Não é saudosismo. É, sim, a tomada de
consciência de que o mundo mudou e...
para pior.
Venho de um mundo em que os valores humanos
falavam mais alto. Venho de uma família estruturada nos moldes tradicionais.
Minha mãe era a figura central. Ela falava franca e abertamente sobre todas as
situações da realidade da vida e os comportamentos corretos da vida em
sociedade. Falava uma única vez. Havia autoridade. O resto ficava por conta da eloquência de seu
olhar que traduzia os seus pensamentos, suas ordens e orientações. Aprendi
desde cedo a ler e compreender o que diziam seus olhos.
Hoje não é mais assim.
Venho de um mundo em que a família era
família. Havia harmonia... Nem por isso eu era infeliz. Nem por isso deixei de
viver todas as aventuras e desventuras de acordo com minha idade. Nem por isso
fui privada de liberdade. Fui conscientizada sobre os valores humanos, sobre
ética, moral, sobre o respeito, sobre a importância dos estudos e do trabalho,
sobre a liberdade com responsabilidade.
Hoje, a família parece estar em segundo
plano. Os pais não conversam com os filhos, confundem quantidade com qualidade
de amor. Sobrecarregam os filhos com coisas, muito menos com diálogo.
O mundo mudou mesmo! A modernidade está
demais! E as pessoas estão de menos! Todos têm de tudo, ou quase de tudo.
Mas falta a essência, que a sensibilidade, o
diálogo, o ombro amigo, mãos nas mãos, o amor!
Há, ainda o medo, a falta de liberdade pela
insegurança pública. Estamos em prisão domiciliar. Do outro lado, há “pode
tudo”, menos respeitar as pessoas, exatamente como elas são: corpo e alma.
Fere-se o sentimento, que é o que há de mais sagrado no ser humano.
Sou moderna.... Estou plugada no mundo, tenho
internet e faço uso dela constantemente. E, através dela, com as redes sociais
não estou só.
Mas estou preocupada com as crianças, com os
adolescentes e com a juventude. Venho de um mundo em que a maturidade era
importante e adquirida naturalmente. Por isso posso usar a internet sem ser
dominada por ela. Não é o que acontece hoje. A internet passa a ser uma “babá”
especial para as crianças. Não há amor, não há diálogo, não há orientação, não
há colo, não há olho no olho. A internet fornece informação. Todos estão
informados; a família garante a formação e ambas devem caminhar juntas.
Sou grata pela formação que tive. Sei os meus
limites, sei que a minha liberdade termina quando começa a do meu vizinho. Sei,
também, que o amor é um sentimento que se multiplica quando dividido... Estou
em paz!
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