terça-feira, 29 de abril de 2014

DISCORDAR


“Discorde com honestidade, graça, humildade e coragem de quem tem idéias políticas, filosóficas teológicas diferentes das suas. Discorde das outras religiões e dos outros pregadores. Discorde de amigos, pai e mãe, filhos, irmãos da mesma igreja. É seu direito de profeta. Se não puder concordar, discorde. Mas não se esqueça que discordar não é amar menos. Se ao discordar, você ficar irado e se exaltar mude de assunto. Você não tem o direito de ferir ninguém”.

(Excerto de texto “A graça de saber discordar” do Pe. Zezinho, publicado no Portal Paulinas – www.paulinas.org.br/mensagem)

Este excerto é uma síntese que traduz o tema com muita sabedoria. “...Discordar não é amar menos”, talvez seja o grande mote. Vale lembrar outra sabedoria: quem entra por baixo numa situação, seja qual ela for, permanecerá sempre por baixo. Assim, vale o conselho de que saber discordar com amor, sem ferir, sem se exaltar, sem gritar, é se colocar numa situação de igualdade, de dignidade.

O ser humano, tanto maior fica quanto mais humilde ele é. Jamais perca a humildade, mas seja forte para discordar.  Discorde com argumentos sólidos, concretos. Mas cuidado! Para isso é preciso cultura, formação e informação. A informação é volúvel. A informação de hoje estará superada amanhã. A formação é para sempre e deriva da busca dos “porquês”, dos questionamentos, enfim, das perguntas. As respostas encontradas jamais serão esquecidas.

Assim preparado, você pode entrar tranqüilo numa discussão, ou para resolver uma situação, ou para planejar seu futuro, na empresa, entre os amigos, no seio da família, ou num relacionamento a dois.

Discordar, desconstruir, reconstruir... Fugir da mesmice, obter uma qualidade de vida. Você feliz é caminho para a felicidade das pessoas que estão por perto. Nas empresas é assim, principalmente para quem ocupa cargo de liderança. Nas instituições, nas igrejas, nos clubes, nas ONGs. O líder deve incentivar a discordância e preparar seus liderados para exercer esse direito. É difícil. Precisa coragem.

Mas o diálogo é a chave... Dialogar é saber ouvir, aceitar a opinião contrária sem polemizar, sem ofender, sem se irritar. Aliás, a verdadeira democracia respeita o confronto honesto e as opiniões e os direitos das  minorias.

Se você ainda tem dificuldades para uma convivência e um diálogo de alto nível, é possível que terá mais problemas pela frente, decorrentes da intolerância, da arrogância, do preconceito, do não saber discordar.  Pois então se prepare. Leia mais, busque mais, pergunte mais, questione mais, ouça mais. Exercite a paciência. Desenvolva a sua religiosidade, trabalhe como voluntário...

Boas opções para encontrar a paz e a felicidade.


Imagem: Google


segunda-feira, 28 de abril de 2014

CUIDE DO SEU JARDIM


É muito bom caminhar despreocupadamente por um jardim florido e tomado pelas sombras de imponentes árvores.  Ah! Se a vida fosse sempre assim!

Não é sempre que podemos ter um jardim a nossa disposição. Às vezes podemos ter uma coleção de flores em nossa varanda. Também é muito bom contemplá-las... Samambaias, avencas, orquídeas... Entre elas aquele bebedouro colorido para atrair os beija-flores. Eles chegam rapidamente, bicam a água, dá um sinal (de agradecimento) e vai embora, tão feliz quanto chegou.

Em outras situações temos uma sacada pequena que até serve de lavanderia. Lá colocamos alguns vasos, que sob nossos cuidados carinhosos as plantas crescem viçosas e fazem a nossa alegria. Nem sempre os beija-flores aparecem... Mas os vasos continuam lá;

E há, ainda, casas e apartamentos em que não conseguimos nada colocar, por simples falta de espaço. É a vida.

Mas, hoje, todos os ambientes, principalmente os comerciais e aqueles em que há grande circulação humana, os gestores fazem questão de colocar vasos. A idéia é “humanizar” esses ambientes. Quem disse isso foi um gerente de banco.

Parques, jardins, vasos, flores... Só existem porque eles só existem com a participação de mãos humanas. Há, sim, uma estreita relação entre pessoas e plantas, vasos e flores. É filosófica, religiosa e poética. Faz bem para a alma. Enleva, acalma, relaxa, nos torna mais humanos.

E quem não pode ter um jardim, flores e plantas por perto? Não nos esqueçamos que as pessoas são as flores mais bonitas da natureza. Pessoas é que não sentido aos jardins. As pessoas são os próprios jardins. Os jardins estão na alma... Os jardins são as pessoas...

Portanto, é preciso, também cuidar do jardim que caminha, que sorri, que espalha amizades, otimismo, que embeleza as ruas, as cidades. Cuidar da alma, através da saúde do corpo, da paz de espírito, do altruísmo, da religiosidade.

Ler bons livros, ver bons filmes, freqüentar ambientes agradáveis, relacionar-se com pessoas em alto astral, que acreditam no futuro (com responsabilidade), é regar o jardim, podar as plantas no tempo certo, adubá-las, permitir que as flores atraiam os beija-flores.

É tornar a vida mais leve, mais fácil de ser vivida.



Imagem: Facebook

domingo, 27 de abril de 2014

HOMENAGEM DOS DESENHISTAS DO MUNDO A JOÃO PAULO II, O DIA SUA MORTE... E NASCEU PARA A VIDA ETERNA!



Os Papas João Paulo II e João XXIII foram canonizados hoje, 27 de Abril de 2014, no Vaticano, pelo Papa Francisco. 
Agora são Santos da Igreja Católica.

Vídeo: Youtube
Imagem: Google

sexta-feira, 25 de abril de 2014

CRIATIVIDADE

Há quem diga que praticamente hoje em dia não se cria mais coisas novas. Essa afirmação leva em conta que tudo que se cria tem como base coisas objetos ou idéias preexistentes.

Calma, a coisa não é bem assim...

Certo mesmo é que os homens pré-históricos foram muito mais criativos. A partir do seu potencial de desenvolvimento da inteligência, passou a criar utensílios, armas e ferramentas do nada, apenas movido pela necessidade.

Hoje é muito comum a gambiarra. E o que é a gambiarra? É uma solução simplista, às vezes perigosa, de um problema, de uma necessidade. Isso não é criatividade? É sim... Pois foi o jeito de se resolver uma situação à sua moda...

Mas a criatividade é uma qualidade inerente ao ser humano. Todos são criativos. Todos solucionam problemas, superam dificuldades, resolvem situações, até corriqueiras da vida...

Portanto, que ninguém pense que não tem essa qualidade. E ela aflora com mais intensidade quando a necessidade aperta (no caso de desemprego, por exemplo)

Basta um olhar mais atento ao cotidiano da vida. Um cem número de pessoas sobrevivem, obtém sucesso, fama e se realizam, a partir de atitudes corajosas de enfrentar os problemas, não com desespero, mas com criatividade.

E é ai que está o segredo: não entrar em desespero. Parar, refletir, dar-se conta daquilo que sabe (competências e habilidades) e deixar a criatividade fluir.

Cuidados ao trabalhar com eletricidade, com encanamentos de água e com as estruturas de uma construção. Cuidados também com atividades em alturas e andaimes mal apoiados.

Com os pés no chão, é só tocar o barco. De repente, de uma saudade surge uma poesia, da poesia uma música, dessa música um sucesso.  Se postado na internet, pode “bombar” e a fama chegar.

A criatividade é inata. Mas está presa. É preciso relaxar, abrir-se e, sobretudo desenvolver a autoconfiança... Assim, ela se tornará uma realidade na vida.

Imagem: Google


quinta-feira, 24 de abril de 2014

A CRIANÇA QUE VIVE EM NÓS


Estarmos sempre alegres... Ou prontos para a alegria... Eis um dos segredos para expressar a nossa felicidade de viver. Um dos caminhos para viver essa realidade é mantermos sempre viva a criança que vive dentro de cada um de nós.

A criança é espontânea, atenta aos brinquedos e às brincadeiras. Ela abraça, beija, sorri, corre, saltita, faz carinho... A criança sonha, constrói paraísos... É claro que um adulto não pode ser assim. Isso beira à insanidade.

Mas a criança que nós já fomos, que nós já vivemos e fizemos todas as estripulias inerentes a essa idade, permanece dentro de nós (de prontidão) e nos ajuda a transformar nossos momentos bons em momentos de alegria e felicidade. Adultos, podemos materializar os sonhos colimados na infância (ou parte deles).

A sisudez do rosto, demonstrando seriedade em excesso, ou tristeza, ou preocupações outras que a vida nos apresenta, inibe a criança brincalhona e feliz que vive dentro de nós. Seriedade demais e alegria espontânea não combinam, não interagem.

A conversa entre duas pessoas, uma sisuda e outra alegre, espontânea, não fui, não rende, não segue, não se consuma, pois as bases são diferentes, os argumentos são diferentes, os objetivos são diferentes...

Nesse caso os iguais se atraem... Entre os sisudos rola a conversa fúnebre, negativa, de reclamações, de críticas, de pessimismo enfim...

Já num ambiente alegre, a situação é muito diferente. Reina, enfim, o otimismo. Mas é preciso cuidado. Não pode ser um otimismo irresponsável. Há uma realidade na sociedade atual que é preocupante. Violência, corrupção, exclusão, apatia política.

O otimismo responsável é fundamental para fortalecer as pessoas e superar as dificuldades presentes. Mas não se é otimista sem o resgate da criança que está dentro de nós.

E nada custa sermos alegres, espontâneos, brincalhões... Faz bem a nós mesmos e aos que estão próximos. É fazermos parte do círculo virtuoso, da corrente do bem, da alegria, do otimismo. É um contraponto àquela situação de desânimo, de pessimismo, do círculo vicioso, da negatividade.

A vida é curta ou longa, dependendo do ponto de vista. Às vezes as horas, os dias, as noites, são extremamente longa quando estamos sofrendo. Noutros momentos o tempo passa muito rápido, se eles são bons e felizes. Assim, não vale a pena curtirmos o sofrimento. 

Vale sim, vivermos intensamente a cada momento, com alegria, deixando fluir a criança feliz que está dentro de nós.

Imagem: Google.


quarta-feira, 23 de abril de 2014

O VELHO PATRIARCA


Um sorriso na multidão trouxe-me a sua imagem. Não pude conter as lágrimas.

Sentado no seu tradicional banco sobre a taipa do fogão onde a vovó preparava o tão esperado jantar, à sua moda.

A saudade me aperta o peito... Agora o tenho claro em minha mente: sua figura imponente, botas cano longo, mãos cruzadas para trás, assobiando baixinho algo incompreensível... Era eu muito jovem...

Figura do velho patriarca, inspirando respeito, temor, mas juntando, unindo à sua volta filhos, netos, bisnetos, camaradas, transmitindo-lhes segurança.

Sim, o velho patriarca! Influenciava na política e ninguém ousava fumar na sua presença! Hoje, aquela estrada que você percorreu durante tanto tempo tem o seu nome, sabia?

Figura imponente, alegre. Lembro-me do xaxado que ensaiava ao brincar com os netinhos... E a caipirinha, envelhecida, muito doce, para as ocasiões especiais, ou regar o frango à caipira.

Nós quase não falávamos. Minha voz, baixa e tímida, não conseguia vencer a sua surdez progressiva. momento em que ficava encabulado e triste. Eu também.

Mas hoje, quando há muito tempo deixou este mundo, acredito que podemos conversar mais tranqüilamente e mais à vontade. De onde está me ouve com os ouvidos da alma e eu falo com a voz do coração. Mas, quase não há o que falar. Como vê continuo tímido e falando baixo. Entretanto, quero que saiba o quanto está me fazendo falta a sua presença. Há tristeza, vazio, insegurança. Parece que não tenho a quem recorrer nas minhas limitações e nos momentos de solidão, entende?

Sinceramente, como gostaria de ter vivido com você mais tempo, ter-lhe falado mais das minhas preocupações, das minhas fraquezas, dos meus sonhos, do meu amor, dos meus projetos e ouvido de você também suas histórias, seus dramas, suas fraquezas, suas incertezas, decepções, labutas e sucessos. Hoje sou muito feliz. Amo e sou amado. Encontrei minha felicidade bem longe de sua casa, mas repito, sou muito feliz mesmo!

Sabe, um dos meus melhores momentos foi quando ouvi suas histórias do tempo em que era tropeiro... Lembra-se? Falava sofregamente, com os olhos perdidos em algum ponto do horizonte... Ou do passado.

Sei que aí onde está é infinitamente melhor que aqui. Daí de cima o panorama é mais completo, pois tem a dimensão do mundo e da alma das pessoas. Você está bem, merece este descanso e quero que o desfrute em paz. Não se preocupe porque o mundo está um tanto conturbado: poluição, violência, maldades... Mas fique tranqüilo, você fez a sua parte, deixando o seu exemplo de vida.

Não tem sido fácil, sabe, preencher o vazio...

Mas, fazer o quê? Por aqui, vou viver minha felicidade com o melhor presente eu Deus me deu: o meu amor... E quem sabe um dia reencontrá-lo e, então, reeditar os belos momentos de xaxado, as boas gargalhadas, as histórias tropeiras, com a doce, velha, mas deliciosa caipirinha.

Imagem: Google

terça-feira, 22 de abril de 2014

DIVINAS HOMENAGENS À MULHER


São muitos e muitos escritos a respeito da mulher, referindo-se à sua fragilidade, submissão, desconsideração, fortaleza, beleza, missão em relação à família, à procriação... Suas lutas pela emancipação, feminismo, igualdade, direitos... São muitos, muitos mesmos, teses e mais teses...

Em relação à passagem de Jesus de Nazaré pela terra e, principalmente, nos seus últimos dias, no momento de sua morte e na ressurreição, igualmente há referências em que Jesus valoriza a mulher e resgata sua importância como ser humano (igual ao homem).

São várias as passagens bíblicas em que Jesus se relaciona com as mulheres ao mesmo nível dos homens, numa sociedade essencialmente machista como a judaica.

Há o episódio do poço de Samaria em que Ele chama a mulher para ser sua discípula. Na família de Lázaro gostava de conversar com as irmãs dele. Numa pregação em Betânia, permitiu que uma mulher tida como “pecadora” ungisse seus pés.

Jesus curou a sogra de Pedro, curou, também, a mulher que sofria de hemorragia há anos e “ousou” tocar suas vestes e ressuscitou, diante do descrédito de todos, a filha do chefe da sinagoga.

E o episódio de Maria Madalena? É enigmático e simbólico. Não a julgou, apenas a compreendeu, a acolheu e a ensinou. “Vá e corrija seus caminhos”. Ela se converteu numa das suas mais fiéis seguidoras. Nesse episodio, Jesus a chamou de “mulher”, isto é, colocando-a num patamar acima da pecha de ”pecadora” (Que belo exemplo!).

No momento da cruz Jesus elegeu sua mãe, chamando-a, também, de “mulher”, como mãe da humanidade, a nova Eva, e colocando-a sob os cuidados de João, o “Apóstolo Querido”. Em quem estava lá, além de Maria e João? Maria Madalena. Foram elas que O retiraram da cruz e O colocaram no túmulo. Foram elas que testemunharam o túmulo vazio.

E tem mais: logo em seguida à ressurreição Ele mesmo apareceu às mulheres ainda assustadas e sem entender o que estava acontecendo e as orientou a levar a noticia de sua vitória sobre a morte aos demais discípulos.

Alguns registros das posturas de Jesus em relação às mulheres. Como verdadeiro mestre e dotado do pleno sentido da autoridade, primeiro fez, deu o primeiro exemplo, o primeiro passo.

Se a humanidade continuou evoluindo e ao mesmo tempo preservando a ideia do preconceito e da inferioridade da mulher, foi por mera ignorância em relação aos exemplos do “Mestre dos Mestres”, ou por interesses mesquinhos e desumanos.

Entretanto, uma releitura da vida de Jesus, permite perceber que com Ele se abriram novas perspectivas de igualdade e dignidade humanas...



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segunda-feira, 21 de abril de 2014

TERRA NATAL


Contamos no dedo aqueles que permanecem em sua terra natal até o final da vida e podem bater no peito, dizendo: “...Nunca saí daqui!”.

Partir, vencer estradas, é o sonho de muitos, a grande maioria, especialmente para a conclusão dos estudos e a construção de sua carreira. Existe uma empatia entre as pessoas e a sua cidade natal. E o sonho da volta é expresso no silêncio, ou através de um desejo explícito, em cartas e até mesmo através de poemas, de canções sertanejas ou populares.

Gonçalves Dias imortalizou “Minha terra tem Palmeiras”, quase um hino de saudade de sua terra, o Brasil. E quem ainda não cantou “Saudades de Minha Terra”, composta por Goíá e Belmonte, popularizada pela dupla “Belmonte e Amarai”, ou “Meu pequeno Cachoeiro”, obra de Raul Sampaio que se refere à sua cidade natal (Cachoeiro do Itapemirim) e que Roberto Carlos, também de lá, que a tornou imortal?

A terra natal é uma referência de valores, de cultura, de música, de histórias da infância, de aventuras dos tempos escolares, de segredos, de amores não correspondidos, e paixões deixadas para trás. Mas nada impede o partir, o buscar o próprio destino que significa, antes de tudo, o rompimento do cordão umbilical, das amarras, enfim, do desgrude da saia da mãe, síntese da tradição familiar. Partir é libertar-se, proclamar a independência.

Muitos são filhos pródigos... Não dão certo... E a única alternativa é voltar...

Mas a grande maioria permanece distante. Ou continuam partindo, ganhando outros espaços, desbravando outros mundos, realizando-se pessoal e profissionalmente... Ficam famosos e se tornam heróis, ganham ruas, ou praças, edifícios públicos com seus nomes. Outros têm até semanas culturais para lembrar suas trajetórias, suas obras, suas contribuições para a melhora do mundo. Alguns nunca voltam para sua terra, nem mortos.

Outros (e são tantos) permanecem no anonimato e nesse silêncio desaparecem ou são esquecidos para sempre.

Mas enfim, o importante, mesmo é que partir para longe da terra natal... É exercer o livre-arbítrio, o direito de “ir e vir”, e realizar o grande sonho: ser feliz.

Sim, a busca da felicidade é o grande motor da partida... E assim a terra natal continua e continuará lá, alimentando saudades e inspirando os poetas.


Imagem: Google


domingo, 20 de abril de 2014

VOA, LIBERDADE - JESSE



Voa, voa minha liberdade
Entra se eu servir como morada
Deixa eu voar na sua altura
Agarrado na cintura
Da eterna namorada
Voa, feito um sonho desvairado
Desses que a gente sonha acordado
Voa, coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado
Voa, nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade essa ilusão
Voa, no estalo do meu grito
Quero ver teu infinito
Nesse azul sem dimensão
Voa, no estalo do meu grito
Quero ver teu infinito
Nesse azul sem dimensão
Voa, voa minha liberdade
Voa, coração esvoaçante
Feito um pássaro gigante
Contra os ventos do pecado
Voa, nas manhãs ensolaradas
Entra, faz verdade essa ilusão
Voa, no estalo do meu grito
Quero ver teu infinito
Nesse azul sem dimensão
Voa, no estalo do meu grito
Quero ver teu infinito
Nesse azul sem dimensão

Voa...
Vídeo: Youtube

sábado, 19 de abril de 2014

sexta-feira, 18 de abril de 2014

"DOIS RISCOS! - PADRE ZEZINHO, SJC



PARA VIVER A RELIGIOSIDADE  TORNAR-SE UM SER HUMANO COMPLETO,  PLENO, É NECESSÁRIO UM ENCONTRO PESSOAL E IRRESTRITO COM O DEUS DE SUA CRENÇA!


É UMA LIÇÃO DA PÁSCOA

Vídeo; Youtube

quinta-feira, 17 de abril de 2014

PÁSCOA E HUMANIDADE



Aproxima-se a principal festa religiosa do cristianismo, a Páscoa. É uma festa antiga que remete ao tempo histórico em que os hebreus eram escravizados no Egito é de lá foram resgatados por Moisés.  A Páscoa relembrava a passagem do Mar Vermelho que ganhou significados como passagem, principalmente, da escravidão para a liberdade. Este evento era lembrado sempre num sábado, com vínculo à narração bíblica da criação do mundo, em que no sétimo dia Deus descansou. Os judeus, herdeiros dos hebreus ainda hoje mantém esse ritual.

Jesus Cristo ressuscitou no Domingo. Por isso os cristãos passaram a guardar o Domingo, cuja palavra significa exatamente Dia do Senhor. A sua ressurreição acrescentou outros símbolos à Páscoa: a vitória sobre a morte, a passagem para uma vida nova, com base nos fundamentos cristãos, enfim, uma reflexão para a mudança... Aí entra a humanidade, como a síntese valores da pessoa.

Proselitismo à parte... Ovos de chocolate e coelhos, sinônimos de vida em potencial, também... Páscoa faz pensar e repensar os valores humanos.

Tais valores, em resumo, são os seguintes: honestidade, amor ao próximo, respeito à vida (desde a concepção até o caso), respeito a pessoa( em seus direitos fundamentais), paz, cidadania, ética e moral.

Esses são valores ligados às condutas das pessoas. Fazem parte do conjunto de regras estabelecido para que a sociedade tenha uma convivência saudável, pacífica e harmoniosa.  São princípios que determinam o seu caráter e a sua personalidade.

Porém, é consenso que, hoje, as sociedades estão vivendo uma crise desses valores, transformando-a mais egoísta, mais cruel, mais violenta.

Repensar ou mesmo resgatar esses valores é extremamente necessário. A Páscoa pode criar condições e oportunidades para se enfatizar a importância de dessas atitudes, reforçar a importância dos valores humanos, que foi, é e será sempre a base do equilíbrio, paz e sustentabilidade da sociedade.

O sentido das atitudes de humanidade vai um pouco mais além do conceito de cidadania, pois nela estão inseridos os valores da religiosidade. Não importa qual. É impossível conceber religiões que incentivem seus seguidores a agirem contra os valores humanos. Claro que existem algumas religiões fundamentalistas, que levam ao extremo a sua doutrina e partem para a violência.

As religiões visam o bem das pessoas. E todas pregam o altruísmo, a prática da caridade, que é o caminho mais curto para se chegar à perfeição e à vivência do bem segundo seus ensinamentos.

Assim, constrói (ou se resgata) um mundo melhor... Assim, vale a pena comemorar a Páscoa. 

Então... Feliz e abençoada Páscoa!


Imagem: Google

quarta-feira, 16 de abril de 2014

DICOTOMIAS


O humano e o Divino... A inconstância diante do constante...

Esta semana o mundo ocidental revive um dos momentos cruciais de sua história. Os momentos decisivos que marcaram o inicio da sua estrutura cultural com o nascimento do cristianismo.

Proselitismo à parte, e também os aspectos filosóficos e sociológicos,  a Semana Santa dos cristãos revela as dicotomias enigma do ser humano, a sua inconstância, a sua vulnerabilidade, a sua fortaleza, a sua riqueza e sua pobreza, o humano e o divino.

Historicamente falando, Jesus Cristo, inspirador do Cristianismo, após sua vida pública em que lançou as bases doutrinárias ao seu grupo mais próximo, os Apóstolos, entrou em Jerusalém e foi aclamado pelo povo como Salvador e Rei. Logo em seguida, pelo uma parcela desse povo, gritava em côro para a sua condenação por violar os princípios do Templo. Inconstância pura.

Essa mudança de atitude é reveladora desse enigma humano: à sujeição à vontade coletiva, comanda por grupos formadores de opinião, grupos esses que de pronto percebem a fragilidade humana, diante das grandes questões da vida.

O ser humano é a grande maravilha da natureza, onde ocupa um lugar privilegiado, o que lhe dá o “direito” de explorá-la até a exaustão. Mas é frágil em questões como a manipulação, a saúde, a capacidade de convívio social.  Por outro lado é forte, muito forte, quando age no coletivo, na força política, na colimação de idéias e de sonhos. Constroem impérios políticos, sociais e econômicos. São incapazes de impedir a destruição da natureza, da erradicação da miséria, da eliminação dos preconceitos, de impedir a volta de velhas e já superadas doenças.

O ser humano já provou que é capaz de sondar as profundezas do infinito cósmico, mas ainda não compreendeu todo o esquema de funcionamento do seu cérebro e eliminar doenças como o Mal de Alzheimer, a Doença de Parkinson, a Síndrome de Down, o Autismo e tantas outras...

O ser humano é capaz de desenvolver altíssimas tecnologias de defesa nacional, mas não consegue, por evidente egoísmo, juntar tais conhecimentos, para, por exemplo, localizar um avião com mais de duzentos passageiros a bordo, desaparecido num oceano de águas profundas.

Eterno mistério, essa maravilha é capaz de comportamentos espontâneos do tipo “morde e assopra”. Há momentos que afaga e no instante seguinte, humilha. Atitudes típicas daqueles que detém algum tipo de poder. Há pessoas que não sabem usar o poder. Este é para servir, conduzir, formar, preparar, encantar, não para humilhar...

Dicotomias que faz pensar no verdadeiro sentido da vida. Onde é mais forte o humano? Qual o papel do divino na vida humana? Quando é que o humano se diviniza? E quando o divino se humaniza?

A Semana Santa dos Cristãos é antes de tudo um convite para a revisão de alguns conceitos que a praticidade da pós-modernidade nos impõe...


Imagem: Google

terça-feira, 15 de abril de 2014

VOLTANDO PARA CASA


“A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar”
Rubem Alves

É maravilhoso voltar para casa após uma partida necessária. Partir sem desejar... Partir, ficar longe, por fortes razões que impedem o não... Partir com dor no coração e com esperanças do breve retorno.

Entre o partir e o voltar uma longa, ansiosa e ativa espera. Providências a cumprir... Esperas dentro das esperas... Veredictos que mexem com as emoções e o futuro da vida.  Esperas dentro das esperas...

E a saudade? O amor, a parceira, a amiga, o suporte... Lá ficou, ainda que a tecnologia permita a presença constante... Mas a ausência é real, pois falta o toque, o abraço, o sorriso, o aconchego... Saudade, que saudade!

Ah! Que saudade, bicho que rói e faz doer as profundezas da alma. Tempo e distância, cruel parceria... A solidão que se instala. A inquietude, o vazio... O amor que cresce na ausência. A vontade de voltar é quase indômita...

Cumpre-se o tempo para a volta... Eternidade que termina... Mal é possível imaginar e vislumbrar os braços que se abrem para o abraço... O sorriso franco e pronto para se encerrar num beijo cálido e saudoso... Os olhos azuis, lacrimosos, brilhantes como diamantes lapidados pelo Divino Criador...

“...Quero a alegria de um barco voltando...”

A casa... Ah! A casa, cuidadosamente preparada, limpa, perfumada... Meu Deus, qual a razão da existência da partida, se o melhor lugar é aqui? Aqui é o céu... Aqui está minha deusa... Aqui é o meu jardim...

A casa, o lar, o templo, lugar onde as almas se fundem numa só força de amor... Não! Nada de luxo, nada de riqueza...  Basta a simplicidade, basta o necessário, a liberdade, a transparência, a verdade, o amor enfim! É suficiente o olhar...

Ah! A casa, o lar. Feliz daquele que pode deitar sua cabeça num colo aconchegante e deixar a vida fluir, ao sabor da vontade de Deus.  Feliz daquele que pode oferecer o colo e aconchegar a cabeça da pessoa amada. É assim que se constrói o céu...

Obrigado meu Deus... Obrigado por permitir a minha volta. Obrigado meu Deus... Obrigado por me conceder tanto amor... Ajuda-me, Senhor, a retribuir esse amor, ao menos na mesma medida...

Obrigado meu Deus... Pelo nosso amor... Pela nossa casa... Pela nossa paz!

Imagem: Google

domingo, 13 de abril de 2014

A FIEL COMPANHEIRA

Ela é calma, tranquila, apesar de dorminhoca, está sempre atenta... Mas não faz barulho, não... Atenta, percebe quando seus donos estão chegando, mesmo à distância e fica pronta para a festa, a alegria, a demonstração de carinho e a vontade louca de dizer o quanto estava com saudade.

Não raras vezes está necessitada de sair e se “aliviar”. Uma de suas belas características: o silêncio. Passam-se horas, dias, semanas e os vizinhos não percebem que ela está em casa.

Ela é assim... Dá sinais de que precisa sair... E se ninguém se manifesta ela volta para o seu canto. Daqui a pouco emite outro sinal: mira a porta, corre para ela ou toca com sua pata as pernas de um de seus donos. Ao ver que eles estão com a coleira-guia, aí, sim, é tomada pela alegria e pela ansiedade por ganhar a rua...

Apesar de sua quietude está sempre pronta para brincar... E brinca, e corre, e pula e espera. De repente volta ao seu canto e lá fica. Claro, de olho nos movimentos da casa. Até sabe quando vai ficar só. Triste, cabisbaixa, recolhe-se ao seu ninho. E lá fica...

Um dia ela fugiu. Que desespero! Que agonia! Tudo foi feito para recuperá-la. Buscas incessantes, anúncios, fotografias nos postes, postagens nas redes sociais. Foi localizada... Estava com uma pessoa consciente que ao perceber que ela estava perdida a recolheu e vendo o anuncio num site fez o contato. Que festa, que alívio... Agora, cuidados redobrados...

Sim, Karol é o seu nome... Mas o seu grande lance é o companheirismo. Está sempre por perto. Aconchega-se no colo e fica ali, imóvel, apenas usufruindo do calor humano que faz tanto bem para todos.

...E agora um recadinho para ela:

Karol, saiba o quanto você faz bem para as pessoas que fazem parte do seu mundo. Saiba o quanto você faz bem para o ambiente onde você está inserida... Saiba o quanto as pessoas lhe querem bem.

Karol, perceba os cuidados... Primeiro para você não fugir! Depois higiene, os remédios... Você é muito querida, tem o seu espaço na casa e no coração das pessoas.


Karol, fiel companheira, por onde você passa, sua simpatia domina o ambiente. Quando você vai, o lugar fica vazio e ali reina a saudade de você!

FLORBELA ESPANCA - VERSOS DE ORGULHO - NARRAÇÃO DE MIGUEL FALABELA


Vídeo: Youtube

sábado, 12 de abril de 2014

O QUE SERÁ (À FLOR DA PELE) CHICO BUARQUE


O que será que me dá
Que me bole por dentro, será que me dá
Que brota à flor da pele, será que me dá
E que me sobe às faces e me faz corar
E que me salta aos olhos a me atraiçoar...
E que me aperta o peito e me faz confessar
O que não tem mais jeito de dissimular
E que nem é direito ninguém recusar
E que me faz mendigo, me faz implorar
O que não tem medida, nem nunca terá
O que não tem remédio, nem nunca terá
O que não tem receita

O que será que será
Que dá dentro da gente e que não devia
Que desacata a gente, que é revelia
Que é feito uma aguardente que não sacia
Que é feito estar doente de uma folia
Que nem dez mandamentos vão conciliar
Nem todos os ungüentos vão aliviar
Nem todos os quebrantos, toda alquimia
E nem todos os santos, será que será
O que não tem descanso, nem nunca terá
O que não tem cansaço, nem nunca terá
O que não tem limite

O que será que me dá
Que me queima por dentro, será que me dá
Que me perturba o sono, será que me dá
Que todos os ardores me vêm atiçar
Que todos os tremores me vêm agitar
Que todos os suores me vêm encharcar
E todos os meus nervos estão a rogar
E todos os meus órgãos estão a clamar
E uma aflição medonha me faz (.......)
O que não tem vergonha, nem nunca terá
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem juízo



Vídeo: Youtube

sexta-feira, 11 de abril de 2014

VAMOS COMEMORAR?


Comemorar? O quê?

Esses políticos? Essa corrupção? Esse dia nublado, chechelento?  Ah! É verdade, muita gente não tem o que comemorar...

Falta salário e sobra mês... O calo que dói... A enxaqueca que chega... A TPM que se anuncia... O marido que traiu (com a secretária!)... A esposa que usou o carro em local impróprio e foi flagrada pelo amigo do marido no mesmo local... A menstruação que atrasou (Será que a camisinha era de má qualidade?)... O time do coração que foi eliminado das “Libertadores”... O outro que caiu para a segunda divisão... O gás acabou e o bolo “desandou”... A chuva molhou a roupa que estava quase seca... Olhou para trás para ver aquelas nádegas rebolantes e o ônibus passou...

Mas, não é só de tristeza que consiste a vida... Há, sim, o que comemorar... Um pouco de exercício para enxergar um pouco mais longe ajudará...

Imaginemos o que não podemos ver, mas é a pura verdade...

A mãe que ouve seu filhinho dizer pela primeira vez a palavra “mamãe!”...
O médico que diz a alguém: “Tudo bem você está livre do câncer!”...
O agricultor que vê a chuva cair após meses de espera e diz “... Agora posso plantar a semente guardada, e o meu gado vai ter capim e não vai morrer de fome”...
Aquela pessoa desesperada que encontra paz de espírito numa igreja e desiste do suicídio...
Aquela mulher que se agarrou numa corda durante a enchente e foi salva pelos amigos...
O cãozinho de estimação que foi encontrado são e salvo, dias após ter fugido de casa...
Aquela família que estava há dias sem nada em casa e recebeu a cesta salvadora...
O garoto que estudou muito e agora está na universidade...
O homem que confundido pela polícia foi preso indevidamente e agora está em liberdade...
O pai que recebeu o primeiro salário, desempregado que estava havia meses...

Esses são apenas alguns detalhes e exemplos... Mas o mais  importante a comemorar é a própria vida! O dia amanheceu... Abrimos nossos olhos... É a vida nos convidando a dar um salto de alegria e partir para a luta. Vida é presente de Deus, o Deus de nossa crença...

A vida bate à nossa porta. Ela não tem a chave. Nós a temos. Vamos escancará-la...

E comemorar... E Viver!



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quinta-feira, 10 de abril de 2014

DESAFIOS E PAZ DE ESPÍRITO


Interessam-nos os desafios em relação a nós mesmos, como pessoas, quando temos que superar situações na vida pessoal e profissional, exigindo de nós muito além de nossas competências e habilidades.

Desde criança somos preparados para a luta pela vida. Entramos para a escola muito cedo, numa creche, numa escola infantil e, à medida que crescemos também crescem as exigências, tudo para que nos preparemos para que possamos viver a vida com o mínimo de percalços possível.

São nos apresentados os desafios. Os jogos na infância e as situações-verdades na adolescência, juventude e enfim, a fase adulta.

Ouvimos conselhos dos pais, dos avós, dos tios, dos amigos mais velhos... Conselhos bons, experiências, direcionados ao aprendizado da vida, que somados aos conhecimentos desenvolvidos na escola, nos permitirão uma razoável preparação para a vida.

Há o lado negativo. Quando a educação, tanto escolar quanto a doméstica falha, ou uma delas falha ou deixa a desejar, o aprendizado vem de qualquer maneira e da pior maneira possível. O mundo ensina e ensina errado. Há muita gente interessada na nossa perdição. Risco é grande...

Mas há esperanças, elas consistem na nossa vontade de vencer os desafios. O enfrentamento das dificuldades torna os desafios menores. E a  superação traz aprendizado, crescimento, fortalecimento moral.

Se as vitórias têm como base o processo educacional saudável, lindo, lindo, maravilhoso! Sinal de que tudo correu bem e prova que o caminho é esse mesmo.

Porém, se ao longo da vida as dificuldades ocorreram desde a tenra idade, as vitórias de agora têm um sabor mais que especial, pois a superação é dupla e significam preencher os vazios que existiam no nosso corpo e na nossa mente.

Sim! Superação... Superação de nós mesmos, superação das tentações do mundo, superação das tristezas, da depressão, da falta esperanças...

A sensação de vitória é doce e, melhor ainda, traz consigo o bem mais precioso da vida, a paz de espírito. 

Paz, sempre a PAZ!



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quarta-feira, 9 de abril de 2014

OS DEZ MANDAMENTOS PARA A PAZ


01 – Não dirás sim ao ódio; abrir-te-ás à concórdia e à PAZ
02 – Não serás escavo do TER; serás amigo do SER... PAZ
03 – Não cultivarás a violência; plantarás sementes de PAZ
04 – Não serás egoísta; serás amigo da solidariedade e da PAZ
05 – Não cometerá preconceito de cor, raça, sexo, religião; acolherás o diferente, pois isso é PAZ
06 – Não desprezarás o teu próximo; respeitarás o seu direito à liberdade e à PAZ
07 – Não praticarás a injustiça, lutarás pelo bem comum e pela PAZ
08 – Não te deixarás levar pelo desânimo; a todo o momento buscarás a PAZ
09 – Não desejarás praticar outra coisa senão o bem; produzirás a PAZ; e
10 – Não buscarás um caminho para a paz; afirmarás sempre: “A PAZ É O CAMINHO” (Gandhi)

(Texto de autor desconhecido)

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segunda-feira, 7 de abril de 2014

O SILÊNCIO, A SOLIDÃO, A SOLITUDE E O NADA


Muito se tem falado, aqui mesmo repetido tantas vezes, a respeito das tribulações do mundo moderno...  Sua velocidade, suas cobranças, o consumismo, as conquistas tecnológicas...  O Trânsito, as poluições, especialmente a sonora... Situações que colocam em cheque a qualidade da vida humana, ainda que o apelo à inserção nesse mundo endoidecedor seja muito forte e as pessoas tendem a aceitá-la com o medo de ficar de fora de moda.

A parada para recarregar as energias e repensar o estilo de vida é absolutamente necessária.

Surgem então os arautos do silêncio. São aqueles especialistas em pessoas que pregam a valorização da vida através das “paradas”, do exercício do silêncio. E não falam apenas em ficar quieto e curtir a ausência de ruídos. Não falam apenas da solidão... Falam em experienciar o “nada”.

O silêncio, a prática de fechar tudo, desligar tudo e tentar nada ouvir pode gerar uma ansiedade, uma vontade de voltar logo à ativa, correr atrás das coisas, dos negócios, dos contatos, pois não pode perder o ritmo frenético da vida. São momentos supérfluos, superficiais, que realmente nada acrescentam à qualidade de vida das pessoas. Perde-se o tempo, gerando ainda mais ansiedade.

A solidão traz um traço doentio, tem um “quê” depressivo, de fuga, de revolta com o mundo, no qual não se consegue acompanhar sua velocidade, não se é tão “antenado” e por isso não se consegue os amores e as amizades pretendidas... Então a solidão é um refúgio, feito o caramujo que se esconde sob o próprio corpo para não enfrentar o perigo. A solidão não ajuda a melhorar a qualidade de vida... Pode piorá-la...

A experiência da “solitude” e do “nada” é a soma de tudo o que define o silêncio (ausência de ruídos, de sons, de poluição sonora dos mais diversos tipos e origem), ao desejo consciente, maduro, racional, de viver uma viagem interior para, de fato, se regenerar, desconstruir sua realidade e reconstruí-la, tendo como base uma reflexão profunda da vida, dos valores, das experiências, dos acontecimentos de sua história, dos amores, das amizades, dos fracassos, dos sucessos e tantos outros fatores inerentes e específicos da vida de cada um.

Essa experiência, para ser válida e construtiva, deve acontecer em momentos chaves da vida, nas viradas de ciclos, em períodos apropriados e em locais que permitam essa “retirada” ou o “retiro” para o maravilhoso reencontro consigo mesmo.

Não há uma regra ou técnica específica para o exercício da meditação e vivenciar a “solitude” e o “nada”.  Como nos exercícios físicos, cada um tem suas necessidades e também tem os seus limites. Tudo isso deve ser respeitado.

O importante mesmo é não se render a essa loucura de vida que o mundo atual impõe. E estabelecer um critério de vida que corresponda ao que se deseja alcançar, sem nunca macular ou colocar em risco a qualidade de vida.

Sem saúde a vida pode ser muito mais curta do que se pensa.



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AMIZADE VERDADEIRA


Será que existe?

É uma pergunta, cuja resposta é difícil... O mundo de hoje prega demais o individualismo. A pregação é do tipo “você tem o Deus dentro de si e tudo pode, de tudo é capaz!” Você não precisa de ajuda, e quando depende de alguém, tal ajuda deve ser mínima. A questão é não ficar devendo favor a ninguém.

Esse isolacionismo, eivado de egoísmo, de medo das pessoas, ainda muito carregado de preconceito, torna a vida muito difícil, pois gera uma corrente de solidão. As pessoas mal se conhecem, mal sabem os nomes, muito pouco se falam.

É uma situação muito triste, pois a vida social é fundamentalmente comunitária. Ninguém é uma ilha... Há uma interdependência. Uns precisam dos outros. 

Como falar em amizade num mundo assim? Há, sim, um coleguismo mal arranjado. As pessoas falam o necessário e de repente estão cada um no seu canto, no seu pedaço, com compromissos mil, responsabilidades múltiplas.

Mas, há luzes ainda brilhando no fim do túnel. E não são trens vindos no sentido contrário. São saídas que escancaram as possibilidades de um mundo melhor, sustentado pelo exercício das amizades verdadeiras.

Amizades verdadeiras excedem de longe os simples coleguismo.

As amizades verdadeiras são aqueles em que as pessoas estão juntas nas horas boas e principalmente uma ao lado da outra nas horas de dificuldades. Enquanto o colega está no seu canto e simplesmente deseja “boa sorte”, o amigo verdadeiro está ali, estendendo a mão e dizendo “estamos juntos nessa parada”.

Sim, amizade verdadeira existe. E se muitas vezes os problemas são grandes demais para uma solução imediata, o amigo verdadeiro orienta, mostra caminhos, ou simplesmente  ouvi, chora junto ou ri, diverte, passeia, conta histórias, enfim, vive momentos que servirão para revigorar o “estado mental”, criar novas forças e partir para a luta. A amizade verdadeira faz renascer seres humanos.

O coleguismo apenas conserva o status (se está no fundo do poço, lá permanece).

Conta-se uma história que numa guerra, um grupo de soldados perdeu a batalha e teve de recuar para não ter perda total.  Já em local seguro, um soldado avisou ao comandante que voltaria ao campo de luta para buscar um amigo que certamente estava ferido. O Comandante o proibiu e lhe avisou que se desobedecesse seria punido. O soldado foi assim mesmo.

Lá chegou e de fato o amigo estava muito ferido. Colocou-o nos ombros e retornou. Quando chegou, estava extenuado e o comandante, furioso, gritou: “Eu não lhe proibi de ir lá? Veja a sua situação, quase morto. E seu amigo está morto! De que adiantou correr tanto risco? Comandante, retrucou o soldado, pode me punir, me prender, matar. Mas sabe o que ele me disse quando lá cheguei? ...Eu sabia que você viria...

É essa amizade verdadeira que muita gente ainda conserva e pratica... Para o bem da humanidade...


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