terça-feira, 23 de agosto de 2016

ABULIA, O QUE É ISSO?


O dicionário Aurélio define “abulia” como “alteração patológica que se caracteriza por diminuição ou supressão da vontade”. E outras tantas definições aparecem e todas convergem para o sentido único da ausência de vontade de fazer algo que se deseja. É uma patologia mental, portanto, trocando em miúdos, uma doença da mente e, segundo, especialistas, uma doença pouco comum e sempre atrelada a casos de esquizofrenias.

No contexto de sua raridade a “abulia” está associada a  “anedonia”, que é a ausência de prazer em praticar atos que potencialmente geram prazer, gosto, alegria.

Assim, ”abulia” e “anedonia” são faces da mesma moeda, que leva a pessoa doente, esquizofrênica ao estado de apatia, de tristeza, letargia, de paralisação, de estancamento, de recolhimento, de alienação, de isolamento.

A literatura médica relata outros estados de semi-abulia, ou uma ausência incompleta da vontade e a isso denomina “hipobulia”, levando-se em conta a definição original de “bulia” como sinônimo de vontade..

Até agora tratamos da “abulia” e da “anedonia” como distúrbios mentais individuais, não sendo possível classificá-las como estados coletivos. Pode, sim, ser feitio um paralelo, ou considerar como um simbolismo, quando de depara com grupos sociais letárgicos e sem vontade de agir diante de situações adversas.

Em casos individuais esses distúrbios ocorrem de dentro para fora, pois são próprios dos indivíduos, não são impostos por situações externas. Já nos casos coletivos decorrem de ações de fora para dentro, com fundo político e ideológico.

É a massificação, instrumento da classe dominante para manipular as massas. A massificação é ferramenta do populismo, dos fundamentalismos, das ideologias totalitárias, quer de fundo religioso ou não.

.A TV, cooptada pela elite dominante, especialmente a classe política, é uma bela ferramenta para manobrar o povo.

Os distúrbios esquizofrênicos, individualizados, entre eles a “abulia”, a “anedonia” e a “hipobulia”, são tratáveis, e com eficácia, por medicamentos modernos, sem efeitos colaterais relevantes.

Porém, quando se trata de distúrbios coletivos a medicação é a educação política, a cultura, o conhecimento, a maturidade, a ação, a participação, a utopia. Educação política e maturidade não combinam com os projetos de dominação de manipulação das massas engendrados pela classe dominante, para quem os distúrbios paralisantes são essenciais...

O essencial mesmo é romper a barreira dessa letargia. E o povo deixará de ser alvo de chacota.


Imagem: Google


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