Escrever,
falar e pensar sobre a morte é muito difícil, não no sentido de dificuldade,
mas em relação à sua morbidez, à sua dureza, à sua tragédia, ao significado
mesmo tema. Apesar disso, muito se escreve sobre a morte.
Muito
se pensa sobre ela... É assunto para filósofos (desde a Antiguidade),
sociólogos, antropólogos e religiões especialmente. O Cristianismo é bem claro
e objetivo a seu respeito. No Evangelho de hoje, por exemplo, Jesus fala de sua
morte e ensina que a morte é necessária para a continuidade da vida, na
eternidade. Ele mesmo precisa ser semente que morre para nascer em outro
patamar. É a sua ressurreição. A vida, então, passa a ter um significado maior:
a preparação para a nova vida. A morte é Páscoa, é passagem, é um passo para a
Ressurreição.
A
História registra que civilizações antigas que relativizaram a morte,
considerando-a realmente o fim de tudo, também relativizaram a vida, não
valorizando a condição humana das pessoas. Assim, surgiram os déspotas, os
ditadores, os imperadores e que consolidaram a divisão da sociedade entre elite
dominante (aristocracia) e as classes dominadas, muitas delas escravas.
Foi o
Cristianismo que mudou esse conceito e esse contexto, ensinando a igualdade
entre as pessoas, uma vez que Deus é Criador e Pai de tudo e de todos.
As
civilizações indígenas consideram sagradas a terra e a natureza, pois elas
acolherão os seus mortos que voltam às suas origens. Por isso protegem e cuidam
da natureza, convivendo harmoniosamente com ela.
Hoje,
muitos procuram viver a vida mais intensamente, sem regras, não importando com
as consequências para si e para os outros. Desprezam o meio ambiente e banaliza
a dignidade humana, intensificando o círculo da violência.
Sem
romantismo, sem ser piegas, sem alienação, mas com consciência e maturidade, é
preciso encarar a morte com naturalidade e considerar que é possível, sim, uma
vida após, mesmo que numa outra dimensão.
A morte
é uma ruptura... E se acontecer precocemente, por acidente ou por doença é mais
trágica ainda. A dor do luto é imensurável. Porém quem viver a vida dignamente
tem a possibilidade de permanecer na memória de seus entes queridos,
principalmente se fez a diferença na vida de um ou mais pessoas.
Outras,
como um criminoso, também ficarãp na memória de uma família ou comunidade pelo
que fez de ruim... Então, o melhor mesmo, é fazer o bem e bem feito.
No dia
de Finados, e em todos os dias do ano e da vida, é bom ter em mente um sentido
positivo da existência. A morte virá, mais cedo ou mais tarde, “como um
ladrão”, de forma natural e não será o fim, mas uma passagem. Não sem dor, mas
com mais saudade do que dor.
Imagem:
Google
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