segunda-feira, 21 de abril de 2014

TERRA NATAL


Contamos no dedo aqueles que permanecem em sua terra natal até o final da vida e podem bater no peito, dizendo: “...Nunca saí daqui!”.

Partir, vencer estradas, é o sonho de muitos, a grande maioria, especialmente para a conclusão dos estudos e a construção de sua carreira. Existe uma empatia entre as pessoas e a sua cidade natal. E o sonho da volta é expresso no silêncio, ou através de um desejo explícito, em cartas e até mesmo através de poemas, de canções sertanejas ou populares.

Gonçalves Dias imortalizou “Minha terra tem Palmeiras”, quase um hino de saudade de sua terra, o Brasil. E quem ainda não cantou “Saudades de Minha Terra”, composta por Goíá e Belmonte, popularizada pela dupla “Belmonte e Amarai”, ou “Meu pequeno Cachoeiro”, obra de Raul Sampaio que se refere à sua cidade natal (Cachoeiro do Itapemirim) e que Roberto Carlos, também de lá, que a tornou imortal?

A terra natal é uma referência de valores, de cultura, de música, de histórias da infância, de aventuras dos tempos escolares, de segredos, de amores não correspondidos, e paixões deixadas para trás. Mas nada impede o partir, o buscar o próprio destino que significa, antes de tudo, o rompimento do cordão umbilical, das amarras, enfim, do desgrude da saia da mãe, síntese da tradição familiar. Partir é libertar-se, proclamar a independência.

Muitos são filhos pródigos... Não dão certo... E a única alternativa é voltar...

Mas a grande maioria permanece distante. Ou continuam partindo, ganhando outros espaços, desbravando outros mundos, realizando-se pessoal e profissionalmente... Ficam famosos e se tornam heróis, ganham ruas, ou praças, edifícios públicos com seus nomes. Outros têm até semanas culturais para lembrar suas trajetórias, suas obras, suas contribuições para a melhora do mundo. Alguns nunca voltam para sua terra, nem mortos.

Outros (e são tantos) permanecem no anonimato e nesse silêncio desaparecem ou são esquecidos para sempre.

Mas enfim, o importante, mesmo é que partir para longe da terra natal... É exercer o livre-arbítrio, o direito de “ir e vir”, e realizar o grande sonho: ser feliz.

Sim, a busca da felicidade é o grande motor da partida... E assim a terra natal continua e continuará lá, alimentando saudades e inspirando os poetas.


Imagem: Google


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