação à sua morbidez, à sua dureza, à sua tragédia, ao significado mesmo tema. Apesar disso, muito se escreve sobre a morte.

Muito se pensa sobre ela... É assunto para filósofos (desde a Antiguidade), sociólogos, antropólogos e religiões especialmente. O Cristianismo é bem claro e objetivo a seu respeito. No Evangelho de hoje, por exemplo, Jesus fala de sua morte e ensina que a morte é necessária para a continuidade da vida, na eternidade. Ele mesmo precisa ser semente que morre para nascer em outro patamar. É a sua ressurreição. A vida, então, passa a ter um significado maior: a preparação para a nova vida. A morte é Páscoa, é passagem, é um passo para a Ressurreição.

A História registra que civilizações antigas que relativizaram a morte, considerando-a realmente o fim de tudo, também relativizaram a vida, não valorizando a condição humana das pessoas. Assim, surgiram os déspotas, os ditadores, os imperadores e que consolidaram a divisão da sociedade entre elite dominante (aristocracia) e as classes dominadas, muitas delas escravas.

Foi o Cristianismo que mudou esse conceito e esse contexto, ensinando a igualdade entre as pessoas, uma vez que Deus é Criador e Pai de tudo e de todos.

As civilizações indígenas consideram sagradas a terra e a natureza, pois elas acolherão os seus mortos que voltam às suas origens. Por isso protegem e cuidam da natureza, convivendo harmoniosamente com ela.

Hoje, muitos procuram viver a vida mais intensamente, sem regras, não importando com as consequências para si e para os outros. Desprezam o meio ambiente e banaliza a dignidade humana, intensificando o círculo da violência.

Sem romantismo, sem ser piegas, sem alienação, mas com consciência e maturidade, é preciso encarar a morte com naturalidade e considerar que é possível, sim, uma vida após, mesmo que numa outra dimensão.

A morte é uma ruptura... E se acontecer precocemente, por acidente ou por doença é mais trágica ainda. A dor do luto é imensurável. Porém quem viver a vida dignamente tem a possibilidade de permanecer na memória de seus entes queridos, principalmente se fez a diferença na vida de um ou mais pessoas.

Outras, como um criminoso, também ficarãp na memória de uma família ou comunidade pelo que fez de ruim... Então, o melhor mesmo, é fazer o bem e bem feito.

No dia de Finados, e em todos os dias do ano e da vida, é bom ter em mente um sentido positivo da existência. A morte virá, mais cedo ou mais tarde, “como um ladrão”, de forma natural e não será o fim, mas uma passagem. Não sem dor, mas com mais saudade do que dor.



Imagem: Google