Antes
de tudo algumas considerações a respeito da religião e da religiosidade. Alguém
disse que “...Para quem tem fé nenhuma
explicação é necessária. Para quem não tem fé nenhuma explicação é possível”.
Não
vamos aprofundar nos méritos dessas questões. Acreditamos, sim, que a religião
é a religiosidade são necessárias para a condição humana. A fé é necessária para
dar sentido à vida. A religiosidade é necessária para que os relacionamentos humanos ganhem
qualidade, equilíbrio, harmonia.
A vida
precisa ter sentido para ser preservada, protegida, valorizada. A sociedade precisa
ter respeito aos valores humanos, de harmonia e paz.
Acreditamos
da religião. Cada ser humano precisa acreditar num Deus que o ame, que o oriente, que seja a certeza de que
a vida valha a pena e que a morte não é o fim, mas a continuidade numa dimensão
maior e melhor.
Isto
posto, a divindade, assim concebida, não tem parâmetros e/ou paradigmas
humanos. A criatura não é maior que o criador. Para os pragmáticos a ciência
tudo explica, tudo compreende, tudo define. Mas há limites. Por exemplo: o cérebro
humano. Ele ainda é um mistério para a ciência. Estão aí as doenças
psiquiátricas, neurológicas, emocionais que ainda desafiam os médicos. Doenças
como a Demência Senil, o “Alzheimer”, o “Parkinson”, a “Depressão”...
Ainda
são desconhecidos os limites do universo e que há pós as fronteiras desses
limites. Os cientistas mais humildes reconhecem esses limites e transferem as
perguntas e respostas para a esfera mítica ou mística e aí fica por cona da
religião de cada um. Sartre, o grande filósofo francês do existencialismo, ao tentar
provar que Deus não existe no seu livro “O Ser e o Nada”, conclui que Deus é a “única causa incausada”, portanto, cá
entre nós, Deus existe sim!
Deus é
necessário, tão necessário quanto fundamental. E Ele não fala a linguagem
humana, não é a nossa imagem... Nós somos a sua imagem. É diferente. Ele nos
ouve e nos compreende e as vezes em que Ele não nos atende é porque Ele tem
algo melhor para nós. Ele não trabalha no varejo. Ele é sábio, infinitamente
sábio... Ele coloca um propósito para nossa vida. Se Deus parece não respeitar
a nossa liberdade é porque não somos capazes de enxergar para além do nosso
umbigo e somos carregados de egoísmo, de arrogância e de falta de humildade.
Deus é
tão bom, tão condescende, nos ama tanto que nos permite afastar dele, buscando
outros caminhos e até duvidar e não acreditar que Ele existe. Quem assim age
opta por viver um inferno. E inferno é isso: ausência de Deus. Como céu é
presença d’Ele.
Deus, a
gente crendo ou não n’Ele age em nosso favor não só nos limites das situações
em que vivemos. Limites que nós mesmos nos colocamos. É visão de cada um. Para
uma análise dos nossos problemas, das nossas dificuldades, nos nossos estreitos
limites de forças, de paciência, de falta de fé, basta uma comparação com o
sofrimento de Cristo na cruz. Ou pesquisar e conhecer as “Noites Escuras” de
São João da Cruz.
A
verdade irrefutável é que nas fronteiras dos sofrimentos há sempre uma
Ressurreição. Claro, é preciso crer.
Imagem:
Google
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