quarta-feira, 2 de abril de 2014

REDAÇÃO NOTA ACIMA DE "0" (ZERO)



Final e inicio de ano, tempos dos vestibulares e seus processos seletivos, especialmente nas universidades públicas. Até aí nada de mais. Correria, ansiedade, expectativa, emoção. Sonhos realizados. Decepções também...

Mas uma coisa tem intrigado as pessoas, especialmente aquelas que se preocupam com a educação e batalham pela melhoria do seu nível. É a questão das notas de redação. O quem sido veiculado pela imprensa é que as redações não reprovam ninguém, a menos que se tire “0” (zero). Quer dizer, só não pode tirar zero na prova da redação. Portanto, acabou-se a preocupação. Escreve-se qualquer coisa que tenha um sentido mínimo valendo algo parecido com 1,0 (um vírgula zero) que está tudo bem. Será mesmo que está tudo bem?

De repente percebe-se nas entrelinhas (bastidores...) da imprensa que 70% das empresas nacionais que têm negócios no exterior perdem dinheiro porque seus emissários não são suficientemente fluentes em inglês para desenvolver uma negociação satisfatória...

Os exames de ordem são uma lástima... E médicos, engenheiros, advogados, não conseguem convencer ninguém, pois seus escritos são pífios, dignos de pena, quando não de chacota.

Sabe-se que alunos cursos de pós-graduação não conseguem comunicação eficiente para desenvolver seus trabalhos. Falam e escrevem mal.

Países vizinhos vêem seus patrícios obterem melhor desempenho em especializações nas universidades internacionais do que os nossos.

E as redações escolares estão cada vez mais perdendo valor. Aliás, os “pedagogos de aquário” não estão lhe dando a devida importância. Quer dizer, Diante da dificuldade, entregam os pontos, pois aos alunos todos os direitos e poucos, pouquíssimos deveres.

Aliás isso é um truque, uma jogada estratégica para manter por baixo uma grande camada da população. Apesar da democratização, a baixa qualidade do ensino, partindo da minimização das exigências de aprendizado, em cujo processo, o fato de não “ler” bem (que é a raiz, a causa principal do “escrever mal”) é um aspecto fundamental. Banalizou-se o ensino e a educação escolar. Aquela ideia de que a simples presença do aluno na sala, sem material e sem participar das aulas já significa que ele apreendeu alguma coisa e merece uma nota é uma das maiores balelas já ouvidas desses “pedagogos”.

Então é assim: oferece-se escola (mais do justo), mas de má qualidade (extremamente injusto). Fornece-se um certificado que abre as portas da universidade. Exige-se pouco (só não pode tirar “0” (zero), entra-se na universidade... Então vem o “salve-se quem puder” e aquele que consegue terminá-la será um profissional de baixa qualidade e se dará mal na vida.  

Crueldade... Crueldade com uma geração, que é base para a próxima geração. Quem não tem não pode dar.

Enquanto isso a classe dominante (nada contra), que é a que coloca os políticos no comando do país, patrocina os meios de comunicação (ou são proprietárias dos veículos), é a indutora do consumismo escravizante,  nada de braçadas nesse mar da ignorância.

Pobre país do futuro...

Imagem: Google

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