“...E eu que pensei que já vi tudo nessa vida”... Essa é uma frase muito comum hoje em dia, especialmente
entre as pessoas mais maduras, diante de fatos e coisas que acontecem ou que
estão acontecendo neste exato momento.
Nesse
momento o mundo está estarrecido com os ataques
terroristas na frança. O Brasil também faz coro nesse estarrecimento.
Mas o
Brasil tem vivido, também, o drama do rompimento das barragens de uma
mineradora em Mariana, Minas Gerais. Tudo certo, justo e necessário. Não dá
para se conformar com perdas de vidas humanas. É necessário manter a perplexidade.
Mas há
contrastes... Mortes, inocentes vítimas
de um contexto de ganância, de busca de poder político, de vantagens econômicas
ou de outros objetivos maiores, não importando os meios, os caminhos e os
métodos envolvidos, ainda que envolvam vidas inocentes que nada têm a ver.
Há
outras tantas mortes, mortes violentas pela guerra, por problemas climáticos,
pela fome, pela sede, pelo abandono... Não só vidas humanas, mas também de
animais, da natureza, do planeta enfim...
Essas
mortes, por não serem foco da grande imprensa , não causam perplexidade... Pior
são banalizados... Considerados normais... Vidas humanas se perdendo e não causam perplexidade.
E o que
dizer da corrupção, que no fim da linha priva milhões de pessoas do emprego, da
assistência social, da educação de qualidade, da saúde, do saneamento, da
cidadania?
As
mortes da Kiss, dos desastres de Teresópolis, os assassinatos em série, os estupros,
a pedofilia, a violência contra menores e contra as mulheres, se saíram da
imprensa foram esquecidas... Até pelas autoridades, pela polícia e pela justiça.
Ah,
sim... Recentemente a imprensa noticiou que um promotor de Santa Maria está
processando alguns pais de vítimas do incêndio da Kiss por divulgarem cartazes
com suas fotos e a acusação de inépcia, pois sabiam que a Kiss esta funcionando
irregularmente e nada fizeram.
A
imprensa é necessária, a informação é necessária, a TV é necessária... A TV especialmente está a serviço dos donos do
poder, jamais estará a serviço dos pobres, das vitimas, dos excluídos, dos familiares
daqueles que morreram e as desampararam... É uma triste e perplexa realidade.
É necessária
a perplexidade... Não a perplexidade cômoda, do politicamente correto, infantilizada,
só porque deu na TV... Mas a perplexidade ativa, inquieta, consciente,
madura... Aquela não influenciada pela mídia, mas fruto do conhecimento, da
leitura, da informação e da formação.
É certo
que uma postura assim leva fatalmente a
uma ação, uma participação, a uma atitude... Algo difícil hoje em dia...
Só a
libertação das amarras dos Meios de Comunicação de Massa já é um grande passo.
Imagem:
Google
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