quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

POSSESSIVIDADE


Possessividade é irmã gêmea do ciúme, tratado no texto passado. Mas tem algumas características próprias. Infelizmente um alimenta o outro, num círculo vicioso crescente que sempre leva a um desfecho desastroso para todas as pessoas envolvidas no relacionamento.

O sentimento de posse, tanto quanto o ciúme doentil, é próprio de pessoas inseguras, com auto-estima baixa, medrosas, sem visão de futuro e que se agarram às poucas coisas que estão à vista, pessoas e coisas, como tentativa desesperada de preservar o “pouco” que lhes restam. Mas acabam se afundando...

Pessoas possessivas tiveram muitos problemas na infância... Tiveram tudo, de tudo, um “pseudo” amor. Não aprenderam a dividir brinquedos e coisas, a compartilhar a amizade e não tiveram ensinamentos e exemplos para serem generosas...  Cresceram sós, brincaram sós, viveram sós. Seus pertences, seus ambientes, seus pais, seus avós, seus irmãos, seus primos eram somente seus. O amor que receberam foi baseado em “quantidade” e não em “qualidade”. Cresceram biologicamente, não psicologicamente... Permaneceram infantilizados.

Pessoas que cresceram assim jamais estarão preparadas para um relacionamento sério, maduro, respeitoso e consistente. E quando o amor acontece, a qualquer momento manifestam as suas “qualidades” de posse e de ciúme, pois a pessoa amada já não é mais quem vai caminhar lado a lado, mirando um futuro a ser buscado, mas apenas uma propriedade sua.

O inferno, então, se instala na vida dos dois.

Pessoas possessivas são dominadoras, não admitem compartilhamento, exercem uma marcação cerrada, nada dividem, sentem prazer em ser assim, pois quanto mais têm domínio sobre pessoas e coisas mais satisfação e consolo psicológico conseguem. São sentimentos primitivos, pré-históricos, animalescos que lhes afloram.

Pessoas possessivas não dão espaço para a pessoa amada. São telefonemas constantes, são visitas inesperadas, atitudes inoportunas no trabalho, boicotes a compromissos assumidos... São exposição a ridículos, execração pública, “barracos” constrangedores em festas e encontros profissionais.

Uma frase bem comum na boca de pessoas possessivas: “Você é meu/minha”. O amor é apenas uma forma de justificação. São tão sociáveis quanto antissociais. Tudo depende do quê o ambiente vai lhe proporcionar em termos de segurança. E ainda por cima usam a pessoa amada como muleta para suas “fragilidades”.

São pessoas carentes e estúpidas.

Mas como são humanas merecem compreensão, compaixão e cuidado. Mas quem cuidará delas? Ninguém, a não ser elas mesmas. Devem buscar ajuda.


Resgatar o passado e se reconciliar com ele, eis o caminho. O resto, só o futuro dirá... Haja sessões psicoterápicas!...

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