Pouca
gente sabe disso. Mas, neste 30 de Novembro comemora-se o Di Nacional do
Estatuto da Terra, lei de 1964, que tinha (ou tem) o objetivo espinhoso de
promover a reforma agrária, levando justiça ao campo e equilibrando a estrutura
fundiária do país.
Na
verdade, se pouca gente sabe, nada há a comemorar... Muito a se lamentar...
Hoje o
Estatuto da Terra está contemplado pelo artigo 186 a Constituição Federal de
l988, mas é letra morta. O Brasil optou, via suas autoridades políticas,
certamente, cedendo aos lobies das grandes empresas, aderiu à exploração
capitalista da terra e ao agronegócio.
Entretanto,
a velha estrutura fundiária, que vem desde as famosas Leis de terras de meados
do Século XIX, permanece. Ainda hoje, maioria
dos produtos consumidos nos grandes centros vem dos pequenos e médios
produtores que detém uma pequena parcela das propriedades rurais, os minifúndios.
Já a
grande parcela da propriedade continua nas mãos dos grandes proprietários, os
latifundiários... Improdutivas, essas terras pouco oferecem ao mercado
consumidor. É uma grande distorção, que reclama a reforma, a famosa e
demonizada Reforma Agrária.
O Estatuto
da Terra, que antes de ser comemorado, deve ser implantado, doa a quem doer, estabelece,
entre outras coisas, o princípio da fu cão social da propriedade, favorecendo o
bem-estar dos proprietários e trabalhadores, mantendo níveis satisfatórios de
produtividade, conservando e preservando
os recursos naturais e o meio ambiente e observando as leis que regulam as
justas relações de trabalho.
Pouca
coisa disso acontece. Há noticias de exploração de mão de obra escrava e
dilapidação dos recursos naturais e do meio ambiente. O descaso das autoridades
é total. Veja-se o que aconteceu em Mariana e com a bacia do Rio Doce.
O
descaso é maior ainda em relação à fauna, tão essencial ao equilíbrio da flora.
O desflorestamento e o truncamento das matas impedem a livre e natural
procriação de espécies. Aqueles que não sucumbem tentam sobreviver, mas
cruzando entre si, enfraquecendo-se, condenando-se à morte mais dias menos
dias. É o fim...
Não foi
à toa que um famoso chefe índio americano, ao contemplar a planície sem os seus
búfalos comentou: “Quando o último animal
da terra se for, o homem sentirá um grande vazio na alma, pois perceberá,
então, que o que aconteceu com os animais, em breve acontecerá com ele também”.
Será o apocalipse.
Para a
geração de hoje importa o hoje. Que se lixe o futuro. Irresponsabilidade pura.
Faltam
no Brasil estadistas.., (Estadistas enxergam o futuro). E com coragem... Pois é
possível uma agricultura intensiva, moderna científica, capaz de atender às
demandas da sociedade, isso sem precisar derrubar uma única árvore. Basta
querer... Basta vontade política... Basta a sociedade exigir... E a educação?
A
sociedade “não está nem aí...” Vendo novelas e acompanhando os toscos espetáculos
nos quais avultam os aviltantes shows de corruptos e corruptores. Pobre Brasil.
Comemora-se
o que mesmo neste 30de Novembro?
Imagem:
Google