quarta-feira, 16 de abril de 2014

DICOTOMIAS


O humano e o Divino... A inconstância diante do constante...

Esta semana o mundo ocidental revive um dos momentos cruciais de sua história. Os momentos decisivos que marcaram o inicio da sua estrutura cultural com o nascimento do cristianismo.

Proselitismo à parte, e também os aspectos filosóficos e sociológicos,  a Semana Santa dos cristãos revela as dicotomias enigma do ser humano, a sua inconstância, a sua vulnerabilidade, a sua fortaleza, a sua riqueza e sua pobreza, o humano e o divino.

Historicamente falando, Jesus Cristo, inspirador do Cristianismo, após sua vida pública em que lançou as bases doutrinárias ao seu grupo mais próximo, os Apóstolos, entrou em Jerusalém e foi aclamado pelo povo como Salvador e Rei. Logo em seguida, pelo uma parcela desse povo, gritava em côro para a sua condenação por violar os princípios do Templo. Inconstância pura.

Essa mudança de atitude é reveladora desse enigma humano: à sujeição à vontade coletiva, comanda por grupos formadores de opinião, grupos esses que de pronto percebem a fragilidade humana, diante das grandes questões da vida.

O ser humano é a grande maravilha da natureza, onde ocupa um lugar privilegiado, o que lhe dá o “direito” de explorá-la até a exaustão. Mas é frágil em questões como a manipulação, a saúde, a capacidade de convívio social.  Por outro lado é forte, muito forte, quando age no coletivo, na força política, na colimação de idéias e de sonhos. Constroem impérios políticos, sociais e econômicos. São incapazes de impedir a destruição da natureza, da erradicação da miséria, da eliminação dos preconceitos, de impedir a volta de velhas e já superadas doenças.

O ser humano já provou que é capaz de sondar as profundezas do infinito cósmico, mas ainda não compreendeu todo o esquema de funcionamento do seu cérebro e eliminar doenças como o Mal de Alzheimer, a Doença de Parkinson, a Síndrome de Down, o Autismo e tantas outras...

O ser humano é capaz de desenvolver altíssimas tecnologias de defesa nacional, mas não consegue, por evidente egoísmo, juntar tais conhecimentos, para, por exemplo, localizar um avião com mais de duzentos passageiros a bordo, desaparecido num oceano de águas profundas.

Eterno mistério, essa maravilha é capaz de comportamentos espontâneos do tipo “morde e assopra”. Há momentos que afaga e no instante seguinte, humilha. Atitudes típicas daqueles que detém algum tipo de poder. Há pessoas que não sabem usar o poder. Este é para servir, conduzir, formar, preparar, encantar, não para humilhar...

Dicotomias que faz pensar no verdadeiro sentido da vida. Onde é mais forte o humano? Qual o papel do divino na vida humana? Quando é que o humano se diviniza? E quando o divino se humaniza?

A Semana Santa dos Cristãos é antes de tudo um convite para a revisão de alguns conceitos que a praticidade da pós-modernidade nos impõe...


Imagem: Google

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