sexta-feira, 18 de março de 2016

JOSE, A MÍSTICA E O HUMANO

José em Agonia, Igreja de São José -  Rio de Janeiro

“A grande tarefa do ser humano é ser humano” (Sigmund Freud)... O Portal Vozes, através da “Folhinha do Sagrado Coração de Jesus”, traz esta frase emblemática do fundador da Psicanálise.

Aliás, a “Folhinha...” é uma bela fonte diária informações e temas para reflexão. Está no site da Editora Vozes.

Neste dia 19 de Março, várias religiões celebram a memória daquele que foi o pai adotivo de Jesus, o Cristo, o Salvador, o Redentor da Humanidade. Até os luteranos se lembram dele como o “Tutor” de Jesus.

Há quem diga que no processo hebraico para a escolha do pai do Messias, José era um candidato... A certeza de que ele seria o pai do Messias foi a “flor branca que brotou em seu cajado”

A literatura religiosa e profana está plena de referências a José de Nazaré, o Carpinteiro, o Patrono dos Trabalhadores, o chefe da Sagrada Família, o Pai humano de Jesus. Humano em termos, pois como se sabe Jesus foi gerado no ventre de sua mãe por obra e graça do Espírito Santo.

A grande contribuição de José para a mística religiosa e humana foi a sua forma de abraçar o matrimônio com uma jovem grávida, de um filho não seu, numa época e cultura em que a mulher era vilipendiada e o adultério punido de forma drástica. A história  registra que ele vacilou, foi temeroso, mas recebendo uma mensagem divina, através de um anjo, em sonho, percebeu, teve a visão de sua missão e de quem seria aquela criança para o futuro da humanidade, em sua simplicidade, ignorância até, abraçou a causa.

E foi exemplar como pai e marido... Protegeu a esposa e o filho nos momentos críticos, como a obediência à ordem imperial do recenseamento, a perseguição de Herodes,  a perda do filho na festa da Páscoa, a ordem para que Jesus, naquele momento, deixasse os “doutores” e fosse para casa, pois já era tempo; o ensino da profissão ao filho, como demonstra Mel Gibson em seu filme “A Paixão de Cristo” (singelas cenas).

José foi simples. Não escreveu nenhum tratado de filosofia ou de teologia... Mas é uma prova contundente do Jesus Histórico, do Jesus Humano. E há registros indicando que teve o seu filho em sua cabeceira de morte. Não há dúvida que é modelo de esposo, que amou sua noiva já grávida, protegendo-a... É modelo de pai, de educador, de trabalhador...

Na Igreja Católica é Santo. São tantas as pessoas que levam o seu nome. São tantas as cidades que o homenageiam... Não há como não aceitar sua importância na História.

Ele cumpriu a tarefa descrita por Freud dois mil anos depois. José um ser humano simples, modesto, porém “humano” o suficiente para ter um “Deus” em sua família, educá-Lo como humano e torná-Lo livre para cumprir a missão da qual estava incumbido.

Consciente, permaneceu à margem.


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