segunda-feira, 7 de abril de 2014

O SILÊNCIO, A SOLIDÃO, A SOLITUDE E O NADA


Muito se tem falado, aqui mesmo repetido tantas vezes, a respeito das tribulações do mundo moderno...  Sua velocidade, suas cobranças, o consumismo, as conquistas tecnológicas...  O Trânsito, as poluições, especialmente a sonora... Situações que colocam em cheque a qualidade da vida humana, ainda que o apelo à inserção nesse mundo endoidecedor seja muito forte e as pessoas tendem a aceitá-la com o medo de ficar de fora de moda.

A parada para recarregar as energias e repensar o estilo de vida é absolutamente necessária.

Surgem então os arautos do silêncio. São aqueles especialistas em pessoas que pregam a valorização da vida através das “paradas”, do exercício do silêncio. E não falam apenas em ficar quieto e curtir a ausência de ruídos. Não falam apenas da solidão... Falam em experienciar o “nada”.

O silêncio, a prática de fechar tudo, desligar tudo e tentar nada ouvir pode gerar uma ansiedade, uma vontade de voltar logo à ativa, correr atrás das coisas, dos negócios, dos contatos, pois não pode perder o ritmo frenético da vida. São momentos supérfluos, superficiais, que realmente nada acrescentam à qualidade de vida das pessoas. Perde-se o tempo, gerando ainda mais ansiedade.

A solidão traz um traço doentio, tem um “quê” depressivo, de fuga, de revolta com o mundo, no qual não se consegue acompanhar sua velocidade, não se é tão “antenado” e por isso não se consegue os amores e as amizades pretendidas... Então a solidão é um refúgio, feito o caramujo que se esconde sob o próprio corpo para não enfrentar o perigo. A solidão não ajuda a melhorar a qualidade de vida... Pode piorá-la...

A experiência da “solitude” e do “nada” é a soma de tudo o que define o silêncio (ausência de ruídos, de sons, de poluição sonora dos mais diversos tipos e origem), ao desejo consciente, maduro, racional, de viver uma viagem interior para, de fato, se regenerar, desconstruir sua realidade e reconstruí-la, tendo como base uma reflexão profunda da vida, dos valores, das experiências, dos acontecimentos de sua história, dos amores, das amizades, dos fracassos, dos sucessos e tantos outros fatores inerentes e específicos da vida de cada um.

Essa experiência, para ser válida e construtiva, deve acontecer em momentos chaves da vida, nas viradas de ciclos, em períodos apropriados e em locais que permitam essa “retirada” ou o “retiro” para o maravilhoso reencontro consigo mesmo.

Não há uma regra ou técnica específica para o exercício da meditação e vivenciar a “solitude” e o “nada”.  Como nos exercícios físicos, cada um tem suas necessidades e também tem os seus limites. Tudo isso deve ser respeitado.

O importante mesmo é não se render a essa loucura de vida que o mundo atual impõe. E estabelecer um critério de vida que corresponda ao que se deseja alcançar, sem nunca macular ou colocar em risco a qualidade de vida.

Sem saúde a vida pode ser muito mais curta do que se pensa.



Imagem: Google

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