Esta aqui pensando na vida. De repente algo
apertou o meu peito. Não foi uma dor, foi um sentimento. Muitas coisas passaram
pela minha cabeça e me deu uma vontade enorme de remexer os meus guardados.
Procurar uma coisa, talvez uma foto, ou carta, ou uma lembrança qualquer.
Demorei eu a entender o que estava
acontecendo comigo. Mas percebi. Estava sentindo saudade. Mas de quem? Ou de
quê? O que é saudade?
Fui buscar seu significado. Não tem
significado. Os poetas falam muito dela. Os compositores também. E ela aperta o
peito, sim.
A saudade nos faz buscar no âmago da alma a
presença de alguém ou algo que já nos fez muito bem. É uma tentativa de trazer
de volta. É uma vontade de estar junto. Não resta dúvida que entristece, e nos
faz buscar momentos de solidão.
A saudade não é um mal. É algo que acontece...
que vem preencher vazios momentâneos em
nossa vida.
A saudade causa dor. Se houve uma perda, nos
dá a certeza que inevitavelmente num momento da vida também faremos companhia a
essa perda.
A saudade nos traz alegria. Remete-nos a
momentos de felicidade e nos reconforta e nos fortalece a revivê-los ou
fazê-los acontecer novamente.
A saudade está inerente à nossa alma. Não há
como nos livrar dela. É uma memória que vai sendo construída à medida que a
vida vai passando. E ela nos pega a qualquer momento. E nos abate, como
aconteceu hoje.
Procurei, vasculhei, remexi. Foi bom.
Revisitei meus parentes, meus amigos, lugares por onde passei. Cartas
rascunhadas, recebidas e não respondidas.
Vieram a mim lembranças de amigos que se
foram, outros que sumiram, outros ainda a quem tive vontade de reencontrar.
A saudade é assim: presença de ausências,
sinal de vida que Deus nos proporciona revisitar.
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