quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

AS MASCARAS CAEM


A professora de Português está distribuindo as provas e as notas não passam de três, numa escala de 0 (zero) a 10 (dez). Está possessa e indignada.

- Impossível... Eu expliquei tanto, fizemos tantos exercícios, repeti as perguntas e vocês tiram essa nota! Só tem uma coisa a lhes dizer: vocês são burros!

Silêncio por alguns minutos. Os alunos cabisbaixos.... E a professora volta a gritar...

- Assumam... Vocês são burros! Burros! Entenderam? Burros! Falem! Alguém tenha a coragem de se levantar e em pé assumir que é burro! Vamos! Estou esperando!....

Passam-se alguns rápidos segundos e Frederico se levanta e a professora exclama...

- Ah! Até que enfim alguém teve coragem de assumir publicamente que é burro. Frederico, Você só tirou nota 01, abaixo da crítica. Diga-me, por que resolveu assumir a sua burrice?

- Foi por pena, professora....

- Pena? De quem?...

- Da senhora, professora. É que fiquei com pena da senhora ficar em pé sozinha...

É para refletir.

Uma regra pedagógica que indica, num processo de avaliação, quando a maioria dos alunos vai mal o problema passa a ser da professora e não dos alunos. A professora não percebeu a que seus métodos de ensino eram falhos. E quis atirar a culpa pelo fracasso sobre os alunos. Certamente ela era autoritária, o que piora a situação, e os alunos intimidados ficaram acuados pela sua truculência. Sua máscara de arrogante caiu.

Assim é a vida. Usamos nossas máscaras... Escondemos a verdade de nós mesmos. E essa falsidade não conseguimos manter por muito tempo. Não enganamos pessoas por algum tempo.

Entretanto, nós não nos enganamos desde os primeiros instantes em que resolvemos vestir nossas máscaras.

E logo, logo, essas máscaras caem... E a gente se ferra como essa professora se ferrou. A arrogância é um veneno.




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