Quando
o coração para a pessoa morre. Não tem como. O tempo necessário para fazê-lo
bater novamente e a pessoa retornar à vida sem sequelas é mínimo. Isso ninguém
discute.
Mas há
muitas maneiras do coração parar e a pessoa continuar vivendo... Ou melhor,
sobrevivendo. Há de se perguntar, como assim? Claro, a resposta está nas
especulações. O ódio, o paixão, a arrogância, a estupidez, o ser autoritário, a
indiferença, são atitudes Aqui o coração está sendo considerado como o portal
dos sentimentos e da alma.
Santo
Agostinho disse que “... A indiferença é
uma paralisia do coração”. Coração parado ou paralisado sinônimo de morte.
Morte em vida, morto-vivo.
É
lógico que as atitudes e os comportamentos não estão vinculados ao coração e
sim ao que está enraizado na mente das pessoas.
E é
comum as pessoas brutas, estúpidas, violentas, serem consideradas como “sem
coração”. Sim, pessoas com tais comportamentos têm o coração fechado para o
sentimento.
Santo
Agostinho um dos maiores pensadores da história da humanidade, Doutor da Igreja
Católica, fala de um sentimento que hoje é considerado o oposto do amor: a
indiferença. Esta mata qualquer sentimento, qualquer relacionamento, mina na
base todas as estruturas sentimentais das pessoas. Elas se tornam frias, sem
qualquer gesto amoroso, simpático ou empático. A indiferença torna as pessoas
mortas-vivas...
Os mais
ingênuos consideram o ódio o contrário do amor. Isso é questionável. Tal como a
paixão, o ódio é o amor levado às últimas consequências, mas ainda passível de
diálogo. Se há diálogo há esperança, se há conflito igualmente há uma janela
para a concordância, para o acordo, para a viabilização de relacionamentos afetivos,
de amizade, comerciais ou parcerias... Com a indiferença não. Não há diálogo,
não há conflito, não há esperança. É tudo indiferente... E terrível.
O
indiferente constrói o seu próprio mundo e tenta viver nele sem a ajuda de
ninguém. é um candidato seriíssimo à solidão, à depressão e a morte, pois
depressão mata.
Não
entra em consideração as pessoas doentes. Estamos nos referindo àquelas que conscientemente
optam pela atitude da indiferença, podendo ou não terem razões próprias para
isso: famílias desestruturadas, grandes decepções e frustrações na vida,
acidentes e tantos outros eventos negativos e prejudiciais. Elas precisam de
ajuda especializada e de autoajuda. Mas como fazê-las compreender isso se elas
são indiferentes até as aproximações para orientações em favor delas mesmas?
Talvez amor e compreensão. Não pena...
Talvez
massagens no coração com carinho, com afeição, com amizade, com tolerância.
Talvez o sorriso de uma criança... Talvez uma mão estendida de uma senhorinha
simpática e alegre. Talvez a leitura de Cora Coralina que vivia pregando “toques suaves na alma”.... Talvez o
milagre... Talvez...
Corações
paralisados... Quão diferente seria a vida e eles voltassem a bater como nos
tempos do equilíbrio emocional e da maturidade humana!
Imagem:
Google
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