segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A PERPLEXIDADE NECESSÁRIA


“...E eu que pensei que já vi tudo nessa vida”... Essa é uma frase muito comum hoje em dia, especialmente entre as pessoas mais maduras, diante de fatos e coisas que acontecem ou que estão acontecendo neste exato momento.

Nesse momento o mundo está estarrecido com os ataques  terroristas na frança. O Brasil também faz coro nesse estarrecimento.

Mas o Brasil tem vivido, também, o drama do rompimento das barragens de uma mineradora em Mariana, Minas Gerais. Tudo certo, justo e necessário. Não dá para se conformar com perdas de vidas humanas. É necessário manter a perplexidade.

Mas há contrastes... Mortes,  inocentes vítimas de um contexto de ganância, de busca de poder político, de vantagens econômicas ou de outros objetivos maiores, não importando os meios, os caminhos e os métodos envolvidos, ainda que envolvam vidas inocentes que nada têm a ver.

Há outras tantas mortes, mortes violentas pela guerra, por problemas climáticos, pela fome, pela sede, pelo abandono... Não só vidas humanas, mas também de animais, da natureza, do planeta enfim...

Essas mortes, por não serem foco da grande imprensa , não causam perplexidade... Pior são banalizados... Considerados normais... Vidas humanas se perdendo  e não causam perplexidade.

E o que dizer da corrupção, que no fim da linha priva milhões de pessoas do emprego, da assistência social, da educação de qualidade, da saúde, do saneamento, da cidadania?

As mortes da Kiss, dos desastres de Teresópolis, os assassinatos em série, os estupros, a pedofilia, a violência contra menores e contra as mulheres, se saíram da imprensa foram esquecidas... Até pelas autoridades, pela polícia e pela justiça.

Ah, sim... Recentemente a imprensa noticiou que um promotor de Santa Maria está processando alguns pais de vítimas do incêndio da Kiss por divulgarem cartazes com suas fotos e a acusação de inépcia, pois sabiam que a Kiss esta funcionando irregularmente e nada fizeram.

A imprensa é necessária, a informação é necessária, a TV é necessária...  A TV especialmente está a serviço dos donos do poder, jamais estará a serviço dos pobres, das vitimas, dos excluídos, dos familiares daqueles que morreram e as desampararam... É uma triste e perplexa realidade.

É necessária a perplexidade... Não a perplexidade cômoda, do politicamente correto, infantilizada, só porque deu na TV... Mas a perplexidade ativa, inquieta, consciente, madura... Aquela não influenciada pela mídia, mas fruto do conhecimento, da leitura, da informação e da formação.

É certo que  uma postura assim leva fatalmente a uma ação, uma participação, a uma atitude... Algo difícil hoje em dia...

Só a libertação das amarras dos Meios de Comunicação de Massa já é um grande passo.



Imagem: Google

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