Até que enfim vai
começar a tão sonhada Copa do Mundo FIFA/Brasil/2014. E agora ou nunca!
Os ufanistas,
nacionalistas e populistas estão agarrando com as duas mãos a oportunidade como
aquela criança que adora sonhos de padaria e quando os pega prende-os junto ao
peito, não se importando se vai borrar ou não sua blusinha.
Brasil, “pátria de
chuteiras”. E todos os problemas estão resolvidos temporariamente. Festa... Catarse...
Anestesia... Emoção... Alienação... Alegria... Entusiasmo... O Brasil parar e vai
ganhar a copa!
A copa no Brasil é
questionável, mas não foi questionada no tempo certo. A opinião pública foi
manipulada (ou melhor, cooptada pela mídia) e sua realização foi aceita
entusiasticamente. Mas vai deixar um grande aprendizado. Lição também. O
problema é que aprendizado só é incorporado quando de deseja fazê-lo
conscientemente. Será difícil isso acontecer.
Em relação ao time
parece há restrições sobre sua real capacidade de vencer. Basta prestar atenção
nos dois últimos jogos, Contra o Panamá, um resultado convincente. Porém a
seleção adversária não tem tradição nenhuma no futebol. Já contra Sérvia, uma
seleção mais forte, com mais estrutura, apesar de o país ser recente, o time
sofreu para ganhar por diferença de apenas um gol, deixando descobertas suas
feridas (ou deficiências).
Não esqueçamos que a
copa do mundo é um torneio de tiro curto, com apenas 7 partidas para quem chega
à final... São 32 concorrentes e apenas um vencedor.
O otimismo, sustentado
pela mídia, especialmente a televisiva, ainda permanece. Os observadores mais
conservadores, mais “pés no chão”, estão na defensiva. O time pode não ser tão
bom assim... “E agora, José?”.
Pouco se falou sobre
os 40% das vagas de hotéis devolvidos pela FIFA. Prejuízos à vista. Sobre os
gastos, eles tão aí, escancarados... E as autoridades se virando para explicar.
As autoridades ao se
candidatarem à realização da Copa, tacitamente se comprometeram às atender às
exigências da FIFA. E o que se viu foi isso: a FIFA imperou soberana, exigindo,
chamando a atenção publicamente e até ironizando a nossa capacidade de
realização. O país teve que abrir as... comportas do dinheiro.
Eis o mais importante aprendizado! O país se curvou diante de um poder superior, como tem se curvado ao longo da História... Porém, numa democracia, o poder superior “emana do povo”. A voz do povo é a voz de Deus. O povo precisa saber que as autoridades vêm depois dele. É ele quem escolhe quem vai governá-lo. Portanto, o poder soberano é do povo. Porém, este deve exercer este poder que lhe é inerente, pelos meios legais, via justiça, via leis justas e aplicáveis a um sem número de situações.
Violência não! Não à
violência! A violência, as depredações, os quebra-quebra, apenas enfraquece o
povo. Devemos aprender com a FIFA. É exigir, pelos caminhos legais. E eles
atendem... E eles fazem... Basta saber como fazer a pressão... Sem violência!
Os estádios têm padrão
FIFA. Quanto as obras de infra-estrutura exigidas pela FIFA, não sabemos, pois
a maioria não estão concluídas. Os aeroportos remendados.
Mas há tantas coisas
para serem feitas com o padrão FIFA. Excluindo-se os estádios, praticamente
tudo. Nada mais têm o tal padrão FIFA. Educação, saúde, estradas, saneamento,
pessoas com fome, obras de recuperação pós-tragédias, serviços públicos
(energia, saneamento, transporte, mobilidade urbana)... Ufa! Problemas,
problemas, problemas que não acabam nunca!
E se a seleção for
eliminada, ou perder na final? Onde iremos estacionar nossos cavalos?
Cala-te boca... Vamos torcer
como nunca. Não podemos pagar mais esse mico!
Imagem: Google
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