terça-feira, 17 de janeiro de 2017

BEBER ÁGUA COMO SE ESTIVESSE NO DESERTO


Imaginar uma situação dramática: caminhar no deserto por algumas horas à procura de água e de repente encontrá-la... Como vamos tomá-la? Com que ansiedade? Com que concentração? Assim é beber água no deserto em plena necessidade... Com certeza o prazer é muito grande.

Essa situação pode nos trazer ensinamentos para a vida cotidiana.

Hoje temos muita pressa e intensa ansiedade em resolver coisas, pois o dia tem apenas 24 horas para tantas atividades, inclusive dormir e descansar um número de horas suficientes para a recuperação do organismo. Reclamamos muito, especialmente dessa falta de tempo.

Porém, algumas coisas são irreversíveis. Por exemplo, os dias vão continuar tendo “apenas” 24 horas e as noites de sono continuarão sendo de pelo menos 6 horas. Sobrarão 18 horas que precisarão ser administradas de forma adequadas para que a vida possa valer a pena.

O que isso tem a ver com o deserto? A princípio nada. Entretanto, pensando bem, se não soubermos administrar o nosso tempo, a nossa vida se transformará num inferno ou numa bagunça total, com desorientação a tal ponto que se assemelhará a um deserto. Deserto, sinônimo de sede.

Portanto, para que a nossa vida ganhe sentido, é preciso que a gente viva nossos momentos como se bebe água no deserto: com ansiedade, mas com concentração, como se o momento fosse único. Assim é que deve ser... Viver nossos momentos como se fossem os únicos. Sem pressa.

O tempo, sim, continuará passando rápido. E no final das contas (ou da vida) a sensação que ficará é que nada foi feito, uma forte saudade apertará o peito e a sensação de vazio virá.

A vida só tem sentido com a convivência, com o acolhimento do outro, com a solidariedade, com o “olho no olho”,com os sonhos sonhados juntos. Nenhum ser humano é uma ilha. Dependemos do outro desde a concepção até a morte.

As redes sociais são ambíguas. Permitem os relacionamentos à distância, mas prejudicam as relações próximas. Por isso não é difícil percebermos famílias reunidas, mas cada um com o seu aparelho nas mãos dialogando com pessoas distantes (nada de errado nisso!). Acontece que no diálogo próximo reina o silêncio. O silêncio do deserto.

Assim, ainda é tempo de rever a nossa maneira de viver e conviver. Todos temos sede de atenção, de calor humano, de gente por perto. De acolhimento. Tudo isso é saudável.,, E necessário.

Viver intensamente, com qualidade, paz, equilíbrio, alegria é como beber água no deserto.


Imagem: Google

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