Perdas,
sempre as teremos na vida! Em algum momento elas acontecerão, mais cedo ou mais
tarde. Resta-nos prepararmos para o momento delas acontecerem, pois elas
chegarão de surpresa...
E já no
primeiro dia fora da barriga da mãe experimentamos uma grande perda: aquele
lugar aconchegante no qual vivemos os primeiros nove meses da nossa vida. Cortam
o nosso cordão umbilical e até apanhamos (levamos um tapa na bunda) para
acordarmos e percebermos que devemos “sobreviver” por nossa conta e risco.
Pequenas
ou grandes perdas... O cordão umbilical, uma relíquia, uma fotografia, um
parente próximo, o emprego dos sonhos, o ano escolar, a medalha daquela competição,
o amor da nossa vida, a tese não aprovada, o mascote da nossa casa, o carro
roubado, o melhor livro emprestado e não devolvido... O modelo de nossas
vidas... E tantos outros exemplos...
Algumas
perdas podem ser revertidas. Outras são definitivas, irreversíveis e
inevitáveis. Elas nos confrontam com nossos apegos... Com nossa maturidade...
Filosofias
orientais procuram levar as pessoas ao desapego dos problemas para chegar à paz
interior, ou ao paraíso, ao “Nirvana”. São exercícios intensos e que exigem
grande concentração e esforços.
Religiões,
como a cristã, pregam o desapego dos bens materiais, para chegar à perfeição de
vida.
Porém,
na contramão de tudo isso está a teoria consumista do capitalismo que impera na
atualidade, quando o “ter” e mais importante que o “ser”. Assim, fica muito
mais difícil “crescer” o suficiente para superar as perdas materiais e
imateriais. Essa teoria inocula em nossas veias, lentamente, a idéia de não se
acostumar às perdas materiais, principalmente.
Perdemos
constantemente. Dia-pós-dia, hora-pós-hora, somos instigados, exigidos, a tomar
decisões, a fazer escolhas... Em última análise, a preservar algumas coisas e
desprezar (perder) outras.
A
reflexão sobre as perdas nos leva ao crescimento, ao amadurecimento, pois
precisamos desde logo aprender separar as coisas. Objetos materiais guardados e
não utilizados num período de pelo menos um ano, já não serve para mais nada. Temos
que nos livrar deles, doendo ou não!
Os
motivos emocionais, afetivos, nos ligam ao passado, ao nosso aprendizado, que
nos une familiarmente e servem de base para os enfrentamentos da vida, estes,
sim, devem ser guardados e preservados.
Imagem:
Google
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