Muito
se tem discutido ultimamente a respeito da imparcialidade.. Estamos caminhando
para o final do mês de Abril de 2016, época em que muitos acontecimentos
políticos estão tomando conta do espaço noticioso na grande imprensa.
Operações
da Polícia Federal, ordens de prisão e condução coercitivas de pessoas notórias
da sociedade, executivos de grandes empreiteiras e líderes governamentais
envolvidos em situações de cassação e de impeachment.
Os
nervos se agitam... As pessoas esbravejam, saem às fruas... Os políticos se
inflamam... Os formadores de opinião, especialmente da grande imprensa, entram
em êxtase.
Os
políticos estão na berlinda. O Judiciário, que deveria ser o último baluarte da
imparcialidade, ao invés do resguardo, da prudência, do equilíbrio, é o
primeiro a se manifestar publicamente, talvez não suportando o assédio da
imprensa, ávida em furos de reportagens e por ter a primazia da grande notícia.
A
votação do impeachment foi um verdadeiro circo dos horrores. Sob a luz forte
dos holofotes os deputados não perderam a oportunidade de se manifestarem como uma
sessão de barracos de pessoas ciumentas. E soltaram o verbo sem medo serem
felizes. Alguns por poucas horas apenas, como aquela deputada de Minas Gerais
que fez questão de exaltar a probidade, a moral e o modelo ético de gestão de
seu marido, prefeito da cidade de Montes Claros, quando no dia seguinte o mesmo
prefeito seria preso pela Polícia Federal, sob a acusação de desvio de dinheiro
destinado a hospitais públicos da cidade, em favor de hospital de sua família.
Que mico!
Nesse
mesmo evento quantas vezes Deus foi citado em vão? Quantas esposas
homenageadas? Quanto civismo enaltecido? Quantas amantes esquecidas? Quantas
inverdades proferidas? Quanta parcialidade exercida?
A
imparcialidade é a qualidade do que é imparcial... Rima com equidade, com
isenção, com justiça, com amor a verdade, com o respeito ao bem comum. Porém
isso é uma utopia... Pois, ninguém, absolutamente ninguém, é imparcial
completamente. Só o Deus de nossa crença. Verdade doída. Todos nós, seres
humanos e mortais, por mais que queiramos, não somos e jamais seremos
totalmente imparciais.
Somos
nós a soma de nossas emoções, de nossas premissas, de nossas crenças, de nossos
valores... Verdades enraizadas em nossa essência pela família, pela cultura,
pelo meio em que crescemos e vivemos... Valores que assumimos voluntariamente
por opção e por interesses. Aspectos que foram notórios para quem prestou muita
atenção às manifestações dos deputados na votação do impeachment.
Quem dá
uma opinião é fiel à sua verdade e, não raras vezes têm dificuldades em
discuti-la (pois têm medo do risco de ter de mudá-la).
E nem
poderia se diferente. Dado que os deputados são os “legítimos” representantes
do povo na estrutura do “Estado Democrático”.
As leis
não são totalmente imparciais, pois foram engendradas por legisladores
(deputados) imperfeitos e também não totalmente imparciais. A palavra final
fica por conta do judiciário... Esperança de imparcialidade. Até quando?
Imagem:
Google
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