quarta-feira, 16 de agosto de 2017

PODE UMA PESSOA DISTANTE CAUSAR DOENÇA EM OUTRA?


Pode um pai ser responsável pela doença da filha?
Pode uma filha ser responsável pela doença do pai?
Assim uma mãe?
Assim um amigo?
Assim um inimigo?
Um ou uma colega de trabalho?

Doenças de fundo como Câncer, Alzheimer, Parkinson, Demências, Degenerações e outras tantas...

Impossível! Doenças de fundo, como essas atingem os organismos por programação ou mutações genéticas. Não há uma busca na rede de relacionamentos de pessoas predispostas a desejar, ainda que inconscientemente o mal dessa pessoa. E a doença seria transmitida por “osmose”. Não dá para acreditar em sã consciência.

E a inveja? Muitos pensam que a inveja seja uma fonte de desejos maus à pessoa invejada. Nada disso. Leandro Karnal, respeitado pensador contemporâneo, diz que a inveja “causa uma profunda dor na pessoa invejosa”. Portanto, não na invejada. A inveja não tem efeito nenhum, a não ser na própria pessoa invejosa.

Agora, quem acusa uma pessoa de causar doença em outra é dotada de mentalidade pueril, tacanha, retrógada, atrasada e sente um prazer mórbido em causar tristeza naquela pessoa. Então cabe à pessoa que está sendo acusada de aprender a lidar com a situação. Ter a maturidade, o discernimento, o conhecimento que isso é impossível. E começar por não discutir, porque os medíocres não se convencem facilmente. Merecem desprezo. Talvez a resposta seja: “estou cuidando disso”. Ela fica com o seu prazer mórbido, mesquinho e a pessoa acusada sublima, pois isso não acontece de fato.

O Pe. Fábio de Melo ensina a “reconciliação com o passado”. O passado pode ser um peso se ele continua presente. Mas passado é passado. Um rio não passa pela mesma ponte duas vezes. Ele aprende.... Uma vez aprendido, problema resolvido. Assim a vida. Nada de infantilismo, de acreditar em crendices, em lendas, em místicas, em mitos. Reconciliar com o passado é aceitar o fato, uma vez que ele é definitivo na vida, não há como mudá-lo. A água já passou sob a ponte, contornando todos os obstáculos.

Uma reflexão sobre a doença instalada no corpo de uma pessoa. Ela também é um fato. O doente tem que procurar ajuda médica e não “quem” ou “quens” a causou. A medicina não se preocupa com isso, pois isso não existe! Já pensou se um doente de dengue desejar saber quem o mosquito picou para lhe transmitir a doença? Simplesmente digna de risos! E que balbúrdia seria!

As DSTs são transmitidas se o uso de preservativo não acontecer... E outras  classificadas como contagiosas.

Uma mãe aidética pode transmitir, via aleitamento, a AIDS para seu filho. Por isso está proibida de amamentar. E existe grandes possibilidades de o filho nascer sadio. A natureza é sabia. Alguém com tuberculose pode transmitir o bacilo para seus circundantes, por isso o isolamento.

Agora, achar que o estilo de vida de uma pessoa pode gerar câncer em outra.... É muita mesquinharia. Mentalidade doente, mórbida mesmo!

Com certeza há coisas mais importantes a serem feitas. E pular por cima dessas opiniões.



Imagem: Google

terça-feira, 15 de agosto de 2017

DECISÕES SALOMÔNICAS


São decisões justas que fazem lembrar o Rei Salomão, símbolo da justiça perfeita, oriunda de uma sabedoria profunda, inspirada por Deus. Salomão foi Rei de Israel na Antiguidade. Era filho de Davi e Betsabá, e seu sucessor. Diz a Bíblia que Deus o levou em consideração, pois instado sobre seus desejos, Salomão preferiu simplesmente a Sabedoria por poder governar com justiça seu povo. Governou Israel por 40 anos, de 966 aC a 926 Ac. Organizou o Reino, celebrou grandes tratados, construiu templos, o principal deles o Templo de Jerusalém, também conhecido como Templo de Salomão.

Porém, a sua política social gerou, com pesados impostos gerou descontentamentos e o cisma que ocorreu após a sua morte, isto é a separação das 12 tribos hebraicas em dois reinos, Israel e Judá.

Israel reunia as 10 tribos do Norte e tinha por capital Samaria, e governado pelo fiel escudeiro de Salomão chamado Jeroboão. Já o reino de Judá era formado por duas tribos do Sul, com capital em Jerusalém governado por seu filho Roboão. A divisão favoreceu a invasão estrangeira. O rei babilônico Nabucodonosor, dominou a região levando os hebreus para a Babilônia, período que ficou conhecido, o cativeiro da Babilônia.

Os persas conquistaram o Império Babilônico e permitiram a volta dos hebreus para a palestina. Em seguida a Palestina foi dominada por Alexandre Magno da Macedônia, e depois pelos Romanos que destruíram o templo de Jerusalém, provocando a revolta dos Hebreus. O movimento foi reprimido e os hebreus expulsos da Palestina, provocando sua dispersão pelo mundo, que ficou conhecido como Diáspora.

Há o episódio narrado da Bíblia, quando duas mulheres foram até Salomão para resolver o impasse da definição de quem era a mãe da criança. Salomão mandou cortar a criança ao meio e entregar a cada uma a metade. Uma delas preferiu o filho e entregue a mãe usurpadora. Então Salomão mandou entregar a esta a criança viva, pois a mãe de verdade prefere seu filho vivo. Este episódio ganhou fama e correu o reino, aumentando ainda mais o respeito dos súditos pelo seu rei.

Porém, não é fácil uma decisão salomônica. Requer, antes de tudo maturidade, ter sido experimentado nas dificuldades da vida, como o ferro que passa pelo calor do fogo. Leitura, muita leitura, especialmente dos clássicos da literatura, enfim ter conteúdo humano e humanitário.

Muitas vezes o conhecimento cumulativo, quantitativo, não qualitativo, pode não trazer sabedoria. Nesse sentido, vale mais a experiência de um matuto que contempla o horizonte, percebendo a dança das aves e sabe se vai chover ou não. Chama o filho e lhe ensina essas observações, recomendando-lhe prudência, providências e cuidados.

A sabedoria salomônica é calma, sem pressa, avalia todas as condicionantes de uma decisão que pode ser fundamental para vida presente e futura.


Salomão precisa ser revisitado... Sempre.


Imagem: Google

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

A FRIEZA COMO ESTRATÉGIA DE LUTA


Não falaremos daquele sentimento frio que desumaniza as pessoas, e as torna indesejável em qualquer relacionamento.

A frieza como estratégia de luta tem a ver com o autocontrole, com o uso da razão, em situações de risco, de emergência, de iminência, onde  emoção mais prejudica do que ajuda.

Muitas situações da vida exigem frieza. Muitas decisões precisam ser tomadas, decisões que são definitivas. Decisões que não devem ser tomadas no afogadilho, na precipitação. É preciso frieza.

A frieza, a racionalidade, visa avaliar todos os ângulos da situação e as consequências, não raras irreversíveis. Portanto, decisões que são passos definitivos.

Praticamente todos os profissionais vivem, em algum momento, situações de tomada de decisões estratégicas, que podem até comprometer suas carreiras. A frieza precisa falar bem alto.

Mães e pais estão sujeitos às emergências em relação aos filhos, iminências de acidentes ou mesmo de doenças, febre alta ou situações de dores inexplicáveis, infecções especialmente de garganta que fazem os pequenos sofrerem muito. As decisões precisam ser tomadas com rapidez, mas com frieza.

Motoristas, motoristas de carretas, condutores de ônibus... Estes com muitas vidas sob sua responsabilidade. Eles convivem no cotidiano com situações de decisões rápidas, mas nada de precipitação, de ações impensadas. A frieza precisa fazer parte da estratégia.

E os médicos? O que dizer? Mais do que nunca a frieza para preservar a vida. E eles estão preparados para isso.

Os professores, que hoje são vilipendiados, ofendidos, menosprezados, de repente se vêm na situação de tomar uma decisão, sob o risco de perder totalmente a autoridade sobre a sala. E todos ficam esperando a decisão a ser tomada. Muita frieza, sangue frio e racionalidade. Mesmo porque no sistema educacional o empoderamento dos alunos acontece em detrimento da autoridade do professor. Há que haver o equilíbrio e um mínimo de autoridade precisa ser preservada.

Nem sempre é possível manter a frieza. Somos humanos e temos sangue quente. Mas não se pode esquecer que manter a razão em primeiro plano é uma estratégia de luta pela vida. Frieza é fundamental.

Pessoas racionais, frias, calculistas, não ao extremo, conseguem o equilíbrio necessário para as decisões importantes da vida.

Porém, resta o alerta: a frieza não deve ser o componente mais importante nos relacionamentos, por exemplo. Os relacionamentos devem ser ao nível do humano, com as características do humano: acolhimento, compreensão, respeito, amizade sincera.

A vida é assim...



Imagem: Google

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

O POPULISMO

Antes de considerar o Populismo na atualidade, torna-se necessário um pequeno recuo na História, especialmente da América Latina, o que inclui necessariamente o Brasil.

Já a partir dos anos 20 vão ascendendo ao poder na América Latina líderes carismáticos que procuraram uma aproximação com as massas populacionais mais pobres, oferecendo-lhes vários tipos de assistências, com discursos inflamados de esperanças e redenção, principalmente econômica.

O populismo, então, vai se caracterizando por uma cooptação das massas populares aos projetos pessoais dos caudilhos, ditadores e líderes carismáticos.  Esse momento coincide com a expansão do rádio, o que facilita a comunicação. Todo mundo procurar adquirir o seu rádio de pilha ou movido à bateria, justamente para ouvir as notícias das cidades e os discursos dos políticos. Portanto, o Populismo dispensa os intermediários, pois a comunicação se faz no corpo a corpo, no contato direto.

Sim, o Populismo dispensa também instituições e organizações políticas, como partidos e sindicatos, que vêm essa estratégia com maus olhos, não havendo, portanto, compromisso do Populismo com a Esquerda ou com a Direita. Não há uma ideologia específica no Populismo, a não ser mesmo o apoio quase incondicional das massas populares aos seus líderes.

Getúlio Vargas no Brasil, Juan Domingos Perón na Argentina e Lázaro Cárdenas no México, são exemplos eloquentes de ação Populista. Este movimento perdurou até os inicios da década de 1970, mas suas raízes permanecem até hoje, atraindo e enfeitiçando os políticos.

O Populismo hoje tanto pode ser velado e quase imperceptível ou escancarado nas falas e ações dos políticos de hoje.

As ações governamentais de ajuda às massas populares, com programas assistências a custo do erário púbico são Populistas e visam projetos de permanência ou retorno ao poder de líderes ou grupos políticos.

Perceber esses movimentos, antes de adquirir um certo asco em relação à política e aos políticos, requer maturidade e conhecimento. Uma ação Populista que custa as massas populares compreenderem é a falência da educação. Um povo deseducado não vai cobrar os políticos de suas promessas e desacreditá-los nas urnas. É uma ação populista imperceptível.

Todos se enojam com os discursos, com as falas dos parlamentares aos microfones quando acontecem as votações transmitidas ao vivo. Populismo puro e latente.

A política, como ciência do bem comum vai muito além disso. Vai muito além das ideologias baratas dos Partidos de ocasião. Vai muito além do discurso vazio.



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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

ENTRE O PLANTAR E O COLHER...

Viver é como cultivar um jardim ou um pomar. Ou mesmo plantar um vazo, ou construir uma horta.

É sabido que a vida se apresenta em fases, cada uma com suas características especiais, que vão construindo o caráter das pessoas e as tornando especiais, únicas.

Quando nascem as pessoas são um projeto divino, filosoficamente uma espécie de “vir a ser”, tendo como fundamento todo um histórico genético e emocional, formado pelas premissas familiares, a cultura, o ambiente familiar e todo o processo de gestação, se foi calmo ou tumultuado. Acrescente-se a tudo isso o pré-natal, se foi bem feito ou não. As emoções da mãe se comunicam diretamente com o feto, principalmente as angústias e preocupações cotidianas.

Toda essa carga emocional vai se refletir ao longo da vida. As pessoas precisam estar preparadas para, primeiro tomar consciência dessa realidade e, em segundo lugar, tomar as providências buscando o equilíbrio emocional para atingir o mais rápido possível a maturidade, fugindo do infantilismo que pode prejudicar definitivamente o viver de cada um.

Só uma pessoa equilibrada pode preparar um jardim em sua vida. Pois saberá plantar, isto e, fazer as escolhas certas, planejando o seu futuro. A espera deve ser inquieta, não acomodada, mas ativa, que rima com o “regar”, que por sua vez rima com estudos, com buscas, leituras, prospecção de mercado de trabalho e profissionalização.

Nada de antecipar etapas. Nada de precipitação. A colheita antes do tempo diminui a qualidade dos frutos. E muitas colheitas são irreversíveis e matam definitivamente as plantas. Será preciso recomeçar, com todos os desgastes de um reinicio a partir do marco zero.

No decorrer da vida, enquanto o jardim, o pomar, a horta, o vazo, se reciclam, há momentos de esperas. Paciência, na medida certa, paciência ativa, inquieta, com leituras e buscas. Buscas por relacionamentos construtivos, orientadores.

Nada de viver por viver. Nada de aventuras e riscos. A vida como os jardins tem seu ciclo. De repente a terra se esgota e as plantas perdem o viço e deixam de produzir com a mesma intensidade. A vida também....

O corpo enfraquece, a doença chega. Se ele está forte, resiste. Caso contrário traz a perspectiva da dor e do sofrimento. É a consciência da dura realidade de quem não planejou devidamente o seu jardim.

Vivamos enquanto é tempo!



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quarta-feira, 9 de agosto de 2017

A DOENÇA DEMOCRATIZA

Muito se fala hoje em democracia, agora que os meios de comunicação de massa, somando-se à internet estão facilitando enormemente o acesso à informação, inclusive dos mandos e desmandos políticos.

Claro que o populismo, um dos desvios naturais da democracia política, faz com que a igualdade democrática seja elevada ao primeiro plano. O populismo é a arte de enganar com discursos inflamados. E é, também, uma forma de cooptar o povo, especialmente aquela parcela inculta. Cooptar é atrair para o seu lado.

Mas isso não vem ao caso. Acontece que quem frequenta por necessidade de saúde os “Pronto Atendimentos” dos hospitais e lá permanecem por longas horas, sujeitas as vicissitudes do frio e da fome, além da dor, da ansiedade, do medo, da falta de perspectiva, com um pouco de argúcia ainda pode observar os movimentos, as entradas e saídas das pessoas, com os mesmos sentimentos e com as mesmas ansiedades.

Há um sentimento de igualdade, não importando as origens, as classes sociais, as perspectivas de vida, se chegam amparados por planos de saúde ou pelo SUS.

As falas indicam as vicissitudes do frio e da fome, além da dor, da ansiedade, do medo, da desesperança. Todos lembram-se de Deus, como nunca se lembraram na vida. É o signo da igualdade, da democracia.

A doença acende o sinal amarelo. O ser humano também tem prazo de validade, há que se pensar na finitude, no limiar do infinito. A todos o mesmo destino: a morte. Na falta de maturidade a morte gera pânico, apesar de ser a verdade mais cristalina da vida.

Na vida tudo é incerto, tudo é transitório, nada é definitivo. A vida é uma linha reta que une o nascer ao morrer. O intervalo deve ser vivido de acordo com as possibilidades e perspectivas, antes da doença chegar. Doença rima com decrepitude, com fraqueza física, com entrega.

Na doença, mais uma vez a maturidade fala mais alto. Os médicos, os psicólogos, os especialistas em emoção humana, são unânimes em afirmar que um estado de espírito positivo facilita a cura e o prolongamento da vida.

E uma certeza ajuda nessa constatação: a igualdade, a democracia da doença, ajuda no consolo e na descoberta de que os seres humanos existem para serem iguais. O nascimento é igual e a morte também. A vivência do infinito também.

Portanto, otimismo sempre, ainda que o frio, a fome, a incerteza de um Pronto Atendimento nos faça sentir algo muito pequenos.

Importante: confiar em Deus é fundamental.



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terça-feira, 8 de agosto de 2017

DAR TESTEMUNHOS


Quando falamos em dar testemunhos, logo vem à mente os testemunhos religiosos, os prodígios que Deus opera em nossa vida. E isso é verdade. Os milagres são muitos, incontáveis, principalmente os pequenos milagres, em contraposição aos grandes milagres que a gente sempre espera.

Sim, porque a espera de um grande milagre sempre torna imperceptíveis os pequenos milagres, como o dom da vida, o dom do amanhecer, o dom da alegria, o dom de uma nova amizade, o dom o ombro amigo.

Dar testemunhos é manifestar essa alegria de ver acontecendo os milagres em nossa vida. Agradecer sempre, jamais lamentar.

Não estamos considerando os milagres fáceis que algumas religiões insistem em divulgar.

Mas, a expressão “dar testemunhos” tem um alcance muito maior, pois perpassa todos os sentidos da vida. É lógico que os testemunhos ficam mais evidentes a partir de evidências, de conversões, as quais não necessariamente necessitem ser religiosas.

As causas sociais convidam á conversão, pois o sofrimento humano é um poderoso elemento de atração das pessoas. Quantas pessoas que anonimamente aderiram às causas sociais, ingressando em ONGs, ou mesmo fundando uma, apenas porque foram tocadas pelo sofrimento humano. E se transformam em heróis, em referências na sociedade.

Há outras tantas conversões: É possível a conversão a um partido político, a partir do entendimento de sua ideologia e de seu projeto para a construção do bem comum, que é a essência da Democracia.

É possível a conversão a uma corrente filosófica e batalhar para que tal corrente seja mesmo um alento para que o ser humano compreenda a si mesmo e aos outros e assim seja possível a construção da paz social.

É possível a conversão à história, como mestra da vida, uma vez que o passado sempre pode desconstruir e reconstruir o presente e o futuro.

São tantas as conversões na trajetória da vida. Mas o grande lance das conversões são os testemunhos silenciosos, apenas com os exemplos práticos de uma mudança de vida, de uma entrega total e irrestrita ao novo modus vivendi. Os testemunhos silenciosos, ainda que imperceptíveis no início, são mais eloquentes. Os testemunhos barulhentos se assemelham aos fogos de artifício: morrem no mesmo instante. Ou chuva de verão, passa ligeira.


Os testemunhos silenciosos, como os exemplos de vida, são fundamentais para a construção de pessoas. Basta de maus exemplos. 

sexta-feira, 23 de junho de 2017

O BOM SENSO

Ah! O bom senso! Seria tão bom se a vida fosse totalmente fundamentada no bom senso! O bom senso nas relações sociais... O bom senso na política... O bom senso na economia... O bom senso na religiosidade, sem fundamentalismos... O bom senso nas relações familiares, empresariais, esportivas, enfim...

Ah! O bom senso... Mas o que é o bom senso? A preocupação com o bom senso vem desde Aristóteles. É dele a afirmação:
 “O bom senso é o elemento central da conduta ética, uma capacidade virtuosa de achar o meio-termo e distinguir a ação correta, o que é em termos simples, nada mais do que bom senso”

Bom senso resume conduta ética. Portanto, uma pessoa de bom senso tem um forte sentido de ética, valores de conduta, noção do bem comum, valores humanos, respeito à liberdade e, sobretudo, conhecimento holístico, isto é do todo. Não parece fácil, pois demanda formação familiar, religiosa e educacional.

O bom senso requer capacidade virtuosa... Virtude, qualidades do bem, do acolhimento, da amizade sincera, do respeito ao outro. É a sensatez, o equilíbrio...

Bom senso, então, é a capacidade de encontrar o meio-termo numa determinada situação, acima do senso comum, sem exageros, sem pendências mais de um lado o que para o outro. O destino final do bom senso é a ação correta, a justiça, conforme as leis naturais, aquelas que precedem o ser humano.

O senso comum, que é a opinião da maioria das pessoas, pode ser falho, pois muitas vezes depende de liderança humana, de populismos, de discursos inflamados, de fundamentalismos.

A política não deve beneficiar a poucos. Os discursos podem conduzir a interpretação errônea de que isso é verdade. O senso comum aceita, mas o bom senso não. Assim acontece com a economia, com os fundamentalismos. O bom senso deve prevalecer e o bem comum salvaguardado.

O bom senso é essencial para que a vida atinja seu grau máximo de equilíbrio, que é a tranquilidade de espírito e paz de consciência.

Mas a noção de bom-senso sofre outros perigos. Um deles é o risco da pessoa, segundo Francois de La Rochefoucauld, “achar que os outros só têm bom senso quando compartilham da sua opinião”.

É o risco da sociedade egoísta e incapaz de estudar o suficiente para atingir a maturidade e o conhecimento holístico.

Se a vida em sociedade está em sobressaltos. Se a população está com medo, sem perspectivas, desacreditada, desanimada, sem ter em quem confiar, ela está muito distante do bom senso.



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terça-feira, 20 de junho de 2017

O QUÊ O DINHEIRO COMPRA E NÃO COMPRA


O dinheiro pode comprar luxo, mas não pode comprar o poder espiritual. Dinheiro pode comprar o progresso e ascensão, mas não comprará o reconhecimento de Deus. O dinheiro pode comprar favor e elogios, mas não comprará o respeito pela alma”.  W. A. Criswell – In “Pão Diário”, Vol 20 – Pág. 122

Num mundo dominado plenamente pelo capitalismo, o dinheiro é algo essencial para existência, quando não pela subsistência. Tudo o que é material, necessário para a manutenção da vida tem de ser comprado: a alimentação, o vestuário, a casa (que pode ser alugada), a proteção, os meios para o reconhecimento social, para a realização pessoal, como os estudos superiores (sendo muito limitado o acesso ao ensino superior gratuito), enfim, a autorrealização, com viagens, leituras, conhecimento holístico. Há a aparente ideia de que o dinheiro pode comprar tudo, ou quase tudo.

Todo esse elenco de realizações, que tem por base a “Hierarquia das Necessidades” conforme Abraham Maslow, só tem sentido quando fundamentada em valores que o dinheiro não pode comprar. Valores humanos, como o amor, a lealdade, a amizade, a família, a honestidade, a religiosidade, o gosto pela arte e pelo belo, o interesse pela leitura...

O dinheiro compra contratos, como a corrupção, a bajulação, momentos de satisfação de instintos sexuais, que são como chupar laranja lima: doce no inicio, mas amarga no fim.

O dinheiro compra serviços, como os “aviõezinhos” ou as “mulas” para entrega de drogas e/ou transporte de “malas de dinheiro”, no caso dos conluios políticos.

O dinheiro compra a mentira, mas jamais comprará a verdade, a verdade absoluta, que é filha de uma longa história de educação familiar, de construção de premissas, voltadas para as correntes do bem.

O dinheiro compra relacionamentos temporários, falsos abraços, beijos frios, sexo eventual, mas compra o ombro amigo, o abraço profundo, o caminhar lado a  lado, o estar juntos nas horas boas e principalmente nas horas difíceis. Os comprados, os contratados, estão presentes nas horas indicadas nos contratos, mas são os primeiros a fugir quando as emergências acontecem.

O dinheiro pode até comprar planos de saúde, mas jamais comprará o equilíbrio da vida saudável, que fruto de uma opção íntima, inatingível para as pessoas de fora, a não ser a própria pessoa e Deus.

O dinheiro pode comprar uma escola, ou melhor, a escola se vende ao pai, especialmente o bom pagador, mas não compra o processo educacional que leva o filho ao saber holístico, que engloba o conhecimento geral, o conhecimento político, a noção do bem comum.

Enfim, o dinheiro não paga a paz e a serenidade nos diálogos noturnos com o travesseiro.



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quinta-feira, 8 de junho de 2017

ASSIM SOMOS FELIZES

Por do sol em São José dos Campos - SP

(NOSSA HOMENAGEM AOS NAMORADOS)

O tempo ensina que para ser feliz basta amar e ser amado.

O tempo ensina que o amor acontece quando se olha diferente. E através desse olhar, não sabemos como, enxergamos a alma.

O amor acontece quando desejamos simplesmente estar juntos, às vezes sem dizer uma palavra. O amor não precisa e palavras, mas de toques suaves.

O amor, paciente, espera e não se esgota e tem seu tempo projetado no tempo de Deus.

O amor como doação, se projeta no outro, confiando no outro a condução de sua felicidade. Assim, no amor, eu não quero ser feliz, mas simplesmente sou feliz porque o outro realmente me faz feliz. Fazemos felize um ao outro.

O amor é sinônimo de tantas outras coisas, como o respeito à identidade do outro, o reconhecimento da liberdade do outro, uma vez que o outro não se anula ao assumir o seu amor, mas cresce em importância, especialmente como ser humano, fonte de todas as dignidades.

O amor rima com cuidado... Com preocupação mútua, com renúncias, com desinstalação, com sofrimento solidário, com “o sentir a dor do outro”, com viver as alegrias do outro, as emoções do outro, o silêncio do outro.

Se o “amor é eterno enquanto dura”, segundo Vinicius de Morais, ele é, também, intenso enquanto eterno. Um momento vivenciado vale a eternidade. O olhar... O toque... O  abraço... O respeito... A paz...

O amor não quer luxo apenas um ninho, um cantinho simples, para onde se tem uma vontade louca de voltar.

Sim, o amor e a felicidade não constroem casas ou prédios, mas ninhos que acolhem, que resgatam o sentido do humano...

Ninhos,  lares, que geram vida, que geram paz, que geram compreensão, que gera forças para viver...

Ser feliz é simples... Basta não querer muito. Basta ser simples. Basta “ser um simples ser“.

Assim é o amor que vivemos... Assim é a felicidade que sentimos.



Imagem: Arquivo do blog

quarta-feira, 7 de junho de 2017

SR. JOAQUIM, 90 ANOS


Sim, ele faria 90 anos se não tivesse partido no dia 31 de Maio do ano passado. Sr. Joaquim, 90 anos.

Uma pessoa simples, alegre, batalhadora... Palavras comuns para definir um grande homem. Homem de muitos orgulhos...

Orgulho de, aos 80, 85, 86, 87, 88 anos, jamais ter sido internado. Só conhecia hospital porque visitava doentes, principalmente os filhos. Orgulho por ter criado dez filhos, todos encaminhados na vida, em contraponto à frase introdutória da famosa música sertaneja “Couro de Boi”: “Há ditado que vem desde o tempo do zagai. Um pai trata de dez filhos. Dez filhos não tratam de um pai”. De fato os filhos na descuidaram dele. Mesmo resmungando era levado frequentemente aos médicos. Tomava religiosamente os remédios. Não se sabe se corretamente, pois isso  ele não permitia, a interferência em sua rotina.

Num determinado Domingo de maio de 2016, no final da tarde, procurou um chá em razão de uma dor no.peito. Fátima, sua nora lhe disse: “Sr. Joaquim... Dor no peito não se cura com chá. Zezinho leve-o ao médico”. Fátima fez um alerta no WhatsApp e logo sua filha Eugênia apareceu e o levou ao Pronto Atendimento do convênio. Exames iniciais, apreensão, encaminhamento ao hospital, UTI. Necessidade de cateterismo e o alerta do médico: “Ele tem três fatores de risco: a idade, o diabetes e a hipertensão...” O exame, a paralisia dos rins, a hemodiálise, a primeira parada cardíaca, a segunda e definitiva parada.

No seu velório cinco padres e fala do padre João Alves, com quem conviveu por 12 anos: “Ele tinha três grandes amores, a Família, a Igreja e Nossa Senhora”. Sr Joaquim faleceu no mês de Nossa Senhora e foi coroá-la pessoalmente.

Católico convicto rezava o terço todos os dias na Igreja. E quando recebia a imagem da Mãe Rainha, mensalmente, fazia questão de suspender as atividades para a reza do terço. Colocava muita emoção nas orações de acolhida e despedida da imagem.

Gostava de estar cercado por gente, principalmente pelos filhos e pelos netos. Adorava as datas comemorativas (aniversários, dia das mães, dos pais, Natal, etc.) Gostava de anedotas, como as das velhinhas na igreja, quando chegaram mos artista de circo... E de frases como estas: “Melhor  ser rico e com saúde do que pobre e doente” e “Quero que o mundo acabe em açúcar, pois eu quero morrer doce”.

Quando parou de trabalhar desejou voltar para a roça. Não deu, Por ocasião da ordenação sacerdotal de seu filho Calu, o Pe. André, então Pároco,  o chamou para servir à Igreja. Foi o divisor de águas. Foi Ministro da Eucaristia, e líder de CEB (Comunidade de Eclesial de Base). Foram históricas as celebrações da Via Sacra nas ruas, com a participação de seu genro, diácono Geraldo Bueno.

Oriundo da zona rural, vivenciou a experiência do trabalho bruto, trabalho que pretendia retomar com a aposentadoria. Não deu, mas não deixou de frequentar a roça, onde se transformava num menino. E, ainda assim essa rudeza não tirava a sensibilidade de seus dedos quando pegava o violão e dedilhava as canções que mais gostava, como “Luar do Sertão”, “Noite cheia de estrelas”, “Cisne Branco”, e tantas outras.

Pai exemplar, marido fiel, alegre sempre, acolhedor, caridoso, sério quando necessário. Seus últimos dias antes da internação foram de ansiedade ao ver o estado de saúde de sua esposa, Pedrina, piorar irreversivelmente.

Sr. Joaquim faria 90 anos neste sete de Junho. Uma data histórica. Mas o céu está em festa e ele se esbaldando entre os velhos amigos. Haja histórias e reminiscências. Por aqui a saudade é do tamanho do vazio que ficou.

E resta o consolo da certeza de que ele está bem.



Imagem: arquivo do blog

terça-feira, 6 de junho de 2017

UM PAÍS À DERIVA: BANALIZAÇÃO E INDIGNIDADE


A imprensa já esqueceu... O povo também já esqueceu... Há pouco tempo, na Suécia, alguém, provavelmente um terrorista, lançou o caminhão que dirigia sobre um restaurante matando três pessoas e ferindo outras. O escândalo foi geral, as manifestações de repúdio e de apoio ao povo sueco também intensas. Manifestações às quais se juntaram as autoridades brasileiras.

Outros eventos semelhantes na Inglaterra, ainda mais recentemente...

Justo muito justo, afinal o terrorismo é ameaça mundial.

Entretanto, aqui no Brasil um grupo de posseiros foi brutalmente assassinado no Mato Grosso do Sul... E nenhuma nota de reprovação. E o inquérito se não continua parado, caminha a passos muito lentos.

Agora, mais recentemente, outro grupo de posseiros, no Pará, também brutalmente chacinado em circunstâncias ainda não esclarecidas. Os corpos em estado de deterioração foram entregues às famílias para sepultamento. O cúmulo da indignidade. Tudo cairá no esquecimento. Menos a memória dos familiares das vítimas.

Retratos em preto e branco (e em tons de sangue) de um país à deriva, enquanto as autoridades se engalfinham em torno de um osso podre: o poder.

Florestas dizimadas... Rios poluídos... Reservas indígenas invadidas... Saúde em desarranjo... Santas Casas em petição de miséria... Estados em falência anunciada... Municípios a próxima bola da vez... E o povo? Ah! O povo... Que povo?

E o circo dos horrores não para de crescer. Outro dia um prisioneiro que cumpria pena por estupro foi beneficiado com um indulto temporário. Já estava como foragido, pois não retornara no prazo indicado. Não é que esse prisioneiro invadiu uma casa onde estava a mãe e três filhas. A crianças foram barbarizadas e a mãe ao lutar para defendê-las foi brutalmente assassinada. A polícia chamada, ele se escondeu num matagal, resistiu à prisão e acabou morto pelos policiais. Precisava tudo isso? Que justiça mal assessorada é essa? E ninguém se manifesta... Cumulo da indignidade.

E a briga pelo osso podre continua. Antes de a autoridade máxima resolver se vai sair ou não... Antes dos tribunais competentes decidirem sobre seu destino, os candidatos à sua vaga já aparecem e a certeza é que não há ninguém totalmente limpo para fazer jus à posição de mandatário máximo do país. Que vergonha!

Vergonha... Indignidade... Mundo cão... Um país à deriva, para gaudio dos partidários do tanto pior melhor.

Mundo cão, fruto do caos... E todos se esquecem do mal maior: a alienação do povo, que se limita a “memes” nas redes sociais e a atender o chamado de entidades e grupo políticos com interesses específicos nesse processo de banalização dos valores do país.

Falta de liderança, o grande legado do Regime Militar, que a redemocratização ainda não conseguiu devolver.

E quem se solidarizará com o nosso país e com o nosso povo?



Imagem: Google

segunda-feira, 5 de junho de 2017

AS FÁBULAS E A DESFABULAÇÃO



Pois é, quem não gosta de ouvir uma historinha engraçada? As crianças gostam... As crianças gostam principalmente das fabulas, onde os bichos assumem condições humanas, fazem estripulias, uns se dão bem outros se dão mal e as crianças se divertem.

As fábulas são pequenas narrativas que evocam lições e ensinamentos, pois no fundo tem a chamada moral da história e, portanto, traduzem aprendizados.

As fábulas são antigas e foram criadas, provavelmente por Esopo (Sec. VI aC) na Grécia Antiga. Depois vieram Fedro (15 aC – 50 dC), Jean de La Fontaine (1621-1695) e, no Brasil, Monteiro Lobato (18/04/1882 – 04/07/1948) ). As Fábulas tem o condão de levar a criança a um mundo imaginário, ou melhor, aguçar a sua a imaginação. E, cm certeza, a imaginação é a fonte da criatividade.

Portanto, crianças que ouvem histórias ou eu leem fábulas têm muito mais possibilidades de desenvolver sua criatividade. Não é à toa que quase todos os métodos de a educação infantil não excluem a contação de histórias e, alguns, até dão ênfase às fábulas em seus procedimentos.

Entretanto, não são poucos aqueles que procuram desmitificar as fábulas, dando à criança logo de imediato um verdadeiro choque de realidade, dizendo que o mundo imaginário só prejudica o seu desenvolvimento mental. É o processo de “desfabular” ou de “desfabulação”, definido como o processo de desfazer a lenda, ou fazendo com que aquela história deixe de ser fantasia, que os bichos de fato não falam ou que aquele mundo imaginário não existe.

Esse “choque de realidade’ faria com que a criança queime uma etapa de seu aprendizado que é a da passagem do mundo imaginário para o mundo real, fato que acontece com todo mundo. Na verdade os adultos estão se livrando daquela fase em que as crianças perguntam muito, pois está aflorando nelas o sentido dos questionamentos, que não tem a ver só com o imaginário construído pelas fábulas, mas com as dúvidas eu vão surgindo em seu íntimo, fruto da própria observação do ambiente que as cercam.

Com a desfabulação as crianças são as únicas prejudicadas. Elas perderão muitos momentos e situações em que poderão absorver lições de ética e de moral a partir das conclusões das histórias. E mesmo intuir sobre ética, moral, comportamentos, atitudes e sentimentos, por elas mesmas.

O que é certo e sabido é que os valores humanos absorvidos pelas crianças desde pequeninas, imprimem caráter em suas almas e são indeléveis isto é, para sempre. Por isso é muito comum o conflito entre as crianças e seus pais quando algumas verdades são ditas pelas professoras e contraditas pelos pais. Prevalecessem o que as professoras falam.

Portanto, não há nada de moderno nesse negócio de “desfabular”.


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domingo, 4 de junho de 2017

A VIDA É UM TREM...


A VIDA É UM TREM...

A vida é um trem...
As únicas certezas dessa viagem  são o nascimento, o grande milagre da vida, e morte, a consolidação de tudo e a certeza que a vida continuará num outro plano ainda desconhecido.

A vida é um trem...
As paradas nas estações são curtas e logo o trem retoma a viagem... Nessas estações uns desembarcam da nossa vida outros embarcam, sem a certeza que vai com a gente até a estação final.

A vida é um trem...
As paisagens se sucedem... As visões são outras ou renovadas de tempos em tempos... A casa bonita que estava aqui, já não existe e em seu lugar uma torre de muitos andares... As paisagens se sucedem, com o risco de não mais reconhecermos os lugares e neles nos perdermos.

A vida é um trem...
As pessoas já não são as mesmas... Se não mudaram fisicamente, adquiriram outras prioridades, estão em outros patamares profissionais e, talvez, a nossa presença em suas vidas já não são importantes.

A vida de um trem...
O que era normal antes da estação anterior, a partir desta já não o é mais. O que era bom agora é mau... O que era honesto, já não é mais honesto... A corrupção antes inimaginável, agora é a cruel realidade.

A vida é um trem...
Estações e paisagens de alegria, de festa, de colorido, a natureza abundante... De esperança, de sonhos, de arco-íris no horizonte... E, também, estações e paisagens de tristeza, de cinza, de natureza ausente, de deserto, de noite escura. Mas a certeza que na estação seguinte vem a alvorada plena de vida.

A vida é um trem...
E as estações acontecem... O verão e sua alegria, a vida plena... O outono e as folhas caídas, natureza se preparando para a o recolhimento. O inverno, a hibernação, o repouso, a desconstrução... A primavera e o renascer da vida, a alegria de volta, a esperança consolidada, a reconstrução... É a sazonalidade d vida.

A vida é um trem...
Nele há a música, a arte o teatro o cinema, o bom e o belo... Há a natureza exuberante, viva... Há a natureza que sofre pelas mãos humanas. Ouvimos o silencioso grito de socorro e dele não damos conta. É o grito das gerações futuras, clamando pelo nosso cuidado. Nosso trem segue em frente. Não há tempo a perder...

A vida é um trem...
Os relacionamentos mantidos, estabelecidos, perdidos, restabelecidos... De alguns esquecemos que estão no mesmo trem, no mesmo vagão. Procuramos outros que estão mais preocupados com a paisagem... Permanece ao nosso lado aquele que nos ama de verdade e conosco continua mesmo que o trem fique vazio. E o nosso amor verdadeiro

A vida é um trem...
E de amor verdadeiro...



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quinta-feira, 1 de junho de 2017

RIQUEZA, SABEDORIA E HUMILDADE



Dinheiro faz homens ricos, o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz grandes homens”. Mahatma Ghandi

Os últimos acontecimentos no Brasil nos chama à uma reflexão mais profunda e desapaixonada da condição em que o nosso pais se encontra.  É, na verdade o fim de uma trajetória, cujo inicio não sabemos bem quando aconteceu. Será que foi com o descobrimento?

Os historiadores alertam que não é possível qualquer conjectura agora, pois a ciência histórica exige um distanciamento dos fatos para uma melhor análise e todos os fatores e condicionantes que agiram que giram ou estão agindo no processo. São fatores humanos, sociais, culturais, políticos, econômicos, religiosos e de cultura de massa.

No Brasil é visível uma fraqueza cultural e política, consequência de um processo histórico longo. A grande parcela da população sempre foi mantida à margem dos processos sociais, políticos e históricos, Quando muito utilizada como massa de manobra, como caso das “Diretas-Já”, dos “Caras Pintadas” e os parcos movimentos de rua da atualidade.

Isso dá ensejo para que grupos de pessoas, de empresas, de políticos, que graças ao seu poder de influência, realizem seus projetos imediatos, em detrimento do pais. Daí a corrupção!

É inimaginável para a pessoa comum o volume de dinheiro envolvido nesses processos de corrupção. E que faz a riqueza daqueles poucos grupos. Sim, o poder econômico faz homens ricos, mas não é garantia de sabedoria, ética ou moral.

Ser rico não significa ter sabedoria, muito menos de humildade. Os fatos estão aí e a imprensa no cumprimento de seu papel (bem ou mal), está divulgado.

A sabedoria vem com o conhecimento, com os estudos, com a leitura dos clássicos e, também, com as experiovivências, com os tropeços, com o cair e com o levantar. Coisas para os humildes não para os ricos.

Mas é a humildade que, de fato, faz, as grandes pessoas, aquelas que fazem a diferença, na sua própria vida e na vida de um sem número de outras pessoas.

Não que não possa existir pessoas ricas e humildes... Ou pessoas sábias e humildes. A sabedoria tende levar à humildade. Mas o caminho é mais curto paras pessoas humildes serem sábias.

A humildade é acolhedora... A humildade é solidária... A humildade combate a solidão... A humildade possibilita a compreensão do outro... A humildade está mais próxima da alegria, da possibilidade de contemplar o bom e o belo, A humildade se abre para a amizade... E para acolhida do outro.

A humildade não é refúgio, não é insegurança, não é autodefesa. A humildade é a condição humana da paz, o patamar essencial da felicidade.



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quarta-feira, 31 de maio de 2017

POLÍTICA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES


Uma verificação menos apaixonada e mais racional e histórica das origens dos atuais partidos políticos brasileiros, especialmente os mais influentes, se descobrirá que todos têm a mesma a mesma matriz, a mesma raiz: ideológica, interesses imediatos, afastamento do bem comum.

A paixão cega a razão, portanto, deixar a razão sobrepor a paixão é um método claro, límpido de ver as coisas mais próximo da realidade, a paixão não permite isso.

A visão histórica nos mostra o contexto na época e as interações dos vários fatores que determinam as condutas humanas.

No Brasil, desde os seus primórdios, isto é, desde a chagada dos portugueses, o povo sempre esteve à margem das ações políticas. No período colonial davam as elites portuguesas davam as cartas, colonizadoras, que se transformariam no grupo latifundiário, os futuros “coronéis”.

A partir da independência, os latifundiários já tomavam conta da política. Os partidos que foram criados eram praticamente semelhantes, variando em pequenos detalhes os seus discursos. Tanto na colônia como no período pós-independência, as tentativas de se implantar um regime político diferente da monarquia, eram mortos no nascedouro. O povo, em que pese a precariedade dos meios de comunicação, era nada mais nada menos que “massa de manobra”. Por isso as eleições “de cabresto”.

Já na República a multiplicação dos partidos, jamais contou com a participação do povo, que continuava inculto. A educação, desde o período colonial, continuava precária. Os partidos populares, os sindicatos, os movimentos sociais insignificantes.

No período republicano os eventos sociais e políticos, as ditaduras, o populismo, as constituintes, tiveram uma aparente popularização. Mas no fundo o povo continuava e continua alijado do processo.

Portanto, os partidos, apesar das inúmeras denominações populares, pertencem à mesma matriz, à mesma raiz e têm os mesmos interesses, longe do bem comum. Todos têm objetivos específicos, que não contempla a inclusão do povo.

E a grande imprensa, da qual muitos políticos são acionistas majoritários, é conivente e não desempenha o papel de formador da opinião pública. Lógico! O Brasil precisa ser reinventado, passado a limpo.

Como? O certo seria via educação, num projeto a médio e a logo prazos. .. Mas isso é impossível. Resta aos apaixonados os gritos e sussurros.

Aos sábios a paciência de continuarem acima das discussões banais, enquanto o país segue descendo a ladeira, rumo ao fundo do interminável poço.

Quem está no comando do país  não viverá o suficiente para ver o estrago que está fazendo hoje. Estrago eminentemente social.



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