terça-feira, 1 de março de 2016

A ROTINA É COMO FERRUGEM


Às vezes somos tentados e corremos o risco de repetir chavões já consagrados de desgastados pelos livros e textos de autoajuda. Certos temas parecem não mais terem lugar na vida das pessoas, simplesmente porque estamos numa outra época, talvez o pós-pós-modernidade.

Nesse sentido (nessa época) de ultra modernidade chamar a atenção para a rotina torna-se arriscado e soa como antiquado e inadequado. Coisas de velhice ou de falta de assunto. Mas vamos lá...

Rotina é sempre fazer as coisas sempre do mesmo jeito. Há age um dito popular, herdado do futebol dizendo que “em time que está ganhando não se mexe”. Daí o conceito chulo do “imexível”.

Hoje em dia ninguém dá a mínima para a rotina. Estão todos preocupados com os seus equipamentos de comunicação. Estamos, também, na “era da comunicação” instantânea, reafirmando a profecia de Herbert Marshall McLuhan a respeito da instalação da aldeia global. Quem não se comunica está fora dos trilhos. E p trem já foi e est4á apitando para além da curva.

E a rotina existe e, como uma espécie de ferrugem, detona os relacionamentos. Corrói os relacionamentos... Torna inviável um relacionamento sadio... Quanta solidão! Quanta irritação! Quanto estresse! Quanta depressão! (E depressão mata!) E tem gente que confunde uma irritação momentânea com estresse e depressão. A verdade é que a depressão leva ao suicídio muito letamente e as pessoas desse grupo de risco precisam de ajuda. Mas de quem? Se estão todos desligados ou envolvidos pela rotina?

Nos relacionamentos conjugais tudo começa de forma maravilhosa. Tudo é novidade... Claro que de imediato as máscaras já caem, pois literalmente as pessoas tiram as máscaras e as roupas se dando por inteiro um ao outro. As novidades acabam por aí. Então, os amantes precisam ser muito criativos para manter o espírito elevado das primeiras conversas, das primeiras mensagens, dos primeiros encontros...

“Quem ama cuida..”. Essa máxima, já antiga, surrada, ainda permanece válida e importante. No amor conjugal há uma troca fundamental que é um assumir a felicidade do outro, sem perder a liberdade própria. É um exercício difícil que requer maturidade. Um deve assumir, sim, a felicidade do outro, sem abrir mão de sua individualidade. Um não deve “morrer” para a vida, simplesmente para permitir a alegria e a realização do outro. O amor conjugal é uma construção comum, um caminha ao lado do outro, sempre mirando horizontes únicos, comuns. O amor, o amar são sinônimos de cuidado...

Acontece que nesse processo há o descuido, a .centralização em si próprio, a centralização, o sentimento de posse, o colocar-se em primeiro lugar, a “síndrome de Gabriela”, a fala de criatividade, a desatenção para com as necessidades, particularidades e peculiaridades da pessoa amada.  O resultado dessa equação chama-se rotina.

Um relacionamento rotineiro mantém as portas escancaradas para que o outro passe por ela e, talvez, jamais volte. A ferrugem é irreversível.



Imagem: Google

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