segunda-feira, 2 de novembro de 2015

FINADOS, MORTE OU FIM DE TUDO?


Escrever, falar e pensar sobre a morte é muito difícil, não no sentido de dificuldade, mas em relação à sua morbidez, à sua dureza, à sua tragédia, ao significado mesmo tema. Apesar disso, muito se escreve sobre a morte.

Muito se pensa sobre ela... É assunto para filósofos (desde a Antiguidade), sociólogos, antropólogos e religiões especialmente. O Cristianismo é bem claro e objetivo a seu respeito. No Evangelho de hoje, por exemplo, Jesus fala de sua morte e ensina que a morte é necessária para a continuidade da vida, na eternidade. Ele mesmo precisa ser semente que morre para nascer em outro patamar. É a sua ressurreição. A vida, então, passa a ter um significado maior: a preparação para a nova vida. A morte é Páscoa, é passagem, é um passo para a Ressurreição.

A História registra que civilizações antigas que relativizaram a morte, considerando-a realmente o fim de tudo, também relativizaram a vida, não valorizando a condição humana das pessoas. Assim, surgiram os déspotas, os ditadores, os imperadores e que consolidaram a divisão da sociedade entre elite dominante (aristocracia) e as classes dominadas, muitas delas escravas.

Foi o Cristianismo que mudou esse conceito e esse contexto, ensinando a igualdade entre as pessoas, uma vez que Deus é Criador e Pai de tudo e de todos.

As civilizações indígenas consideram sagradas a terra e a natureza, pois elas acolherão os seus mortos que voltam às suas origens. Por isso protegem e cuidam da natureza, convivendo harmoniosamente com ela.

Hoje, muitos procuram viver a vida mais intensamente, sem regras, não importando com as consequências para si e para os outros. Desprezam o meio ambiente e banaliza a dignidade humana, intensificando o círculo da violência.

Sem romantismo, sem ser piegas, sem alienação, mas com consciência e maturidade, é preciso encarar a morte com naturalidade e considerar que é possível, sim, uma vida após, mesmo que numa outra dimensão.

A morte é uma ruptura... E se acontecer precocemente, por acidente ou por doença é mais trágica ainda. A dor do luto é imensurável. Porém quem viver a vida dignamente tem a possibilidade de permanecer na memória de seus entes queridos, principalmente se fez a diferença na vida de um ou mais pessoas.

Outras, como um criminoso, também ficarãp na memória de uma família ou comunidade pelo que fez de ruim... Então, o melhor mesmo, é fazer o bem e bem feito.

No dia de Finados, e em todos os dias do ano e da vida, é bom ter em mente um sentido positivo da existência. A morte virá, mais cedo ou mais tarde, “como um ladrão”, de forma natural e não será o fim, mas uma passagem. Não sem dor, mas com mais saudade do que dor.



Imagem: Google

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