Viver um grande amor significa estar frente a
frente com desafios inesperados. Conquistar o amor de uma pessoa e
transformá-lo num “grande amor” é não tomar posse, ser o dono e trancá-lo numa
camisa de força.
Foi o tempo “das metades que se completam”. Vivemos
a era dos inteiros que se juntam para caminhar lado a lado, mirando um único
horizonte. Os inteiros se somam.
Os inteiros se somam, agregando forças e
valores e essas qualidades ficam ainda mais poderosas porque as pessoas mantém
suas individualidades e se respeitam. É lógico que aqueles aspectos românticos
permanecem: a fidelidade, os gestos de carinho, a preocupação com o bem estar
do outro, as pequenas surpresas que geram alegria e felicidade. Porém, há o
respeito pela liberdade, pelos amigos, pela maneira de ser do outro.
Para que se viva um grande amor não precisa
renunciar à sua essência, não deve se aniquilar para que o outro seja feliz,
transformando-o num troféu de conquista.
O respeito é mútuo. A alegria de um é a
alegria do outro. As vitórias são comemoradas a dois e as dificuldades
superadas pelo diálogo constante. A transparência é a chave e as mentiras
riscadas definitivamente do dicionário, da mente, das atitudes e das
possibilidades.
Os amigos de um são amigos do outro. Com isso
a agregação de valores é muito maior. O ciúme é uma possibilidade, mas é uma
energia que deve ser canalizadas para o bem do outro, para sua proteção, não
para sua submissão e aniquilamento. Se isso acontecer, com certeza absoluta
esse grande amor deixa de ser e de existir e a relação se transforma em
saudade.
Viver um grande amor é, como sempre foi, amar
sem medida. É amar o outro por inteiro, respeitando sua liberdade. Um amor
assim é muito forte e tem muito mais possibilidade de se eternizar.
O amor não é posse. O amor é construção do
outro. Obra conjunta, a dois. Um entra inteiro e cresce; o outro entra inteiro
e cresce na mesma medida.
Mas, viver um grande amor assim é um desafio,
porque vai exigir de cada um o grande esforço do autodomínio da sua arrogância,
do seu egoísmo, do seu sentimento de superioridade, do seu “nariz empinado”, do
seu “querer se aparecer”. Dominar o seu medo, o seu ciúme, o seu machismo
retrógrado, o seu sentimento de posse.
Viver um grande amor é ter a certeza de que o
outro está ao seu lado por opção, por liberdade de escolha e é feliz por isso.
Assim, ninguém segura essa felicidade!