sábado, 28 de setembro de 2013

SAUDADE


Esta aqui pensando na vida. De repente algo apertou o meu peito. Não foi uma dor, foi um sentimento. Muitas coisas passaram pela minha cabeça e me deu uma vontade enorme de remexer os meus guardados. Procurar uma coisa, talvez uma foto, ou carta, ou uma lembrança qualquer.

Demorei eu a entender o que estava acontecendo comigo. Mas percebi. Estava sentindo saudade. Mas de quem? Ou de quê? O        que é saudade?

Fui buscar seu significado. Não tem significado. Os poetas falam muito dela. Os compositores também. E ela aperta o peito, sim.

A saudade nos faz buscar no âmago da alma a presença de alguém ou algo que já nos fez muito bem. É uma tentativa de trazer de volta. É uma vontade de estar junto. Não resta dúvida que entristece, e nos faz buscar momentos de solidão.

A saudade não é um mal. É algo que acontece... que vem preencher vazios  momentâneos em nossa vida.

A saudade causa dor. Se houve uma perda, nos dá a certeza que inevitavelmente num momento da vida também faremos companhia a essa perda.

A saudade nos traz alegria. Remete-nos a momentos de felicidade e nos reconforta e nos fortalece a revivê-los ou fazê-los acontecer novamente.

A saudade está inerente à nossa alma. Não há como nos livrar dela. É uma memória que vai sendo construída à medida que a vida vai passando. E ela nos pega a qualquer momento. E nos abate, como aconteceu hoje.

Procurei, vasculhei, remexi. Foi bom. Revisitei meus parentes, meus amigos, lugares por onde passei. Cartas rascunhadas, recebidas e não respondidas.

Vieram a mim lembranças de amigos que se foram, outros que sumiram, outros ainda a quem tive vontade de reencontrar.

A saudade é assim: presença de ausências, sinal de vida que Deus nos proporciona revisitar.

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