De
repente, mais que de repente, uma mulher grávida vai ao médico para o pré-natal
e descobre que sua pressão arterial está altíssima. Mãe e filho correm perigo.
O médico a interna e prescreve além da medicação, o acompanhamento contínuo da
pressão. Já no meio da noite o médico decide pela antecipação do parto, pois as
vidas estão por um fio. Ambos foram salvos. A vida saiu fortalecida.
A
imprensa repercutiu e sensacionalizou...
Vó e neto caminhavam pela calçada. De repente, mais que de repente um
carro desgovernado bate noutro e este desliza, sobe na calçada, bate na senhora
atirando-a longe e passa por cima da cabeça do menino. Este se levanta
rapidamente e corre para levantar a vó, que também teve ferimentos leves. A vida
de novo se fortaleceu e um milagre aconteceu.
Os
programas policiais estão repletos de casos em mulheres lindas e jovens se
envolvem, com a melhor das intenções, com homens que surgem em suas vidas
prometendo o paraíso aqui na terra. Passam-se poucos dias ou meses, os homens
se transformam em monstros e as lindas jovens tragicamente morrem desfiguradas
pela violência até então disfarçadas. A vida desaparece por um fio.
Crianças
violentadas, enterradas praticamente vivas, porque eram estorvos nos novos relacionamentos
dos pais. De repente vida fragilizada.
De
repente, mais que de repente, numa estrada que liga duas grandes cidades,
trânsito infernal, velocidades altíssimas, um abalroamento que gera um grande
engavetamento. O carro dele bate, não capota, mas vira ao contrário e dá de
frente com uma carreta que não pára. O choque é violento... As batidas se
sucedem... Ele sai do carro que praticamente é um monte de ferros retorcidos.
Está tomado pelos vidros estilhaçados, mas não tem um mais uns poucos arranhões.
Senta-se à beira da agitada rodovia e chora, agradecendo a Deus, o milagre da
vida fortalecida.
De
repente, mais que de repente... Ele sente forte dor no peito. Só, corre para o
pronto atendimento. No balcão mal consegue falar para o atendente: “... Dói muito, preciso de ajuda!” Ajoelha-se
e já está morto... Infarto fulminante! Sirenes, ambulâncias, atendimento de
emergência... Uns tiveram tempo outros nem tanto. Fortaleza e fragilidade da
vida.
De
repente, mais que de repente ela precisa levar o companheiro ao hospital. Lá
chegando, enquanto ele aguarda atendimento, ela está com uma forte dor de
cabeça. O hospital não aceita o seu plano e ela tem de procurar outro. Sem que
o companheiro seja atendido, ambos correm. Ela desmaia e vai direto para a UTI.
Dias depois ela está morta! A fortaleza da vida se desfaz.
De
repente, mais que de repente... Um projeto de vida, uma esperança no ar, um
sorriso aberto, olhos que brilham e catalisam... Não há tempo a perder, pois a
luta é árdua... O avião o melhor transporte... Compromissos... O avião levanta
vôo... Tudo está tranquilo... A viagem é curta. O tempo está chuvoso. O avião
não pousa, arremete e cai em seguida, numa grande e inominável tragédia. O
brilho da esperança se esvai como a fumaça e a onda de destruição que o
acidente causa. Eduardo Campos e seus assessores estavam nesse avião. O fio
frágil da vida se rompe...
Infelizmente,
a fortaleza e a fragilidade da vida, unidas (ou separadas) por um tênue fio,
impossível de ser explicado e compreendido.
Imagem:
Google
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