quarta-feira, 31 de agosto de 2016

ELEIÇÕES: UM POUCO MAIS DE FORMAÇÃO POLÍTICA - 3

Separar o bom do ruim:

É fundamental saber separar quem é quem na hora de votar. Para não ser enganado, a melhor coisa é:
·        Não ficar sozinho. Forme um grupo com seus amigos, vizinhos e, juntos, procurem conhecer o passado de cada candidato.
·        Verificar suas propostas
·        Ver se o candidato realmente merece seu voto. É aquela velha história: “Diz-me com quem andas e te direi quem és“

Tipos de eleitor:

Eleitor que vota pela tradição: Há tradições, mas há outras que são atraso e fator de empobrecimento. Votar só pela tradição é argumento fraco. Será que a situação de hoje é a mesma do passado?

Eleitor que vota no mais forte: Há pessoas que votam em candidatos mais fortes e poderosos e que estão gastando muito dinheiro com propaganda. Tais candidatos podem ser “testas de ferro” para defender os interesses de grupos privilegiados e que querem manter-se sempre no poder.

Eleitor que vota na aparência: Muitas pessoas se enganam com a aparência do candidato. O que vale mais: o papel que embrulha o presente ou o conteúdo? Um critério importante é verificar se as propostas são de fato exequíveis.

Eleitor que anula o voto ou vota em branco: Isto contribui para manter as coisas como estão. É preciso não abrir mão do direito de votar a fim de mudar para melhor ou evitar males maiores.

Eleitor que aceitam a conversa de cabos eleitorais: Muitos votam pela conversa bonita dos cabos eleitorais e por aquilo que dizem os meios de comunicação.

Eleitor consciente: é aquele que valoriza o voto. É preciso analisar, refletir sobre o passado e o presente e acreditar num futuro melhor. Depois das eleições é necessário acompanhar os eleitos.

Tipos de político:

Político Profissional: É aquele que há muito tempo está no poder e quase nada faz de concreto para o bem comum.

Político Interesseiro: É aquele que trabalha para o seu próprio proveito, tendo em vista as próximas eleições e não o bem comum.

Político exibicionista: É o gastador de recursos públicos para a sua autopromoção. Está comprometido com os grandes grupos econômicos.

Político “engomadinho”: É aquele que fala bonito, se apresenta bem, mas não tem conteúdo e nem propostas sérias.

Político de promessa: É aquele que somente se lembra do povo na época das eleições e que abusa dos meios de comunicação com propagandas enganosas.

Político sem identidade: É aquele que muda de partido conforme as suas conveniências, não é comprometido com os anseios do povo. É conhecido também como “camaleão”, pois muda de acordo com o que mais lhe convém.

Político ideal: É aquele que tem proposta política viável, defende a vida, os direitos humanos, é preocupado com os empobrecidos e luta pelo bem comum.

Pensamentos que devemos evitar:
“Vou votar em quem está na frente, porque não quero perder o meu voto”.
“Ele rouba, mas faz!”.
“Política e religião não se misturam!”.
“Política não se discute!”.
“Políticos são todos farinha do mesmo saco!”.

Assim, devemos votar em quem...
·        Defenda uma sociedade que tenha a pessoa humana como valor central, tenha uma prática política passada e presente de defesa das causas populares e do bem comum.
·        Pertença a um Partido Político com plano de governo bem elaborado, que se proponha a resgatar a nossa cidadania, e a melhorar nossa sociedade.
·        Seja honesto e que suas propostas atendam ao que esperamos para a sociedade.
·        Não faça promessas miraculosas, nem gaste muito dinheiro em campanha.
·        Não ofereça presentes ou favores pessoais para conquistar o nosso voto

Concluindo: Democracia não é feita só de eleições

Não devemos reduzir a democracia só às eleições, deixando que os eleitos tudo resolvam durante o seu mandato. Ao contrário, uma verdadeira democratização da sociedade requer que os cidadãos sejam corresponsáveis pela gestão dos bens públicos (escolas, postos de saúde, orçamento municipal) e assumam a tarefa de orientar e vigiar a administração pública por meio de conselhos paritários, previstos na lei ou que podem ser criados para garantir transparência ao serviço público e a participação do maior número possível dos cidadãos.


(Este texto foi preparado com base na Cartilha Política da Diocese de São José dos Campos nos anos 90)

terça-feira, 30 de agosto de 2016

ELEIÇÕES: UM POUCO MAIS DE FORMAÇÃO POLÍTICA - 2

Votar conscientemente...

 Para votar de modo consciente, precisamos conhecer o candidato, seu partido, suas propostas, ideias e interesses.

Votar bem é votar...
·        Nos candidatos que estimulam a participação popular, consultam o povo e apresentam propostas concretas para a melhoria de suas condições de vida.
·        Em candidatos que não buscam vantagens pessoais ou de pequenos grupos, mas defendem e promovem o bem comum.

Para avaliar e conhecer os candidatos que se apresentam numa eleição é bom perguntar e responder sempre:
·        Quem é esse candidato?
·        Que atividades já desenvolveu?
·        Que preparo tem para exercer as funções do cargo que disputa?
·        É pessoa capaz de fazer sacrifícios pessoais?
·        Candidato tem espírito público e está realmente preocupado com o bem comum?

 A nossa participação

Todo governante ou representante tem a obrigação de servir e promover o bem comum. Mas esta obrigação só será cumprida com a nossa participação, fiscalizando a atuação dos representantes eleitos.

A nossa participação pode ser individual ou coletiva, com vantagem para a coletiva, pois a força do grupo supera a do indivíduo.

Mesmo as pessoas mais pobres e exercendo as profissões mais humildes conseguem exercer poder de pressão e são ouvidas quando agem em grupo. Quanto mais numeroso e bem organizado for o grupo, maior a influência que pode exercer nos níveis municipal, estadual e federal.

Por isto, vamos nos organizar em associações diversas, participar das decisões, exigir o cumprimento de leis que promovam e defendam nossos interesses. Vamos conhecer e controlar a atuação dos governantes, cobrando-lhes transparência na administração e uma correta aplicação do dinheiro público.

Vamos votar em pessoas honestas, dispostas a quebrar as correntes da injustiça social e econômica para construirmos uma sociedade mais humana, justa e fraterna.

Durante as eleições é importante participar do processo, fazer política, isto é, conversar sobre o assunto, debater sobre o perfil do candidato ideal e comprometido com a transformação e justiça social. Combater os votos nulos, a corrupção eleitoral (compra de votos), combater os políticos carreiristas e o voto sem critérios.

Depois das eleições, devemos aceitar o resultado e reconhecer os eleitos, desde que legítimos, sem rancor e vinganças. Fazer acompanhamento dos eleitos para que cumpram o que visa o bem comum e principalmente não deixá-los “cair em tentação” e colaborar com os eleitos para defender juntos ideias e projetos que venham a atender toda a comunidade.



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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

ELEIÇÕES: UM POUCO MAIS DE FORMAÇÃO POLÍTICA - 1


Quando chegam as eleições, abrem-se novas portas para o real exercício da Cidadania e dos Direitos humanos.

Fica em nossas mãos, através do voto consciente e responsável, mudar o que está errado. Cabe a nós, cidadãos conscientes, escolher o Brasil que queremos. Um Brasil onde aconteça, de fato, a cidadania, a justiça social, a liberdade, a paz, a saúde, a educação, com terra para todos, moradia, salário justo, honestidade...

O segredo para chegarmos a um Brasil que queremos encontra-se na capacidade de elegermos não só um bom Presidente da República, um bom Governador, mas também de escolhermos bem os nossos Senadores, Deputados Federais e Estaduais, Vereadores e Prefeitos.

Votar para eleger Senador, Deputado Federal, Deputado Estadual e Vereador é muito importante. São eles que fazem as leis e fiscalizam o governo, que é o poder executivo. São eleitos pelo voto do cidadão. Muitos maus políticos acabam se reelegendo, fazendo carreira.

Será que o povo é, de fato, bobo? Não! Ocorre que esses políticos são mestres na arte da manipulação.

No Brasil, o controle das televisões, rádios e jornais por uns poucos empresários, permite a manipulação em grande escala. Aliados a políticos poderosos, os donos da comunicação tentam fazer a cabeça do cidadão e determinar o seu voto. Isto já aconteceu no passado. Prestem atenção, poderá acontecer de novo nos próximas eleições.

Votar em alguém significa dar-lhe poder para que decida questões do nosso interesse. A participação através do voto é o mínimo que podemos exigir numa sociedade democrática. Quando votamos, exercemos de alguma maneira a nossa influência sobre o sistema de governo.

Quando o contrário acontece, simplesmente não votamos, votamos nulo ou em branco, é fazer gol contra, é concordar com a realidade que está aí e impedir a mudança.

Assim, vender ou trocar o voto por promessa de emprego, cesta básica, tábuas, tijolos, etc., é pensar só em si e ignorar o bem comum.

Votar só porque o patrão pediu ou porque é amigo ou parente não ajuda a mudar nada.

O voto é compromisso com o bem comum. Não façamos dele uma arma onde as vítimas seremos nós mesmos, pois numa verdadeira democracia, o povo elege seus representantes, fiscaliza suas ações e participa na elaboração e na execução de seus projetos. Portanto, cuidado! As pesquisas de opinião, as informações falsas e interesseiras, visam influenciar o povo em votar em candidatos comprometidos com os interesses da classe dominante.

E importante ser prudente com as campanhas milionárias.... De onde vem tanto dinheiro de alguns candidatos que fazem campanhas onde tem tudo e nada falta? Com certeza, estes ou vão recuperar tudo com juros e correção monetária depois de leitos ou são financiados por grandes grupos econômicos, e vão defender estes interesses depois de eleitos.

... Continua!

(Este texto foi preparado com base na “Cartilha Política da Diocese de São José dos Campos”, nos anos 90)



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domingo, 28 de agosto de 2016

PEQUENOS MILAGRES (OU PARCERIAS COM DEUS)

As pessoas e fé, e por que não dizer as pessoas sem fé também, vivem esperando os grandes milagres deem suas vidas. Claro que os grandes milagres acontecem. Os santos são testemunhas inequívocas que os milagres existem. A Igreja Católica jamais canoniza alguém sem a certeza de que pelo menos dois milagres aconteceram sob o patrocínio desse alguém

É bom esclarecer que ser humano não faz milagre. O que ele faz é interceder junto ao Pai para que o Pai atenda um pedido especial feito por um devoto. Seu pedido é atendido levando-se em conta a sua vida terrena, os bens que ele fez, a santidade que demonstrou na prática, os sacrifícios e renúncias que fez, a sua espiritualidade, o seu acolhimento, o seu espírito de oração, enfim, se sua vida foi, de fato, uma vida de doação  pela causa dos irmãos. Nem mesmo Maria, a mãe de Jesus faz milagres por si só. Ela é a maior das intercessoras, isto sim ela é.

Mas Deus, para quem tem fé, atende diretamente os pedidos dos fiéis, isto é, sem os intercessores. E muitas vezes, Ele, na sua infinita bondade e misericórdia, promove os pequenos milagres sem que a pessoa peça, pois sabe que é necessário fazê-lo para preservar especialmente a saúde e a vida daquela pessoa.

Esse é o ponto. Muitas vezes as pessoas não percebem, não se dão conta de que estão sendo protegidos pelos pequenos “toques” de Deus. E são incontáveis os momentos em que esses “toques” acontecem, especialmente nas doenças, quando médicos são iluminados para descobrirem a medicação correta para “aquele” mal, quando outras tentativas infrutíferas foram feitas.

A proteção de Deus ocorre no dia dia-a-dia, no trânsito, no trabalho, até mesmo no silêncio providencial para não se dizer uma besteira que poderia comprometer uma carreira na empresa. Ou a paz necessária para uma redação nota 10, providencial, para se conseguir uma boa nota no exame final ou no vestibular.

Uma gravidez bem sucedida... A saída ilesa de um acidente de moto ou carro. A picada de um animal peçonhento que não aconteceu. O retorno feliz e saudável de uma longa viagem a serviço. Um projeto que deu certo. Uma defesa de tese de mestrado ou doutorado que encantou a banca examinadora. A peroração eloquente de um advogado num julgamento tenso e melindroso.

Pequenos milagres ou parcerias com Deus. Resultados de uma fé viva, madura, adulta em um Deus que não se vê, mas que se sente como o vento que faz a alegria da relva ou das folhas verdes e cintilantes da natureza. E nos sorrisos inocentes e comoventes de uma criança.

Bem que o mundo poderia ser menos agitado para que essas pequenas maravilhas fossem, de fato, observadas e experienciadas.

Deus seria louvado em sua plenitude.



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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

EDUARDO GALEANO: "É TEMPO DE VIVER SEM MEDO" - PALAVRAS DE UM GRANDE PENSADOR


Vídeo: YouTube

OLIMPÍADA RIO 2016: O SONHO ACABOU, MAS SERÁ QUE AINDA TEM PÃO DOCE?


A Olimpíada Rio-2016 acabou... Os sonhos... Alguns se concretizaram, outras mais ou menos... Outros ficaram longe!

As verdades: o sentimento de ressaca, testemunhado por atletas, por turistas nacionais e estrangeiros, pelos voluntários e pelas autoridades... O vazio pós-Olímpico... E o que fazer com as obras acabadas e inacabadas...

A maioria dos atletas voltou para seus países, para suas casas... Os atletas de ponta já pensam nas novas competições, nos treinamentos e na absorção das novas tecnologias em condicionamento físico. Certamente voltarão a vencer na Olimpíada de Tóquio. Alguns competidores anunciaram aposentadoria, abrindo espaços para novos talentos.

Por aqui, tudo volta ao marasmo, ao sabor das crises política, econômica, social, educacional, esportiva. Salvem-se aquém puder.

Uns continuam seus projetos, participando de competições e fazendo intercâmbios, o que é louvável e necessário. Mas a maioria volta para suas origens, sem planos imediatos.

Enquanto lá fora, as potências esportivas tm projetos sólidos de treinamentos, pesquisa, apoio às categorias de base, por aqui, tudo continuará ao Deus dará, com pouquíssimos centros de treinamento e apoio aos atletas olímpicos. Nada é consistente.

Sem política, projeto ou planos de desenvolvimento e de divulgação dos esportes de alto rendimento não há como atrair o interesse de adolescentes e jovens para a prática esportiva. Não se prepara para jogos olímpicos e competições internacionais com a concentração de esforços num único atleta ou numa única modalidade.

O esporte precisa ser praticado desde a mais tenra idade, nas escolas oficiais ou não. É preciso haver incentivo, apoio e programas. E o mais essencial: o patrocínio. O atleta só tem de se preocupar com o seu treinamento. Esse é o seu foco. E não a sua subsistência e de sua família.

E vale ressaltar: apoio e cobrança. A contrapartida é fundamental, com dedicação, disciplina e perspectivas de resultados. Caso contrário está fora! Pulso! Eis a questão.

Nos Jogos Olímpicos ficaram claro que o máximo de empenho, treinamento criatividade pode não ser suficiente para enfrentar atletas e equipes superpreparados. Uma retrospectiva do foram os Jogos de 2016 evidencia este fato. O intercâmbio e a pesquisa fundamentais. Mas como? Se muitos atletas precisam trabalhar e alimentar suas famílias...

O Brasil é uma casa desarrumada, desorganizada, onde todos gritam e ninguém tem razão. Falta pão, falta concórdia, falta paz, falta utopia.

Resta o gosto amargo de uma festa que acabou. Sonho acabou. Nem pão doce sobrou...



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terça-feira, 23 de agosto de 2016

ABULIA, O QUE É ISSO?


O dicionário Aurélio define “abulia” como “alteração patológica que se caracteriza por diminuição ou supressão da vontade”. E outras tantas definições aparecem e todas convergem para o sentido único da ausência de vontade de fazer algo que se deseja. É uma patologia mental, portanto, trocando em miúdos, uma doença da mente e, segundo, especialistas, uma doença pouco comum e sempre atrelada a casos de esquizofrenias.

No contexto de sua raridade a “abulia” está associada a  “anedonia”, que é a ausência de prazer em praticar atos que potencialmente geram prazer, gosto, alegria.

Assim, ”abulia” e “anedonia” são faces da mesma moeda, que leva a pessoa doente, esquizofrênica ao estado de apatia, de tristeza, letargia, de paralisação, de estancamento, de recolhimento, de alienação, de isolamento.

A literatura médica relata outros estados de semi-abulia, ou uma ausência incompleta da vontade e a isso denomina “hipobulia”, levando-se em conta a definição original de “bulia” como sinônimo de vontade..

Até agora tratamos da “abulia” e da “anedonia” como distúrbios mentais individuais, não sendo possível classificá-las como estados coletivos. Pode, sim, ser feitio um paralelo, ou considerar como um simbolismo, quando de depara com grupos sociais letárgicos e sem vontade de agir diante de situações adversas.

Em casos individuais esses distúrbios ocorrem de dentro para fora, pois são próprios dos indivíduos, não são impostos por situações externas. Já nos casos coletivos decorrem de ações de fora para dentro, com fundo político e ideológico.

É a massificação, instrumento da classe dominante para manipular as massas. A massificação é ferramenta do populismo, dos fundamentalismos, das ideologias totalitárias, quer de fundo religioso ou não.

.A TV, cooptada pela elite dominante, especialmente a classe política, é uma bela ferramenta para manobrar o povo.

Os distúrbios esquizofrênicos, individualizados, entre eles a “abulia”, a “anedonia” e a “hipobulia”, são tratáveis, e com eficácia, por medicamentos modernos, sem efeitos colaterais relevantes.

Porém, quando se trata de distúrbios coletivos a medicação é a educação política, a cultura, o conhecimento, a maturidade, a ação, a participação, a utopia. Educação política e maturidade não combinam com os projetos de dominação de manipulação das massas engendrados pela classe dominante, para quem os distúrbios paralisantes são essenciais...

O essencial mesmo é romper a barreira dessa letargia. E o povo deixará de ser alvo de chacota.


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segunda-feira, 22 de agosto de 2016

UM POUCO MAIS DE OLIMPÍADA


Um sucesso! Do inicio ao fim...

Sim, a Olimpíada 2016, realizada na cidade do rio de Janeiro foi um grande sucesso, principalmente de crítica. O coro dos críticos é uníssono: um sucesso.

Organização, transportes, instalações, animação, torcida, turismo... tudo muito certinho para alegria dos organizadores que acreditaram no projeto e frustração daqueles que não acreditaram e/ou torciam contra.

A imprensa internacional não poupou elogios do inicio ao fim. A imprensa nacional se esbaldou. Realmente não há como negar, pois foi tudo muito bom.

O Brasil cresceu em todos os sentidos. Mostrou que foi capaz, inclusive para arrebanhar, treinar e coordenar tantos e tantos voluntários. Foi capaz de construir. As arenas não mentem...

A “Rio 2016” foi além da complexa realização, com tantos e tantos detalhes. Ela foi aquele momento que o Brasil precisava para relaxar, para respirar, para recuperar energias, autoestima, vontade de viver. Foi, acima de tudo, a retomada do civismo, do amor à pátria, até certa dose de nacionalismo. O Brasil recuperou uma parte de seu amor próprio. O povo extasiou-se... Foi muito bom.

As cerimônias de abertura e de encerramento foram irrepreensíveis, surpreendendo até aos brasileiros, estáticos diante da TV.  Capacidade plena de criação e desempenho. Talentos à toda prova. Medalhas de ouro. Apagou-se a péssima impressão deixada pela /copa de 2014, cujos eventos foram pífios.

Atleticamente o Brasil foi bem. Não como alguns queiram... O sonho era entrar para o grupo dos 10. Não foi possível. Houve algumas decepções, como o vôlei feminino, o futebol feminino e o judô. Mas as surpresas compensaram. No geral aconteceram melhoras, especialmente nas posições de baixo, que apresentaram melhoras significativas de desempenho, o que é um sinal de evolução e de esperanças para as próximas olimpíadas. Temos de cuidar dessa gente...

Gente simples que se encheram de moral e de vontade... Modelos para a juventude que está aí cheia de gás e querendo um lugar ao sol.

O Brasil sabe organizar, tem entusiasmo, tem energia e sabe fazer, principalmente festa. O samba que o diga.

Somos um pouco mais Brasil... Estamos de parabéns!



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quarta-feira, 17 de agosto de 2016

TAUTOLOGIA, O QUE É ISSO?


Pois é, a primeira impressão que se tem é que “Tautologia” é um sistema filosófico complicadíssimo, que remete à filosofia pura, à qual tem acesso apenas as pessoas dotadas de “mentes brilhantes”.

“Tautologia” é uma expressão que foi muito usada na Grécia Antiga. Tem um radical “tautó”, que significa o “mesmo”, ou a “mesma coisa” + mais o sufixo “logos”, que quer dizer “assunto”, “tema”. Portanto, “Tautologia” chegou até nós como a definição de um assunto repetido ou repetitivo, com um ligeira conotação pejorativa

Atualmente há dois conceitos de “Tautologia”. Um deles é aplicado à “Lógica Filosófica”. Este sim, embora recente, é muito complicado. Tem a ver com a filosofia, com pensadores, com entendidos no assunto. Refere-se a “verdades absolutas” de uma proposição, independentemente dos seus aspectos construtivos e constitutivos. A verdade sempre prevalecerá, apesar de suas condicionantes. Não muda nunca. Isso é Filosofia.

O outro conceito, já mais simples, é o que identifica figuras de linguagem e de comunicação que são repetitivas, tipo pleonasmo. E usa-se muito isso, para desespero dos bons professores de língua portuguesa.

Simplificando mais ainda, com exemplos do cotidiano: expressões como...
...Subir para cima
...Descer pra baixo
...Sair para fora
...Outra alternativa
...Tudo que é demais é demasia
...Ver com os próprios olhos
...Elo de ligação

Exemplos assim são repetições desnecessárias, impróprias e simplesmente horríveis aos ouvidos e às mentes.

São vícios de linguagem. A “Tautologia” não aparece apenas nessas frases curtas. Estão presentes em textos longos, dissertativos, com vários parágrafos repetindo a argumentação anterior. Esse “costume” pode revelar insegurança de quem escreve, ou falta de estilo, ou falta de argumentação. Os entendidos consideram erro grave.

Há quem sugere que a repetição necessária, em determinados momentos ou situações do texto que esta sendo produzido. A repetição serve para, justamente reforçar a ideia que se está querendo transmitir. É um lado positivo da “Tautologia”

Mas é bom não se acostumar. É bom conhecer e conhecer a si próprio no sentido da vigilância para não cometer erros de comunicação e esta sujeito a situações de ridículo e constrangimento. Pois os críticos estão por aí, à solta e à caça de incautos.

É preciso estudar e praticar... O resto virá por acréscimo!



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domingo, 14 de agosto de 2016

O ÚLTIMO PÊNALTI


Assim como a arte imita a vida e vice-versa... No futebol pode ter a mesma condição.

No futebol há vários jargões. Um deles é a definição que alguns especialistas atribuem a campeonato durante os quais os times perdedores são automaticamente eliminados, de “campeonato de tiro curto”. Nesse modelo de disputa não há espaço para erros. Erros são fatais. Perde? Errou o último pênalti? Está fora! Na vida também é assim...

Mas, ela é feita para durar... A vida é um campeonato longo, não de pontos corridos em que vence quem acumula mais pontos ganhos. A vida é um jogo de ganha-ganha e não de ganha-perde. Porém, a vida pode ser um campeonato de tiro curto, sim... Depende de “n” situações que vão acontecendo... Depende das sementes plantadas que vão impactar nas colheitas. Quem entra no “jogo com o propósito de apenas ganhar um dia vai perder e essa derrota pode ser definitiva.

Vejam as crônicas do tempo que circulam pelas redes sociais. Elas têm muito a ensinar.

O tipo de campeonato (ou campeonatos) que vamos disputar na vida muitas vezes independe da nossa opção, das nossas escolhas. São as circunstâncias que definirão o tipo de campeonato que vamos disputar.

Os dias são longos se não temos tantos compromissos... Os dias são curtos se estamos assoberbados de problemas e quando percebemos o dia já acabou, restando a desilusão, o cansaço e o sentimento de que tudo foi inútil.

É preciso administrar o tempo... Para que o campeonato da vida não seja de tiro curto nem aquele modorrento torneio que não acaba nunca. A gloria da vitória na vida é a conquista do título da consciência tranquila e a certeza de combatemos o bom combate. Em resumo: a paz!

Os campeonatos de futebol de “tiro curto” são fatais para alguns jogadores sobre quem recaíam fortes esperanças... Também para técnicos e até para diretores e presidentes de clubes... Mas, os clubes continuam... Podem re começar, ainda que seja da estaca zero...

Na vida nem sempre pode ser do mesmo jeito. As perdas, algumas são definitivas... O recomeço nem sempre é possível. Mas a esperança permanece. Um dos segredos é a maturidade. Esta nos deixa mais racional e menos emocional. Agir com a razão é mais prudente, porém depende de outros tantos conhecimentos. O autoconhecimento e fundamental.

Agir com a emoção traz os riscos de cometermos os mesmo erros. E fatalmente perdermos o último pênalti.



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quinta-feira, 11 de agosto de 2016

UM POUCO DE EDUCAÇÃO POLÍTICA


Com um olhar um pouco mais atento à evolução dos direitos humanos, pode-se perceber que o Povo, compreendendo as pessoas que formam uma nação, é anterior ao Estado, ao poder, político. Isto é, vem antes. O poder, o governo é, portanto com concessão do povo.

Lembrando-nos de uma passagem bíblica, Jesus disse que quando três ou mais estiverem reunidos em nome dele, ele mesmo estaria no meio deles. Parafraseando, quando um grupo se reúne para realizar uma tarefa, naturalmente ali surge um líder... Ou ainda, se esse mesmo grupo discutir algo importante para o bem de um número maior de pessoas, ali, também, está se fazendo política.

Assim, fazer política é cuidar do bem comum. A política é a ciência do bem comum. Nada a ver com governo, com nada a ver com partido político, nada a ver com ideologia. Governo é administração, é cuidado, gerenciamento dos recursos que devem ser aplicados ao bem comum, ao atendimento das necessidades básica do povo.

Partidos e ideologia são caminhos para se atingir o objetivo maior, o poder para administrar o Estado. Nada mais.

Na Grécia antiga, mais precisamente em Atenas se exercia a democracia diretamente na praça, com todos os cidadãos votando por aclamação. É certo que apenas os cidadãos votavam e estes eram em número pequeno em relação à população total da cidade.

Hoje a democracia direta não é mais possível. Por isso a população elege os seus representantes: vereadores, deputados estaduais, deputados federais e senadores. A missão deles é especialmente vigiar as atitudes administrativas do poder executivo e, também, legislar, isto e, criar leis que visem o bem comum. Cabe ao povo, devidamente educado politicamente, acompanhar, vigiar e cobrar os trabalhos dos seus representantes.

É fundamental a noção de que o governo (o estado, o poder executivo), está necessariamente a serviço do povo e não o contrário. Mário Sergio Cartella, pensador contemporâneo afirma que  “Todo poder que  ao invés de servir é um poder que se serve, esse é um poder que não serve”.

A mesma ideia é aplicada ao poder judiciário. Este poder não cria leis, não faz política nem polêmicas, apenas garante o cumprimento das leis. O Supremo Tribunal Federal é , sem dúvida, a reserva moral da nação, um baluarte que deve gerar confiança e tranquilidade ao povo.

Diante disso temos a convicção de que está havendo no Brasil uma grande aberração. Um espetáculo de horror, tendo como pano de fundo a ignorância política  do povo.  Espetáculo de horror com a corrupção, com todos os poderes se servindo dos poderes que detém, mandando às favas o bem comum. A pior das ditaduras: uma mistura de populismo, de ânsia por enriquecimento, de corrupção, de apego ao poder.

Povo... Vamos acordar?




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quarta-feira, 10 de agosto de 2016

OS SENTIDOS QUE ENSINAM


À primeira vista, quando se trata dos sentidos do corpo humano, a resposta imediata é que eles são cinco: visão, olfato, paladar audição e tato. Resposta não tão correta, portanto, não completamente errada. Assim é que o corpo tem muitos outros sentidos, talvez mais utilizados que esses, que são básicos. Contam-se mais de 30. E não seria o caso enumerá-los aqui, pois se trata de algo subjetivo, dependendo do conceito desenvolvido pelos especialistas no assunto.

Se há uma subjetividade na definição do complexo de sentidos que dão suporte à vida humana, não resta dúvida que alguns que fogem à lista básica, são essenciais, como o equilíbrio, que está ligado ao labirinto (da tão temida “labirintite”), a propriocepção que fornece ao cérebro as informações fundamentais sobre as partes do corpo, sua localização e posição, em consonância com o equilíbrio e a nocicepção, que orienta o cérebro a respeito da dor ou das dores que o corpo sente.

Aliás, esta última, tem um forte fundo emocional, o que torna o espectro da dor muito mais profundo, necessitando de assistência multidisciplinar, isto é, da união de conceitos e diagnósticos de vários especialistas.

Aspectos técnicos e científicos à parte e focando a condição humana, precisamos retomar pelo menos um dos sentidos básicos, a visão e relacioná-lo com a fala, com a comunicação. A visão fornece ao cérebro as imagens, as cores, as luzes, a falta delas, as dimensões, a profundidade das coisas, das demais pessoas. A comunicação através da fala é a materialização de determinados sentimentos que estão em evidência no seu íntimo naquele momento.

A fala tem seus riscos. Pode ser exagerada. Pode expor sentimentos e verdades inapropriadas para o momento. Pode criar barreiras que impedem ampliar o networking, a rede de relacionamentos, e mesmo reduzi-la. A fala exagerada pode ser inconveniente e trazer prejuízos ao aprendizado e ao crescimento da pessoa. A fala exagerada, destemperada, intempestiva, causa problemas até para outro sentido básico, a audição, pois quem fala muito ouve pouco.

Com isso, ganha relevância a visão. Ela pode extrapolar a sua missão pura e simples. Ela pode ensinar mais, ela pode contribuir mais para a própria segurança e sobrevivência da pessoa. Essa afirmação tem razão de ser, quando a pessoa desenvolve a visão holística ou de 360 graus. Ao chegar a determinado ambiente, a visão 360 fornece à pessoa a noção geral desse ambiente e os aspectos positivos e perigos nele contidos. Uma retirada estratégica pode ser a diferença entre a tragédia e a sobrevivência.

Ver muito... Ouvidos atentos e falar o necessário... Qualidades de uma pessoa equilibrada, madura e bem resolvida na vida. Portanto, feliz!

  

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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

A IDEOLOGIA DO DESTAQUE ÚNICO


Um pouco de polêmica. Como estamos vivendo o capitalismo pleno (ainda que não tão pleno assim, pois esse sistema está dando mostras de esgotamento), tudo que acontece nesse contexto parece normal. É a eterna questão do paradigma: quem nele está não o percebe.

E o capitalismo tem muitos defeitos. Ele não é democrático... Ele não está isento de preconceitos... Ele não está livre das desigualdades. O capitalismo é o sistema que privilegia (de maneira justa) os mais capazes, porém dificulta de mais as oportunidades para os menos aquinhoados pela sorte. Para “ser” no capitalismo, antes de tudo precisa-se “ter”. Quem não tem, principalmente dinheiro, para o capitalismo não “existe” como pessoa. É uma verdade doída (ou doida), mas é uma verdade.

E uma das maneiras do sistema mascarar suas mazelas é fazendo festa com alguém da classe humilde que se destaca. É uma espécie de ideologia do destaque único. Há uma grande maldade embutida nisso.

Um exemplo: alguém oriundo de uma comunidade pobre, excluída, que tem talento é elevado à glória, pois aprendeu a dançar e, de repente, está como primeiro bailarino de uma grande companhia de dança, das melhores do mundo. O sistema capitalista, através do seu braço da comunicação, a mídia televisiva, divulga o fato, fazendo estardalhaço e impondo a ideia que se aquele  conseguiu todos poderiam conseguir. A oportunidade existe, mas todos são “incapazes” e merecem continuar onde estão.

É dupla injustiça: para aquele que teve méritos e conseguiu, e para os demais “taxados” veladamente de incompetentes.

E exemplos dessa natureza têm muitos. Na dança, na música, no esporte, enfim, em todas as categorias da arte. O capitalismo oferece para a elite as melhores oportunidades e para os humildes algumas oportunidades, justamente para consolidar esse status quo. Dos humildes poucos galgarão os degraus do sucesso e da glória, a menos a que isso interesse ao sistema.

A negativa é peremptória, imediata. O sistema conta com o apoio dos piores cegos, exatamente aqueles que não querem ver. E daqueles que se contentam, ou são cooptados pela massificação da mídia, com as migalhas fornecidas... Nesse contexto entram as “bolsas”, com as quais  se podem comprar equipamentos do tipo “celulares modernos”, TVs, produtos da linha branca, financiados a longo prazo...

Na verdade, a sociedade deveria oferecer ao povo iguais oportunidades de acesso aos bens de consumo pelos seus próprios meios, como trabalho digno, educação de qualidade, formação de mão de obra qualificada, acesso às universidades em condições de igualdade para todos.

Os fracassos de estudantes pobres nas universidades, no campo profissional e em outros ramos da atividade humana, são evidências de que o sistema capitalista está funcionamento muito bem para os seus mantenedores: os membros da elite dominante.



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terça-feira, 2 de agosto de 2016

A FUNÇÃO SOCIAL DO ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO


As Olimpíadas estão às nossas portas... Badalações, babações, reclamações, promessas não cumpridas, desculpas, desculpas, diagnósticos e prognósticos... Assuntos para especialistas... E haja especialistas...

Gostaríamos de dar uma palhinha, focando um tema que pode servir de reflexão para o pós-olimpíada: a função social do esporte de alto rendimento, título dessa postagem.

Diferentemente das olimpíadas dos tempos antigos que era mais uma festa esportiva que cultuava os deuses e também a saúde física, as olimpíadas nos tempos modernos evoluiu para privilegiar os limites físicos do ser humano e a grande motivação acabou sendo a quebra dos recordes. A simples participação acaba ficando em segundo plano

Mesmo assim ela exerce um fascínio sobre a população jovem e essa é a sua função social: transformação em motivação para a juventude no sentido de também buscar no esporte os patamares mais altos. As crianças, os adolescentes e os jovens precisam modelos, precisam de parâmetros, precisam de regras, precisam de metas, precisam de visão, precisam de horizontes, precisam de disciplina. Buscar a superação, os limites, os recordes, resumem tudo isso.

Porem, essas ideias devem chegar às escolas, aos colégios, às universidades, às periferias, Como? Através de políticas publicas, de participação política, de luta coordenada dos movimentos sociais sem partidos (ou compartidos sérios e comprometidos com o bem comum).

No Brasil há muitos problemas ( e o espaço é pequeno para enumerá-los). Nos bastidores já há a manifesta preocupação com o pós-olimpiada. Como aconteceu com a Copa de 2014, tudo piorou e todo aquele entusiasmo com os “ganhos sociais” do evento foi substituído por uma grande decepção (do tamanho dos 7x1 para Alemanha).

Atletas com patrocínio público e/ou privado, Os centros especializados, a não banalização da prática esportiva escolar, o maior celeiro de atletas no mundo inteiro, vão ficar apenas nos sonhos.

Cidades que menosprezam o esporte de alto rendimento não tem como incentivar a prática esportiva  entre as crianças, adolescentes e jovens, simplesmente porque não há modelos. Os projetos para retirá-los das ruas ficam prejudicados

O custo do patrocínio ao esporte de alto rendimento pode ser grande, mas incomparável aos ganhos com os investimentos econômicos e a agregação de valores sociais inerentes à retirada das crianças das ruas, à proteção delas das drogas, da minização da violência e do fim do luto nas famílias.

Em tempos de campanha política esse deve ser um assunto recorrente: O ganho social das olimpíadas.... E do esporte de alto rendimento... Mas esse não é um país sério!



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