(Garrincha, um dos mais criativos jogadores brasileiros)
O Brasil participou de
todas as copas do mundo realizadas até agora. E na maioria delas não fez feio.
Houve sim resultados dramáticos como aquele do Maracanã, em 1950, quando perdeu
a decisão para o Uruguai, Todos comentam a derrota, mas ninguém se lembra de
que o Brasil foi vice-campeão. Prova de que “vice” e “nada” são a mesma coisa.
Historicamente, os
sucessos dos jogadores brasileiros em campo se devem menos aos processos de
treinamento, mas muito mais à criatividade, que é nata entre nós.
A criatividade faz do
futebol uma arte. É imprevisível e leva à loucura os jogadores de defesa
adversários e principalmente os seus técnicos que vivem criando sistemas de
marcação para neutralizar as ações dos atacantes brasileiros.
A criatividade permite
que os atacantes encontrem numa fração de segundo maneiras de vencer as
defesas, de ludibriar as marcações, transformando uma partida de futebol num
espetáculo bonito de ser visto, pois resulta em muitos gols.
O gol é a alegria de
uns e tristezas de outros, mas é a marca registrada do futebol.
Porém, a partir do
momento em que os métodos científicos começam a dominar os processos de
treinamento dos clubes, a criatividade vai perdendo espaço. Quem perde é o
futebol como espetáculo, que acaba se transformando um jogo de cartas marcadas,
os jogadores guardando suas posições, e executando apenas as jogadas treinadas
exaustivamente durante a semana. Prevalecem muito mais o vigor físico, que tem
o seu valor, sem dúvida, como aquele gol marcado por Roben da Holanda contra a
Espanha, Ele apostou corrida com o defensor, saindo dez metros atrás e chegou à
frente diante do gol e não desperdiçou a oportunidade. Foi bonito, sim.
Os métodos científicos
de treinamento despriorizando a criatividade tornam os times rigorosamente
iguais. Vencem aqueles que se permitem lampejos de criação.
A seleção brasileira
corre sério risco de não ganhar esta copa. Justamente porque a grande maioria
dos jogadores atua na Europa e são treinados e condicionados nos moldes
europeus. Tais jogadores deixaram de lado sua criatividade e se transformaram
em normais, comuns, facilmente de serem marcados.
Prova disso é a
partida contra o México. Fortemente marcados, não souberam se desvencilhar da
defesa mexicana, algo que só conseguiriam com a criatividade. Para piorar a
situação, o goleiro Ochoa estava nos seus melhores dias. Isso também acontece.
Sem criatividade não
se chega a lugar algum.
Imagem: Google
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